Lixo deixa calçadas intransitáveis em vários pontos da cidade

Monte de entulho ao lado do Cemitério Parque das Acácias. Foto: Reportagem

Em uma rápida visita a alguns bairros da cidade é possível constatar que a Lei da Limpeza dos Terrenos, em vigor desde dezembro passado, ainda não está sendo cumprida à risca. A reportagem da Gazeta de Vargem Grande passou por alguns endereços nesta semana e verificou a falta de conscientização da população por parte dos vargengrandenses.
Pelas calçadas e terrenos fotografados pela equipe do jornal, foram encontrados, além de muito lixo e entulho, calcinhas, sutiãs, pneus, piscinas de plástico, pedaços de camas, um aquário, sofás, entre muitos outros. A prefeitura destacou que vem autuando quem desrespeita a lei, criada para endurecer o combate a terrenos sujos e mato alto, mas parece que ainda falta muito a ser feito.
A primeira visita da reportagem foi na rua Minas Gerais, no Jardim Fortaleza, onde uma moradora já havia reclamado anteriormente da infestação de escorpiões em sua casa desde novembro de 2017. Os moradores relataram que possivelmente os escorpiões poderiam estar vindo de um terreno ao fundo de sua casa, pois nesta última semana já haviam achado mais dois desses animais próximos à parede que faz divisa com o terreno. Os moradores já encontraram 26 escorpiões em sua casa e temem pelos seus animais de estimação, já que para diminuir a infestação, precisaram fazer o uso de veneno.
Ainda no Jardim Fortaleza, foi encontrado em um terreno na esquina das ruas Getúlio Vargas e Rio Grande do Sul, partes de uma cama, muito mato, lixo e até uma calcinha pendurada no arame farpado que protegia a propriedade. Na calçada, foi encontrado além de muito lixo, um aquário de vidro, folhagens, toalha e sapatos.
No Jardim Paraíso I, na rua Guilhermina Anadão Rodrigues, a reportagem achou de tudo. Quanto mais se olhava para o local, mais objetos inusitados eram encontrados. Entre eles estavam pedaços de uma piscina de plástico, partes de uma cama, muito lixo orgânico, caixas de leite, muitos sapatos, tijolos, pedaços de telhas, óculos de proteção, carretel de linha, estofados de cadeira, boneca, pisos, sacos de ráfia, sacos de estopa, banco de bicicleta, entre muitos e muitos outros dejetos que possivelmente contam muito sobre a educação ambiental de seus antigos donos.
A reportagem foi também ao Jardim Santo Expedito, e em uma das calçadas da rua Hélcio de Deus Rodrigues foram encontrados muitas folhagens, pneu, tapete, embalagens de bolachas recheadas, gavetas, pedaços de uma cama, tijolos, troncos de árvore, sacolas de lixo, e até um tanque. O curioso é que próximos ao tanque estavam peças de roupa e até uma caixa de sabão em pó.
Entre as Cohabs IV e V a reportagem se deparou com um bode amarrado a uma das torres de transmissão de energia, ao lado do Cemitério Parque das Acácias. Além disso, um dos moradores do bairro construiu um verdadeiro estábulo pelo local, que tem abrigado pelo menos dois cavalos no local.
Ainda é possível encontrar muitos montes de lixo na área que vai do Cemitério até a grande erosão ao final da Cohab 5. No local foram achados pneus, sofá, capacete, estofado de cadeira, flores artificiais, telhas, entre muitos outros.
No Jardim Pacaembu, na rua Raul Tagliolato, a situação precária fica por conta do mato alto, que sem o devido cuidado por parte dos responsáveis, cresce em ritmo acelerado, especialmente nesta época de chuva. Quando começa a estiagem, a área fica muito seca e frequentemente é vítima de focos de incêndio. Além disso, os moradores se queixam da infestação de animais como cobras, aranhas e escorpiões.

Notificações

Desde dezembro, a Gazeta questiona à prefeitura sobre a aplicação da lei, perguntando a quantidade de notificações e autuações aplicadas. Em resposta enviada nesta semana, a prefeitura informou que em 2017 foram feitas 487 notificações de limpeza de terrenos, mas desses, seis proprietários foram multados por não atenderem a notificação.
Até o fim do ano passado, apenas um fiscal atuava no supervisionamento dos terrenos, porém, outro fiscal foi acionado. “Com a nova lei em vigor desde dezembro de 2017 os fiscais estão realizando um trabalho de conscientização junto aos proprietários, sendo que neste período a multa pode ser aplicada, mas apenas se não houver colaboração do dono do terreno”, observou o Executivo em resposta à Gazeta.
Houve também o aumento nos valores da multa. “Por isso a prefeitura solicita que os proprietários mantenham os terrenos limpos. A própria prefeitura está se adequando para poder manter os terrenos públicos limpos, isso através da aquisição de novos maquinários e outras providências. O objetivo da lei é evitar que os terrenos sujos se transformem num problema de saúde pública”, esclareceu a Prefeitura Municipal.
Para solicitar mais informações ou fazer denúncias a respeito do assunto, basta contatar a prefeitura através do número 3641-9000.

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