Homem forja roubo de caminhão para receber dinheiro do seguro

História mal contada chamou atenção da Polícia Civil, que descobriu a tentativa de golpe e prendeu o estelionatário

Um homem abandonou o seu caminhão na última segunda-feira, dia 11, e foi até a Delegacia de Vargem Grande do Sul para registrar que ele havia sido roubado.

De acordo com o histórico da ocorrência registrado na terça-feira, dia 12, no dia anterior um homem chegou até a delegacia informando que tinha sido vítima de roubo. Narrando que saiu de sua residência no bairro Lagoa Branca, no município de Casa Branca, por volta das 6h30 com o seu caminhão Mercedez Benz, modelo 915C, ano 2004 e de cor branca, para trazer o veículo até uma oficina em Vargem.

Ele contou que trafegou pela estrada de terra que liga o bairro a Vargem, e durante o percurso, cerca de quatro ou cinco quilômetros de sua casa, foi alcançado por um carro preto, o qual não soube dizer se era um Jetta ou Apolo, dando certeza apenas que era da marca Volkswagen e que tinha insulfilme nos vidros. Dentro do carro, de acordo com a “vítima” haviam três assaltantes armados que determinaram que ele estacionasse seu caminhão.

Os bandidos o colocaram no banco dianteiro do veículo e enquanto o motorista dirigia, outro o vigiava do banco traseiro e o terceiro criminoso assumiu a direção do caminhão. Ele informou ainda que a todo instante, os assaltantes lhe mandavam ficar olhando para baixo e não olhar para eles.

Ainda de acordo com ele, os ladrões andaram por um tempo com o veículo e se esconderam em um carreador no meio do canavial de uma empresa, e disseram que depois de duas a três horas o liberariam. Depois de ser liberada, a vítima então andou até chegar a casa de sua irmã no Jardim Paulista, onde teria tomado um banho, pegado roupas do cunhado emprestadas, pois as suas estavam sujas e molhadas, e em seguida se dirigiu até a delegacia.

Investigação

Acompanhados pela vítima, dois investigadores iniciaram diligências a fim de identificar o local onde havia acontecido a abordagem e tentar localizar o celular dele, pois ele havia informado que um dos ladrões tinha jogado seu aparelho próximo ao lugar onde ocorreu a abordagem, além de localizar o lugar onde a vítima tinha sido liberada, a fim de traçar uma linha de investigação.

Um dos investigadores conseguiu atestar que da saída da cidade pela Cohab I até o local onde o homem apontou como sendo o lugar em que havia sido mantido pelos criminosos, somavam 11 Km e que de lá até o ponto onde sofreu a abordagem, davam mais 9 Km. Fato que para os policiais se tornou um pouco estranho, pois não tinha necessidade dos assaltantes ficaram com a vítima por tanto tempo assim como refém, e a vítima caminhou por um percurso de 11 quilômetros sem conseguir carona em uma estrada com grande movimentação de veículos. Além disso, ele não solicitou socorro aos motoristas e nem aos moradores dos locais por onde passou, percorreu a distância num período de 50 minutos, segundo o informado por ele, foi até a casa da irmã para tomar banho, trocar de roupa e só depois de tudo isso, foi até a delegacia.

Desconfiando de toda a situação, os policiais foram até a casa da irmã da vítima e lá solicitaram que ele pegasse suas roupas e o sapato. Ele mostrou uma camisa polo, uma bermuda jeans e um mocassim, e o que chamou a atenção dos policiais foi o fato das peças de roupas não estarem sujas e nem com o mínimo de odor de quem tinha caminhado por 11 Km. O homem foi questionado por isso, e respondeu que usa um desodorante muito bom ou então a roupa teria sido lavada por sua sobrinha que estava em casa, apresentando as roupas a ela.

Porém, a sobrinha informou que aquelas roupas não pertenciam a seu tio e sim, ao seu pai. Explicou também que quando os policiais foram em sua casa para pegar as roupas, seu tio pegou as peças que estavam em cima de uma cadeira para serem passadas e saiu, que ela viu que tinha policiais esperando por ele em frente da casa, mas que não sabia o que estava acontecendo. Ela estranhou a situação, porém não perguntou nada a respeito.

Na delegacia, a vítima foi novamente questionada se aquelas roupas eram realmente as que ele usava no momento do roubo, perguntando também se foi com elas que ele caminhou do local de onde foi liberado. A vítima afirmou aos policiais que sim, mas quando eles lhe disseram que sabiam que ele mentia sobre as roupas, e diante das desconfianças de que ele estava mentindo, o homem acabou confessando que havia abandonado seu caminhão na cidade de Aguaí com as chaves no contato. Informou ainda que alguns dias depois voltou ao local e o veículo tinha sido levado, então ele resolveu ir até a delegacia, inventar o roubo e registrar a ocorrência para receber o dinheiro do seguro.

Devido à confissão, ele recebeu voz de prisão em flagrante pelo crime de estelionato. Em seguida foram revistados os seus bolsos, sendo encontrado as chaves de uma Hillux que estava estacionada perto da delegacia. E ele havia informado que teria chegado lá a pé, escondendo dos policiais que tinha ido de caminhonete, a qual ele informou que era sua e estava registrada no nome da irmã. Dentro do veículo foi encontrado o celular que ele havia informado ter sido jogado pela janela pelos supostos criminosos.

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