Um a menos nas trincheiras

A morte do jornalista Ricardo Boechat, em um acidente de helicóptero ocorrido na segunda-feira, dia 11, consternou os brasileiros. Reconhecido por profissionais de todos os meios de comunicação e adorado por muitos ouvintes e leitores, Boechat praticava o melhor do jornalismo: era crítico, não aceitava respostas fáceis e fazia questão de dar voz a todo cidadão que o procurava.

Seu último editorial, na rádio Band News FM, na manhã do dia em que perdeu sua vida, foi uma crítica à impunidade recorrente em várias tragédias ocorridas no país recentemente, da Boate Kiss, do rompimento das barragens em Mariana e Brumadinho, ao naufrágio de um barco na Bahia. Todos casos sem condenação, sem pagamento de multas. Só vítimas e seus familiares a sofrerem duas vezes: a dor da perda e a da injustiça.

Sua voz era na verdade, a voz de quem o procurava. A voz do povo que se queixava dos desmandos do Estado, do vale-tudo da politicagem, da soberba dos detentores do poder. Arrumava brigas, se indispunha com fontes, mas fazia tudo para levar a melhor informação aos leitores e ouvintes.

A morte de um jornalista deste quilate é uma perda para a democracia, para a liberdade de expressão. Em tempos em que o exercício do jornalismo é fragilizado por ataques constantes de Fake News, de aproveitadores que buscam apenas semear o caos, sem procurar as informações detalhadas de cada caso, a morte de Boechat, um jornalista tão exigente com a apuração das notícias é muito dolorida e que será sentida por muito tempo ainda.

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