Crianças ganham brinquedos feitos à mão

Zé exibe os brinquedos que doou à creche

O antigo funcionário dos Correios José Aparecido da Costa, mais conhecido como Zé Carteiro, de 66 anos, fez uma doação de brinquedos de madeira que ele mesmo confeccionou à Creche Dona Zinha Cordeiro, pelo Dia das Crianças.

À Gazeta de Vargem Grande ele contou que só nesse semestre fez cerca de 150 brinquedos, que foi distribuindo ao longo dos meses às pessoas que pediam ou perguntavam sobre a produção, e que na creche doou 51 deles.

Segundo Zé, os brinquedos de madeira demoram, em média, de 30 a 40 minutos cada um para serem produzidos, entre a fabricação e a pintura. Entre os brinquedos doados à creche estavam pica-pau, carrossel, banquinho, cisterna, caminhãozinho e carruagens. Ele disse que também produz guitarras.

Ele explicou que a produção teve início há 36 anos, com o falecimento de seu filho, que estava com pouco mais de dois meses. “Com isso, eu fiquei totalmente fora do ar, perdi a noção de tudo, não aceitava a morte dele e fiquei meio atrapalhado, então eu pedi para que Deus me desse força, para que eu voltasse a viver como eu era antes, que eu ia fazer algo em prol às crianças”, contou.

“Aí comecei a me vestir de Papai Noel e comecei a fabricação dos brinquedos. Fui 18 anos como o Papai Noel oficial da cidade, sendo o primeiro a descer de helicóptero no campo da Vargeana”, completou.

Zé contou que antigamente fazia bailes, que até hoje recolhe latinhas, juntava papel de jornal e vendia para comprar mais brinquedos com o dinheiro arrecadado nas vendas.

“Após um tempo, eu fui interrompido por um problema na coluna, onde meu médico me proibiu de fazer esses serviços, e foi quando parei de me vestir de Papai Noel, mas continuei a produzir os brinquedos, só que em produção menor, faço de acordo com minha capacidade”, disse.

Ele ainda comentou que como fez essa doação e teve três de suas máquinas quebradas, provavelmente não conseguirá distribuir brinquedos no Natal. Com o conserto caro e sendo pago por seu próprio orçamento, ele precisará dar uma pausa na produção.

“Para o Natal deste ano, acho que não vai ter como eu fazer brinquedos para entregar. Mas no ano que vem, se Deus quiser, começarei já com tudo para ver se eu consigo armazenar um tanto de brinquedo e realizar a doação”, contou.

Zé explicou também que faz tudo com seus recursos, mas que recebe ajuda de empresas como César Gás e O Carrão, que doam madeira para a produção, e do Leonel Funileiro do Jardim Paulista, que o ajuda com tintas automotivas. Além dos três que ajudam com maior frequência, Zé comentou que o comércio da cidade auxilia sempre que necessário. “Quanto às máquinas, eu não pedi para ninguém me ajudar, estou fazendo do meu próprio orçamento, então esse ano, se eu conseguir alguma coisa para o Natal será muito pouco, mas para o ano que vem pretendo dobrar a quantidade, se Deus quiser”, falou.

Ele contou qual foi a iniciativa dessa ação para creche. “Eu estava fazendo os brinquedos e a minha menina, que trabalha lá, ficou olhando, então perguntei quantas crianças ela tinha na creche e se ela queria, pois eu iria doar os brinquedos para ela. Ela me passou a quantidade e eu doei, pois penso que podendo fazer, vamos fazer”, disse, falando sobre sua filha, Bell Costa, diretora da creche.

Com a produção independente e manual, Zé contou que por anos quem o ajudou foram suas filhas Mariana e Carolina, e que agora, quem o ajuda é a neta Rebeca. “Eu tenho a colaboração da minha neta Rebeca, que me ajuda a passar cola para montar as rodinhas, a colar os brinquedos, às vezes ajuda nas pinturas e a colocar os olhinhos nos brinquedos”, comentou.

“A Rebeca é meu braço direito, ela me ajuda muito, tadinha, sempre na medida do possível que ela pode, sempre por livre e espontânea vontade, pois eu não peço, mas ela adora fazer, então eu tenho a ajuda dela”, finalizou.

Fotos: Arquivo Pessoal

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