Psicóloga da Casa Dom Bosco fala sobre o seu trabalho

Quarto onde as crianças são acolhidas na entidade. Foto: Prefeitura

Por Assessoria de Comunicação

Com o intuito de desmistificar todas as impressões com os trabalhos que são realizados na Casa Dom Bosco, bem como os motivos que as crianças e adolescentes são temporariamente acolhidos, a psicóloga Júlia Morgado Cruz vem relatar sua vivência e desafios do dia a dia no Serviço de Acolhimento, onde atua desde 2015.

Júlia iniciou a conversa já com um discurso bem definido sobre seu trabalho na instituição, a relação da sua profissão e seu envolvimento profissional com as crianças e adolescentes acolhidos. “Meu trabalho aqui consiste em atendimentos junto à família de origem e família extensa e, também intervenções, isto é, não faço atendimentos psicoterapêuticos, como acontece em consultórios”, comentou.

“Por vezes, desenvolvo esse trabalho em conjunto com a Assistente Social da Casa, onde procuramos resgatar os vínculos, com o fim de um restabelecimento familiar, quando possível” esclareceu Júlia.

Parte do trabalho é realizado em conjunto com a rede socioassistencial do município, responsáveis pela criança e adolescente como o Poder Judiciário na Vara da Infância e Juventude, Conselho Tutelar, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Departamentos de Saúde e Educação.

Um dos objetivos, conforme já relatado, é a reintegração dos acolhidos com suas famílias. “Ou seja, é imprescindível preservar os vínculos já existentes, como escola, amigos, projetos e religião, para que não haja quebra total do cotidiano, facilitando um possível retorno a sua origem” falou.

Júlia esclareceu o que é feito quando as crianças ou adolescentes chegam ao Serviço de Acolhimento. “Em um primeiro momento ocorre o acolhimento, literalmente, desse novo integrante da Casa Dom Bosco. A entidade é apresentada, juntamente com as funcionárias, demais acolhidos e regras”, pontuou.

Na maioria das vezes, as crianças e adolescentes acolhidos pela Casa Dom Bosco já são acompanhados pela rede socioassistencial. “O acolhimento é o último recurso, quando a família não está conseguindo oferecer proteção e a criança e o adolescente passa a ter seus direitos violados”, disse Júlia. “Procuramos passar para eles que existe um problema e estamos aqui para ajudar tanto eles quanto suas famílias a resolver esse período de dificuldades”, completou.

Por tudo isso, os acolhidos precisam de atendimento psicoterapêutico, onde são encaminhados para a rede municipal ou para psicólogos voluntários.  “Nós, juntamente com o departamento de Saúde e psicólogos voluntários, apesar de encontrar muita burocracia, tentamos suprir toda a demanda apresentada”, ressaltou Júlia.

A busca por um acolhimento satisfatório é um dos objetivos almejados pelos profissionais que trabalham na instituição. “Isso por se tratar de um momento delicado e que sempre é traumático, tanto para o acolhido quanto para a família. Durante o processo de acolhimento, a família também passa por orientações e são instruídas a participarem de alguns projetos como o Amor Exigente, para que com o tempo possam reestabelecer os vínculos rompidos”, contou.

Júlia finalizou dizendo que o maior desafio é fazer com que todo trabalho de acolhimento e reestruturação da família seja eficiente e contínuo. “No período em que permanecem institucionalizados e logo após a saída, passam por todo acompanhamento e amparo para que consigam ressignificar sua história”, completou.

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