Hospital de Caridade

Problemas com a entidade devem continuar em 2020

Entra e sai nova provedoria do Hospital de Caridade, mas os problemas de fechamento de caixa da entidade continuam severas. Em 2019 não foi diferente. Conforme noticiado em abril de 2019, mais uma vez, o futuro do Hospital de Caridade de Vargem Grande do Sul estava em risco. Há meses a direção e a provedoria da entidade vinha brigando junto à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em busca da validação de uma nova empresa para gerir o plano de saúde mantido pelo hospital e que atende cerca de 3 mil usuários.

O Hospital Saúde, antigo plano, entrou em contato com os usuários, informando do prazo para a portabilidade de carência para outras operadoras, também uma diretriz da ANS. No entanto, mais grave do que a possibilidade do plano deixar de existir, era a constatação de que o próprio hospital possa ficar financeiramente inviável sem o plano de saúde.

A provedoria e direção do hospital já haviam reunidos com o corpo clínico para explicar a situação, que era desanimadora. É de conhecimento de todos que as finanças do Hospital de Caridade, assim como praticamente a totalidade das entidades beneficentes de saúde do país, são deficitárias. O Sistema Único de Saúde (SUS), que é responsável por 70% dos atendimentos da unidade, não remunera nem um terço dos custos que o hospital tem com esses pacientes. A conta sempre fica no vermelho.

Para fechar o mês, os recursos vindos do pagamento do plano são essenciais. E é assim que o Hospital de Caridade vinha se equilibrando, além do empenho intenso de diretoria, provedoria, lideranças municipais em busca de recursos junto ao poder público. Sem essa verba proveniente do plano, será cada vez mais difícil o hospital conseguir manter o atendimento aos usuários.

“Caso todo esse quadro se confirme, a sobrevida pode ser de poucos meses. E se este cenário se concretizar, pelo estatuto do hospital, a administração da unidade seria repassada à prefeitura municipal, que também vive uma situação financeira bastante delicada”, explicou. Em 13 de abril o jornal deu como manchete na página 4, que finalmente a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) liberou o novo plano de saúde para o hospital e o provedor Wagner Cipolla e o administrador Assis Mazuco Manoel receberam a reportagem da Gazeta de Vargem Grande para falarem a respeito do assunto.

Na avaliação do provedor, esta conquista do plano de saúde representa uma folga para a sobrevivência do Hospital de Caridade. Segundo ele, a sensação é que somente agora, resolvida esta questão, terá condições de começar um trabalho com mais estrutura para a entidade. “Atacamos o que estava destruindo o Hospital. Agora, podemos gastar essa energia para buscarmos uma chance de receita maior”, avaliou.

Questionados como o novo plano irá contribuir para o Hospital, Wagner informou que a Associação Hospital Saúde irá remunerar a entidade pelos serviços prestados como qualquer outra operadora que tem parceria com o Hospital de Caridade.

Tanto Wagner quanto Assis destacaram que apesar desta ser uma importante conquista, ainda há muito a ser feito pelo Hospital de Caridade e que a população, empresários e lideranças da cidade precisam se sentir responsáveis pela entidade e ajudar a instituição, que é o único hospital de Vargem e atende a todos indistintamente.

Os problemas com o déficit do Hospital de Caridade continuam, médicos estão sem receber e a provedoria procurou o prefeito Amarildo Duzi Moraes por várias ocasiões para que a prefeitura faça um repasse maior à entidade. O problema continua e deve tomar longas conversações entre a provedoria e o prefeito neste ano de 2020.  Conforme já mencionado acima, se o cenário do Hospital piorar e a provedoria renunciar ou não encontrar quem assume a diretoria numa próxima eleição, pelo estatuto do hospital, a administração da unidade seria repassada à prefeitura municipal.

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