Holandês Piet Schoenmaker também marcou Vargem

Piet lutava contra um câncer e morreu aos 75 anos

O agricultor e professor de dança holandês Piet Schoenmaker, considerado embaixador da Expoflora de Holambra (SP), que morreu aos 75 anos na noite de sábado, dia 11, no Hospital Madre Theodora, em Campinas (SP), onde lutava contra um câncer, também deixou profundas marcas em Vargem Grande do Sul.

Filho dos fundadores do Grupo Terra Viva, Klaas Schoenmaker e dona Gemma, que há muitas décadas compraram terras em Vargem Grande do Sul e região, ele trabalhou como agricultor na fazenda dos pais que no início plantava no município os gladíolos, popularmente conhecidos como Palma de Santa Rita.

Além de marcar a vida dos vargengrandenses que visitaram a Explofora ao longo dos anos, Piet será lembrado por aqueles a quem teve contato direto, como o ex-vereador de Vargem Grande do Sul, José Geraldo Ramazotti, que trabalhou com o holandês durante anos.

À Gazeta, Ramazotti contou como conheceu o homenageado.  “Comecei a trabalhar na Terra Viva com o sr. Piet em 1993 e trabalhei até 2010. Neste período todo convivi com ele, pois sua família é quem administrava todo o negócio e o sr. Piet era diretor da área agrícola, onde eu atuava, abrangendo as fazendas aqui da região”, disse.

O ex-vereador relembrou momentos da época em que trabalhou com Piet. “Ele era um administrador enérgico, mas muito competente, ouvia as opiniões dos colaboradores e dava total importância a isso. Meus atritos com ele sempre foram com números, ele não tinha muita habilidade de análises, mas sempre achávamos uma forma de nos entender”, comentou.

“Criamos juntos o projeto Florescer, que consistia em danças típicas holandesas aos filhos e amigos de funcionários da Terra Viva, projeto várias vezes apresentados nas festas de Vargem Grande do Sul”, falou.

Ramazotti definiu Piet como um homem de coração enorme e atencioso. “Ele costumava brincar que quando chamava a atenção de alguém, era um ensinamento. Foi um homem que veio no mundo com a missão de ensinar, com seu jeito de ser, um durão alegre, que todos o amava”, contou.

O ex-vereador disse qual a principal recordação que levará do holandês. “Do sr. Piet, levarei pra sempre a lembrança de um dia que me procurou para treinar um filho a trabalhar no administrativo da empresa. Ele achava que esse filho não teria aptidão para tal tarefa, lá fui eu, e em pouco tempo o rapaz estava desenvolvendo os trabalhos com muita competência. No final do ano, para minha surpresa, recebi um cartão de Natal do sr. Piet, agradecendo, e me emociono até hoje sempre que vejo”, relembrou.

“Sr. Piet Schoenmaker, onde estiver, saiba que cresci muito profissionalmente e como pessoa nesse curto período que pudemos desfrutar dessa amizade sincera”, finalizou o vargengrandense.

Sobre Piet

A família de Schoenmaker migrou para o Brasil em 1959, quando ele tinha 15 anos, e foi uma das primeiras a cultivar flores em larga escala em Holambra. Piet Schoenmaker pesquisou durante toda a vida as danças típicas das províncias holandesas e introduziu as danças tradicionais do país europeu na cidade paulista para manter raízes com a terra natal.

O imigrante também tinha um grupo de danças circulares e dava aulas gratuitas em associações de idosos e na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) na região de Holambra e Santo Antônio de Posse. Também em Vargem Grande do Sul ministrou aulas de dança.

A Expoflora é a maior exposição de flores e plantas ornamentais da América Latina, e em 2019, completou 38 anos. A organização do evento emitiu uma nota de pesar pela morte do ‘embaixador’.

O velório ocorreu no Parque da Expoflora e o imigrante foi enterrado no Cemitério Municipal de Holambra, no domingo, dia 12. Como forma de homenagem, durante o velório, a organização da Explofora realizou uma chuva de pétalas pelo embaixador.

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