Vargengrandense conta como Chile enfrenta a Covid-19

Pedro mora no Chile com a esposa Natália e a filha Amanda. Foto: Arquivo Pessoal

Nesta semana, os casos de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus dispararam no Chile. Apesar do número total de casos ser bem menor que os do Brasil, no final de semana passada, o número de pessoas infectadas subiu 45% e a velocidade da disseminação preocupa as autoridades chilenas. São mais de 22 mil casos confirmados de Covid-19 e 275 mortos até a terça-feira, dia 6. Em todo mundo, a Covid-19 já somou mais de 3,7 milhões de casos e tirou a vida de mais de 258 mil pessoas.
Pedro Henrique de Camargo Nicolo, que atua na área de turismo no Chile, país onde vive há seis anos, contou à Gazeta de Vargem Grande como é o dia a dia no país, em mais uma reportagem da série sobre como governos de diferentes partes do mundo estão enfrentando a pandemia, sob a visão dos vargengrandenses que residem em diversos países.
À Gazeta, Pedro contou que o primeiro caso positivo no Chile foi noticiado no dia 3 de março. “Fiquei um pouco preocupado, pois trabalho com turismo em Santiago, mas pensei que passaria rápido”, recordou. No entanto, no dia 18 de março, quando o governo chileno fechou as fronteiras do país, Pedro entendeu que a situação era mais grave do que todos supunham.
A quarentena no Chile começou no dia 26 de março, em algumas regiões. “A quarentena no Chile é um pouco diferente da que temos no Brasil. As cidades do Chile são divididas por comunas e cada comuna tem seu prefeito. É como se os bairros das cidades do Brasil tivessem prefeito. O governo juntamente com os prefeitos das comunas decidem se decretam a quarentena ou não. A cidade de Santiago tem 32 comunas das quais 14 estão em quarentena total, nas outras comunas a orientação é evitar sair de casa e quando sair, tomar as devidas precauções”, explicou.

Rotina

Pedro contou que o turismo de estrangeiros no Chile parou totalmente desde o fechamento das fronteiras. “Desde então, eu tenho ficado em casa, cuidando da minha filha e saindo ocasionalmente para ir a feira ou supermercado”, relatou.
“Tenho aproveitado para atualizar algumas pendências do meu trabalho, brincar mais com minha filha e descobrir alguns hobbies que antes não dava tempo, como cozinhar e fazer um curso de fotografia online”, disse o vargengrandense.
Passados dois meses de isolamento social, Pedro comentou que sente falta do trabalho. “De conhecer pessoas e suas histórias, de apresentar a cidade e a cordilheira para os visitantes”, lamentou.
Além disso, também passa parte do tempo trabalhando de casa. “No meu trabalho, toda a parte de publicidade, venda e suporte é por internet, então eu faço da minha casa. Embora o turismo receptivo não esteja funcionando, ainda tem pessoas que estão especulando viagem para Santiago”, comentou
Ainda assim, ele está preocupado com a questão da economia. “Embora o Chile tenha sido mais flexível com a quarentena, evitando fechar as cidades por completo, o temor com a crise econômica é muito grande principalmente na minha área que é o turismo. O país já vinha sofrendo com os protestos sociais que começaram em outubro, alguns hotéis e restaurantes já tinham fechado as portas”, contou.

Família

Ele disse que conversa todos os dias com a família por videoconferência ou por mensagens de voz e que se preocupa com seus pais, mas fica um pouco mais tranquilo por saber que eles moram afastados da cidade e que estão se cuidando bastante.

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