Nos EUA, estudante de Vargem conta como foi o enfrentamento da pandemia lá

A vargengrandense Rafaela Hees Zambelli mora em Nova York há dois anos e meio com o marido Flávio Zambelli. Ela é estudante do curso preparatório da faculdade de medicina e no começo de maio, a Gazeta a entrevistou para a série de reportagens sobre como os países estão enfrentando a pandemia de covid-19, sob os olhos dos vargengrandenses que moram fora do Brasil.
Na quarta-feira, dia 27, os Estados Unidos contavam com mais de 1,6 milhão de pessoas com a doença provocada pelo novo coronavírus, sendo mais de 99 mil mortos.
Ela lembrou que a pandemia teve início em 21 de janeiro de 2020, porém o primeiro registro nos EUA aconteceu em Santa Clara, na Califórnia, em 6 de fevereiro de 2020, já a primeira morte oficial ocorreu em Washington no dia 26 de fevereiro.
“Inicialmente, a notícia foi despreocupante, acreditávamos que seria mais um caso de ‘gripe’, assim como o presidente Trump havia afirmado: ‘É só uma pessoa que veio da China e temos tudo sob controle. Tudo ficará bem’, disse ele à emissora americana CNBC”, recordou.
Um mês e meio depois, a maior economia do mundo se tornou o epicentro mundial da pandemia de covid-19. “No dia 20 de março de 2020, Nova York e alguns outros estados seguem os passos da Califórnia, declarando definitivamente ‘shutdown’, a quarentena para nós”, contou.
“A partir desse momento, as coisas aqui começaram a ficar assustadoras, a cidade das luzes perdeu as cores, as ruas de Manhattan estavam vazias, policiais por todos os lados, orientando as pessoas a ficarem em casa. Os produtos das prateleiras dos supermercados desapareceram, não se achava mais álcool em gel, máscaras, luvas, prateleiras de supermercados completamente vazias”, disse.
Ela contou que a procura por esses produtos é tão grande, que nem pela Internet se consegue acessá-los. “Comprei algumas máscaras e luvas pelo amazon (site de entrega igual ao mercado livre) no dia 20 de fevereiro, até hoje não recebi na minha residência”, afirmou.
Rafaela comentou que a situação começou a ficar cada vez mais difícil, muitas pessoas perderam os empregos, os casos de covid-19 dobravam dia após dia, as aulas das universidades passaram a ser por aplicativo e todo o comércio e serviços foram fechados.

Rotina
“É muito difícil manter a mente e o corpo em equilíbrio quando se trata de ficar trancada dentro de casa. Muitas vezes recorro a séries no Netflix, filmes, passo tempo elaborando pratos uma vez que amo cozinhar, montei uma academia em casa, equipei tudo pra poder praticar exercícios, e as vezes meu marido e eu vamos praticar escaladas, caminhadas nas montanhas ou passeios de bike, tudo pra sair um pouco dessa loucura já que as atividades ao ar livre ainda estão sendo permitidas, claro que mantendo o distanciamento social”, contou.
“Hoje em dia em lugares públicos só é permito entrar com máscaras e luvas, ou então você é multado, e acredite, policiais estão na porta dos estabelecimentos checando”, afirmou.
“Sinto muita falta de fazer encontro com meus amigos aqui, uma vez que estamos longe, o que nos deixa mais calorosos, são as amizades que fazemos no decorrer do tempo, o verão que é a época mais esperada aqui em NY esse ano vai ser triste, não teremos praia, passeios de barco, pesca, tudo estará fechado”, observou.

Família
Ela disse que fala todos os dias com sua família pelo WhatsApp. “E todas as vezes imploro pra que todos se cuidem, tomem muito cuidado, se protejam, usem máscara, e nunca se esqueçam de levar sempre um álcool em gel na bolsa, de fácil acesso”, disse. “O coração fica apertado por estar longe e não poder cuidar, zelar pelos nossos”.
Economia
Para ela, o impacto econômico será grave. “Acreditamos que a crise econômica vai vir com força. Será um momento difícil não só para nós aqui, mas para a maior parte dos países, principalmente os subdesenvolvidos”, avaliou. “Temos que ser fortes, nos manter unidos, estender a mão ao próximo, agora e a hora de fazer o bem, porque juntos somos mais fortes”, afirmou.

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