Vargengrandense é voluntária em vacina contra a Covid-19

Ela tomou a vacina há mais de um mês e não sentiu nenhum efeito. Foto: Arquivo Pessoal

A vargengrandense Mariana Ramos Scolari, de 31 anos, é médica e foi uma das voluntárias a tomar a vacina contra o novo coronavírus (Covid-19), desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca, com coordenação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Fundação Lemann, em São Paulo.
A médica é filha de Maria Aparecida Ramos Scolari e Rubens Scolari, ambos moradores de Vargem, e irmã de Mário Augusto Ramos Scolari, que morou em Vargem até 2011. Ela contou que morou na cidade até 2006 e foi para São Paulo para fazer faculdade. Formada em medicina pela Universidade de São Paulo (USP), ela atualmente faz residência em radiologia na Unifesp.
Ao todo, já há seis vacinas em estágio de testes de imunização, a fase três, no mundo todo. Mariana explicou que, como Oxford fez uma parceria com a Unifesp, onde trabalha, eles chamaram alguns voluntários da Saúde para participar.
A médica relatou que tomou a vacina há mais de um mês, no dia 20 de julho, mas antes disso, teve que responder um questionário e fazer uma bateria de exames. “Respondemos um questionário primeiro para saber se temos alguma doença, se temos reações diversas. São muitas perguntas a respeito da nossa saúde e ocupação”, disse.
“Nesse dia, fazem exames para ver se a pessoa já não tem imunoglobulina positiva para a Covid, ou seja, se já pegou. Porque tem gente que já pegou e não sente nada. Então eles observam, fazem teste de gravidez nas mulheres, fazem diversos exames, até pra saber se você está saudável e bem”, comentou.
Ela contou que esse é um estudo randomizado, onde os pacientes são divididos, de forma aleatória, em dois grupos. “Um grupo que vai receber a vacina da ACWY, que é uma vacina contra o meningococo, que seria o controle, e um grupo que seria a vacina do covid. Quem toma não sabe, então não sei qual das duas tomei, mas por ser uma fase de experimento tem que ter esse cuidado de testar um que não é a vacina do covid, que é a ACWY, e a do covid, pra ver como vai ser os resultados” explicou.
Segundo Mariana, quando retornou para tomar a vacina, outra leva de exames foi feita. Em seguida, após tomar a dose, ela disse que os pacientes devem esperar 30 minutos antes de serem liberados. “Isso eles pedem para ver se não vai dar nenhuma reação alérgica, nem nada disso. Eles dão paracetamol e pedem para tomar de seis em seis horas, porque qualquer vacina, talvez no início, pode dar um pouquinho de febre”, falou.
Ela contou que, após a vacina, o centro monitora para ver se os pacientes estão bem. “Eles falam para tomar o remédio e qualquer coisa para entrar em contato, pegam o telefone e uma vez por semana eles mandam mensagens perguntando se teve alguma reação adversa ou sintoma de gripe, se sentiu qualquer coisa, e dão telefone para ficar disponível também”, contou.
De acordo com a médica, ela não sentiu nenhum efeito com a vacina e o período após a admisnitração do teste foi tranquilo. Logo, conforme contou, voltará para coletar novos exames e ver como estão os resultados.
Segundo ela, a saudade da família foi um grande impulsionador para a médica se voluntariar para participar desse estudo, segundo ela. “Estava com muita saudade dos meus pais e do meu irmão, porque como eu faço residência na Unifesp e trabalho em outros hospitais de plantão, tenho contato direto (com suspeitos da doença e pacientes com Covid-19), então eu era um risco bem grande e fiquei quase três meses sem vê-los”, lamentou.
Mariana pontuou que ainda vê uma expansão da pandemia. “Infelizmente, a transmissibilidade ainda está alta. Pode ter diminuído em relação ao que já foi, mas é bastante, inclusive em relação ao número de mortos, o que é bem triste”, disse.
Por isso, além da saudade, Mariana revelou que se voluntariou porque desejava realmente contribuir para a busca de uma solução para a pandemia. Ela falou das suas expectativas sobre a pesquisa. “Acho que esse estudo já está em uma fase muito boa de teste e que será uma vacina segura, bem testada, porque são duas instituições muito confiáveis, com bastante história. Estou muito confiante e esperançosa com essa vacina”, concluiu.

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