Declaração de bens dos candidatos vai de R$ 3 milhões a R$ 100,00

Todos esses dados podem ser acessados na página da Justiça Eleitoral Divulgacand 2020. Foto: Reprodução Internet

Serão mais de 130 candidatos a vereador nas eleições municipais que ocorrerão no próximo dia 15 de novembro, daqui a pouco mais de 30 dias e os eleitores de Vargem Grande do Sul terão de escolher entre eles, os 13 que vão comandar os destinos da Câmara Municipal para os próximos quatro anos.
Não parece ser tarefa fácil escolher dentre tantos, quem merece de fato cumprir o papel de elaborar e aprovar leis e principalmente, fiscalizar os atos do Executivo. Tão logo o jornal Gazeta de Vargem Grande publicou os nomes e também as fotos dos candidatos, houve na internet, junto às redes sociais, muitas manifestações questionando a formação dos candidatos e se eles teriam capacidade de serem legisladores à altura dos desafios que o município apresenta e se teriam competência para junto com o Poder Executivo, trabalhar para superar os muitos problemas que afetam a vida de mais de 43 mil vargengrandenses.

Perfil dos candidatos
A reportagem do jornal fez um levantamento junto à Justiça Eleitoral, no site divulgacandcontas.tse.jus.br, que pode ser acessado pela população e constatou que dos candidatos a vereador que tiveram suas candidaturas registradas e ainda vão depender de análise do Tribunal Eleitoral, pois estão aguardando julgamento, a maioria, 62,68%, nasceu em Vargem Grande do Sul e o outros nasceram principalmente em municípios vizinhos como São Sebastião da Grama, Casa Branca, São João da Boa Vista, Divinolândia e Itobi. Também há candidatos que vieram de algumas cidades do nordeste e do sul do Brasil.
Com relação à cor da pele, dez candidatos se declararam de cor parda e apenas cinco de cor preta. A grande maioria, 119 candidatos, se declarou de cor branca. Em porcentagem, ao analisar as 134 candidaturas, 88,80% dos candidatos são brancos, 7,46% são pardos e apenas 3,73% são pretos.
A questão da participação dos negros nas disputas eleitorais no Brasil vem ganhando ampla discussão na sociedade brasileira e o Supremo Tribunal Federal-STF julgou recentemente a proporcionalidade na divisão dos recursos de campanha entre candidatos negros e brancos e a mesma vai valer para as eleições municipais de 2020. 
O ministro Ricardo Lewandowski do Supremo Tribunal Federal (STF), ao depositar seu voto favorável na aprovação da divisão dos recursos proporcionalmente entre candidatos negros e brancos, afirmou que ela tende a “incentivar a apresentação de candidaturas de pessoas negras aos cargos eletivos nas disputas eleitorais que se travam em nosso País, já a partir deste ano, prestam homenagem aos valores constitucionais da cidadania e da dignidade humana, bem como à exortação, abrigada no preâmbulo do texto magno, de construirmos todos, uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social, livre de quaisquer formas de discriminação”.

Escolaridade: maioria dos candidatos tem ensino médio completo
Com relação à escolaridade dos candidatos a vereador, 22 disseram que têm apenas o ensino fundamental completo, o que significa 16,4%, e 20, que representam 14,9%, não terminaram o ensino fundamental, que é obrigatório no Brasil e tem duração de nove anos, abrangendo a população com idade entre 6 e14 anos. Ele tem como objetivo principal a formação básica do cidadão, sendo necessário que o aluno tenha o domínio da leitura e da escrita para o desenvolvimento e a capacidade de obter novos conhecimentos através deste tempo de estudos.
O ensino médio, antigo segundo grau, é considerado a última fase do ensino básico do jovem, quando são aprofundados o que ele aprendeu até o nono ano do ensino fundamental e tem por finalidade também preparar o aluno para o ensino superior. Dos candidatos inscritos junto à Justiça Eleitoral, 42 deles, que dá um total de 31,3%, disseram que terminaram o ensino médio e sete, 5,2%, deixaram de concluí-lo.
Já com curso superior, ou seja, os candidatos a vereador que fizeram uma faculdade ou universidade e através delas tem uma formação específica, são em número de 32, ou seja, em torno de 23,8%, sendo que oito candidatos, 5,9%, começaram uma faculdade e não terminaram. Apenas dois candidatos se apresentaram como não tendo feito o ensino fundamental, mas declararam que sabem ler e escrever.

Bens: grande parte dos candidatos não tem nada no nome
Com relação aos bens declarados pelos candidatos junto à Justiça Eleitoral, 41,53% deles declararam que não tinham nenhum patrimônio em seus nomes, sendo um deles, o ex-prefeito Celso Itaroti que é candidato a vereador pelo PTB. Quando foi candidato a prefeito na última eleição, Itaroti também declarou que não possuía nada em seu nome. Consta no site da Justiça Eleitoral, que 57 candidatos a vereador disseram que não possuem nenhum imóvel, veículo ou dinheiro em bancos.
O candidato a vereador que declarou possuir o maior valor em bens, foi Iletro Cachola, o conhecido Toco, que é candidato pelo PSDB e no site aparece o valor de R$ 1.145.230,00 declarado entre imóveis, carros e participação na sua empresa. Já o menor valor declarado foi da candidata Natália Machado, do PSDB, que disse possuir tão somente R$ 100,00 numa caderneta de poupança.
Todo os valores declarados pelos candidatos estão no site divulgacandcontas.tse.jus.br, são públicos e sua declaração é uma das obrigatoriedades dos candidatos junto à Justiça Eleitoral.
A declaração de bens funciona como uma radiografia do patrimônio dos candidatos no momento da eleição e segundo apurou o jornal, não têm relação com o que é declarado à Receita Federal no imposto de renda. Na pesquisa realizada pelo jornal, constatou que “a Justiça Eleitoral não julga nem aprova os valores declarados, mas se baseia neles em uma eventual investigação de abuso de poder econômico”, daí a responsabilidade dos candidatos em afirmar o que possuem junto à Justiça Eleitoral.

Informações dos candidatos a prefeito e vice

A Justiça Eleitoral através de sua página na Internet, também apresenta informações detalhadas sobre todos os candidatos a prefeito e vice que pediram registro de suas candidaturas. Assim, os candidatos a prefeito e vice pela coligação “O desenvolvimento precisa continuar!”, Amarildo Duzi Moraes (PSDB) e Celso Ribeiro (Podemos), cumpriram com o que determina a lei sobre suas contas eleitorais.
No site consta que Amarildo Duzi Moraes (PSDB) nasceu em Aguaí, tem curso superior completo e sua declaração de bens é no valor de R$ 381.363,53, sendo o maior valor o da sua casa, R$ 350 mil, além de um veículo, participação em sua empresa e saldos bancários. O limite de gasto em campanha aprovado pela Justiça Eleitoral para Amarildo, é no valor de R$ 123.077,42.
O seu candidato a vice, o ex-prefeito Celso Ribeiro do Podemos, é o que declarou o maior valor em bens à Justiça Eleitoral. Natural de Vargem, tendo como grau de instrução o ensino médio incompleto, Celso é empresário e na lista de bens declarados consta o valor de R$ 3.319.376,00, sendo que o maior valor dos bens listados, R$ 1.150.000,00, está a sua participação na empresa Novo Jardim São Paulo Empreendimentos Imobiliários, onde possui 50% do capital social, juntamente com seu irmão Marco Antônio Ribeiro. Também aparece na declaração, sua casa residencial, terrenos, imóvel rural e veículos.
O candidato a prefeito José Carlos Rossi da coligação “Primeiro os que mais precisam”, declarou-se pardo, tem o curso superior completo, é natural de Vargem e o valor declarado de seus bens é de R$ 600.000,00, tratando-se de um imóvel em Vargem. Também Rossi tem como limite de gasto em campanha aprovado pela Justiça Eleitoral o valor de R$ 123.077,42.
O seu vice, o empresário Eduardo Taú, é natural de São Paulo, tem o ensino médio completo e totalizam seus bens o valor de R$ 19.500,00, tratando-se de três veículos declarados à Justiça Eleitoral.

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