Nível da represa cai 1,33m

Bancos de areia continuam a aumentar na represa. Fotos: Reportagem

Se na reportagem realizada pela Gazeta de Vargem Grande na edição do dia 10 de outubro foi usado o termo “alerta vermelho” para a situação em que se encontrava a Represa Eduíno Sbardellini, cujas águas que abastecem o município haviam baixado cerca de um metro, passados quase um mês a situação só piorou e nesta sexta-feira, segundo informações do Serviço Autônomo de Água (SAE), o nível baixou 1,33m, o que demonstra a situação crítica a que está chegando a principal fonte de abastecimento de água de Vargem Grande do Sul.
Não choveu neste intervalo de tempo o que era esperado e com o aumento do calor e do consumo, a esperança é que a partir desta segunda-feira chova um pouco mais junto às nascentes do Rio Verde para que a represa possa aguentar, caso contrário, um racionamento mais forte dever acontecer.
Atualmente o racionamento está ocorrendo das 8h às 14h, mas se não chover o suficiente, o SAE estuda estender a suspensão do fornecimento de seis para oito horas diárias, podendo chegar até 12 horas de racionamento todos os dias, conforme já mencionado na reportagem do dia 24 de outubro publicada pelo jornal.
No dia 25 de setembro, com a situação da seca piorando e a represa já apresentando sinais críticos, o prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB) decretou “Estado de Alerta de Desabastecimento de Água”, que entrou em vigor na segunda-feira, dia 28, vigorando pelo período de até 60 dias.
Previsão de chuvas é para segunda-feira. Segundo dados obtidos junto ao site Climatempo, a previsão é de que a partir de segunda-feira, dia 9 de novembro, comece a chover na cidade e também na região, estando previsto pancadas de chuva a tarde e a noite em torno de 9mm, na terça mais 10mm, na quarta mais 15mm e na quinta mais 18mm, o que totalizaria 52 mm, podendo dar um pouco de alívio se de fato ocorrer e aumentar o volume da represa.
O superintendente do SAE, Klabin Dei Romero, em entrevista ao jornal Gazeta de Vargem Grande disse que as chuvas que ocorreram nestes dias não foram consistentes, e que a situação é crítica, pois a represa nunca chegou a ter um nível tão baixo como o de agora.
Lembrou que na séria crise hídrica que houve em todo o Estado em 2014 e 2015, a represa chegou a baixar o nível em 81cm, contra os atuais 1,33m de agora. Ele, porém, está esperançoso com a possibilidade de que chova o suficiente na semana que vem para evitar um racionamento mais drástico. “Tem que chover uma boa quantidade no lugar certo, junto às nascentes do Rio Verde, na Serra da Mantiqueira”, falou. Mas, realístico, lembrou que houve várias previsões de chuvas neste período e elas não aconteceram.
Indagado sobre como anda a questão das irrigações de plantações junto às nascentes do Rio Verde, Klabin disse que recentemente um técnico do DAEE esteve visitando algumas propriedades no local, fiscalizando e conscientizando os produtores rurais de evitar a captação de água neste período de seca, uma vez que a prioridade das águas do Rio Verde é para o abastecimento da população vargengrandense.

Água de açude particular já ajudou a encher a represa
As grandes secas que aconteceram em 2014 e 2015, foram objetos de amplas reportagens da Gazeta de Vargem Grande na ocasião. Uma que chamou a atenção, foi a publicada em 22 de novembro de 2014, que tinha como manchete, “Com ajuda de água de açude particular, represa sobe 40% o nível de água”.
Na ocasião, o então prefeito Celso Itaroti (PTB) assinou um decreto requisitando a captação de água em dois açudes particulares com a finalidade de atender as necessidades gerais e pontuais de Vargem Grande do Sul com relação ao abastecimento de água. Um dos açudes ficava ao lado do Rio Verde, próximo ao Bosque Municipal de propriedade do empresário Libânio Coracini Filho e o outro acima da rodovia para São Sebastião da Grama, próximo à barragem de propriedade de Humberto Locoselli.
Na época o Executivo ponderou que o nível da represa caía em ritmo acelerado, pondo em risco o funcionamento das bombas de captação, que deviam funcionar submersas a dois metros da superfície e que estavam a um metro da linha d’água.
Segundo apurou o jornal, o açude que teve as comportas abertas foi o localizado acima da barragem, mas como a operação não seguiu os trâmites legais, os funcionários do SAE tiveram de logo em seguida, fechar as comportas, pois o proprietário teria buscado seus direitos na Justiça.
As chuvas que vieram em seguida, deram novo alento à represa, que restabeleceu seus níveis sem precisar que novas medidas como a tomada fossem necessárias. Como podemos depreender da matéria, as chuvas só voltaram a se regularizar naquele ano no final de novembro.
Não se sabe se o prefeito Amarildo Duzi Moraes deverá tomar uma medida igual a que o ex-prefeito Itaroti tomou em 2014. Mas, se a seca persistir e o nível da represa continuar baixando, haverá poucas margens de manobras ao prefeito atual, caso não chova em abundância nos próximos dias.

Bancos de areia continuam a aumentar na represa

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