Presidente da Câmara não informa quem o ameaçou e chantageou

Indagado pelo jornal, Paulo Cesar da Costa não quis revelar quem o estaria ameaçando

O presidente da Câmara de Vargem, vereador Paulo Cesar da Costa (PSB), protagonizou na última semana, uma situação que mexeu com os meios políticos da cidade ao denunciar em seu perfil no Facebook no dia 1º de dezembro, os seguintes dizeres: “Estarei protocolando nesta quarta-feira, 02/12, junto à Justiça Eleitoral de nossa cidade, pedindo uma audiência com o promotor eleitoral, para tratar sobre ameaça e chantagem sobre o meu mandato como vereador eleito com 931 votos. Tudo isto é por causa da nova mesa diretora da Câmara de 2021”.
Por se tratar de uma ameaça e chantagem ao presidente do Poder Legislativo da cidade, a Gazeta entrevistou o vereador na ocasião e ele afirmou que não iria falar quem o teria ameaçado ou chantageado e que iria aguardar a votação do Projeto de Resolução nº 08/2020 de iniciativa de Célio Santa Maria (PSB), Fernando Donizete Ribeiro (Republicanos) e do próprio presidente.
A ameaça foi matéria de destaque do jornal e passada a votação do Projeto de Resolução nº 08/2020 na sessão do dia 7, a Gazeta voltou a procurar Paulinho para que o mesmo agora se manifestasse a respeito de quem o teria ameaçado e chantageado e qual seria o motivo. A reportagem esteve na Câmara durante o início desta semana e o presidente disse que não poderia falar a respeito pois estava ocupado. Foi então enviado várias perguntas ao vereador através de seu e-mail e também no da Câmara e até o fechamento da presente matéria, não houve retorno de respostas. O jornal também tentou entrar em contato com o assessor especial da presidência da Câmara, advogado Valter Luís de Mello, que também não pode atender ao jornal naquele momento.
Toda a questão envolvendo as “denúncias” de ameaça e chantagem do presidente da Câmara Municipal parece remeter ao jogo político e de poder que passa pela última eleição municipal e também pela eleição do próximo presidente do Legislativo.
Segundo os bastidores políticos, Paulinho teria rompido com o atual presidente do PSB, José Ricardo Buosi, o ex-vice prefeito Zé da Kibon e a causa poderia ser sua aproximação e apoio à candidatura do prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB) e seu vice Celso Ribeiro (Podemos), contrariando a posição política de Zé da Kibon que apoiou abertamente o candidato José Carlos Rossi do PSD. Em entrevista à Gazeta na semana passada, Zé da Kibon negou que conhecesse qualquer tipo de ameaça ou chantagem contra Paulinho e disse que quem se sente ameaçado, deve fazer um Boletim de Ocorrência a respeito.
Outro fator que pode ter levado a Paulinho ter publicado que estaria sendo ameaçado e chantageado, foi sua posição em querer ser candidato à reeleição da presidência da Câmara em 2021. A reeleição neste caso proibida pelo Regimento Interno, mas Paulinho e outros vereadores queriam através de um Projeto de Resolução, permitir que fosse possível sua reeleição e dos membros da Mesa Diretora, o que acabou não acontecendo, pois o projeto foi rejeitado pela maioria.
O jornal com a intenção de levar aos seus leitores e também à população vargengrandense o que se passa entre os políticos que eles elegeram para conduzir os destinos da cidade e também para que todos pudessem saber quem estaria ameaçando e chantageando o presidente do Poder Legislativo e quais os motivos que estariam por detrás destas ameaças, enviou as uma série de perguntas ao vereador Paulo Cesar da Costa e que até o fechamento da presente edição, não foram respondidas.

Sem resposta
Foi perguntado se após a sessão, Paulinho foi procurar o Ministério Público como afirmou que faria para denunciar quem o estava ameaçando e chantageando. Ameaçar e chantagear o presidente do Poder Legislativo é algo gravíssimo e a população tem o direito de saber quais os motivos e quem o ameaça. Outro questionamento foi acerca de comentários dos bastidores políticos onde foram citados os nomes do presidente do PSB, José Ricardo Buosi e também do economista Lúcio Funaro como sendo as pessoas que o teriam ameaçado.
Na quarta-feira, o ex-prefeito Celso Itaroti, que foi eleito vereador para a próxima legislatura, esteve no gabinete da presidência da Câmara. A Gazeta perguntou então se procede a informação de que Paulinho teria fechado com o grupo liderado por Itaroti e se vai apoiá-lo para a presidência da Câmara Municipal em 2022. Perguntou também se Paulinho votaria em Itaroti caso seja candidato a presidente do Legislativo.
O grupo liderado por Itaroti, ao que tudo indica, deve fazer oposição à administração do prefeito reeleito Amarildo. Assim, a Gazeta perguntou se Paulinho está fechado com este grupo liderado por Itaroti.
Possibilidades
Conhecido por sua participação como vereador, principalmente no tocante à busca de verbas para a cidade, Paulinho foi reeleito para seu quarto mandato, sendo um dos vereadores mais votados na última eleição. Também ocupou a presidência do Legislativo este ano e como servidor público municipal, é um dos principais representantes desta categoria junto ao Legislativo. Ao encerrar seu mandato como presidente da Casa Legislativa, Paulinho que poderia fechar com chave de ouro sua gestão, se viu às voltas com a possibilidade de se reeleger, o que não aconteceu. Também poderia ter contribuído para a união dos vereadores, abrindo mão da reeleição, dando mais espaço e liderando os novos políticos que estão chegando ao Legislativo.
Há uma possibilidade do vereador se aliar ao ex-prefeito Celso Itaroti, que volta agora à Câmara, mas que carrega em sua biografia política, ser réu em cerca de cinco ações na Justiça por improbidade administrativa quando prefeito da cidade, sendo que já foi condenado em duas em primeira instância. Uma possibilidade conflitante com a postura de Paulinho, que sempre se pautou em combater erros da administração municipal.

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