Pe. Denis: “Haverá Natal?”

Pe. Denis Aparecido Crivelari, da Paróquia de Sant'Ana

Pe. Denis Crivelari – Paróquia Sant’Ana
O profeta Isaías no seu texto nos diz: «Habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles» (Is 9, 1). Estamos as portas de celebrarmos o Natal de Jesus, e uma pergunta paira em nossos corações ao olharmos para esse ano de 2020 e vermos a humanidade afligida e assombrada por essa pandemia do coronavírus: há algo para ser celebrado?
Sim! Celebramos o amor divino, o amor que transforma a vida, renova a história, liberta do mal, infunde paz e alegria. No Natal, foi-nos mostrado o amor de Deus: é Jesus. Em Jesus, o Altíssimo fez-Se pequenino, para ser amado por nós. Em Jesus, Deus fez-Se Menino, para Se deixar abraçar por nós. A vinda de Deus ao nosso mundo é uma graça para nos dizer que é completamente gratuita. Enquanto aqui, na terra, tudo parece seguir a lógica do dar para receber, Deus chega de graça. O seu amor ultrapassa qualquer possibilidade de negócio: nada fizemos para o merecer, e nunca poderemos retribuí-lo.
No Natal, damo-nos conta de que, não sendo nós capazes da altura d’Ele, por amor nosso desceu à nossa pequenez; vivendo preocupados apenas com os nossos interesses, veio Ele habitar entre nós. O Natal lembra-nos que Deus continua a amar todo o homem, mesmo o pior. Hoje diz a mim, a ti, a cada um de nós: «Amo-te e sempre te amarei; és precioso aos meus olhos». Deus não te ama, porque pensas certo e te comportas bem; ama-te… e basta! O seu amor é incondicional, não depende de ti. Podes ter ideias erradas, podes tê-las combinado de todas as cores, mas o Senhor não desiste de te querer bem.
Quantas vezes pensamos que Deus é bom, se formos bons; e castiga-nos, se formos maus; mas não é assim! Nos nossos pecados, continua a amar-nos. O seu amor não muda, não é melindroso; é fiel, é paciente. Eis o dom que encontramos no Natal: com maravilha, descobrimos que no Senhor está toda a gratuidade possível, toda a ternura possível. A sua glória não nos encandeia, nem a sua presença nos assusta. Nasce pobre de tudo, para nos conquistar com a riqueza do seu amor.
Antes que ir à procura de Deus, deixe-se ser procurar por Ele. Não partamos das nossas capacidades, mas da sua graça, porque é Ele, Jesus, o Salvador. Fixemos o olhar no Menino e deixemo-nos envolver pela sua ternura.
Gostaria de encerrar partilhando essa bela reflexão de Natal de um padre espanhol publicado recentemente e que nos ajudará a refletir sobre o Natal nesse tempo de pandemia:

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