A terceira onda

Explosão de casos em janeiro motivou mudança do Gripário para local mais amplo

Depois de dias em ritmo acelerado em Vargem Grande do Sul a vacinação contra a covid-19 foi mais devagar na cidade durante a semana. A falta de doses do imunizante em todo país para serem aplicadas na população pode ser a explicação.
Esse apagão da vacina, que ocorreu em todo país, coloca o Brasil em situação muito vulnerável a uma possível terceira onda de casos da covid-19. Outra notícia que deixa todo o país em alerta foi a confirmação de casos da nova cepa indiana no Maranhão. Se a variante identificada em Manaus deixou estados com praticamente todos os leitos de UTI tomados, essa nova forma do coronavírus potencialmente muito mais transmissível do que a própria cepa do Amazonas pode causar uma situação com maior gravidade em todo país do que a ocorrida nos últimos meses.
Em Vargem Grande do Sul, o que tem preocupado é o aumento dos pacientes pelo Gripário, onde os casos suspeitos de covid-19, além de outras doenças respiratórias e também gripe são diagnosticadas. Somente nesta quinta-feira dia 20, por exemplo, 61 pacientes procuraram o gripário desse total 36 foram orientados a permanecer em casa e fazer o exame de Covid-19.
Durante esta semana, também o número de casos novos registrados da doença em Vargem Grande do Sul aumentou consideravelmente. Do último sábado, dia 15, até esta quinta-feira, dia 20, foram confirmados 83 novos casos na cidade. Saltou de 2.165 para 2.248 o total registrado. Outro fator bastante preocupante foi o registro de quatro novos óbitos pela doença em Vargem.
Todos esses dados colocam a cidade em situação de alerta para uma nova onda de casos. Além disso, algo que preocupa as autoridades sanitárias é a safra da batata que começa agora, mas que se intensificam no segundo semestre.
Além das centenas de trabalhadores rurais que vêm morar na cidade para atuar na colheita há também um trânsito intenso de motorista de caminhão, negociadores e outros trabalhadores dessa cadeia produtiva que circulam por Vargem e demais municípios. Foi exatamente setembro e outubro do ano passado, os meses que concentraram o maior número de casos e também de óbitos pela Covid-19 no município em 2020.
Com base no que aconteceu no ano passado, nas medidas que foram adotadas, nas descobertas recentes sobre a doença e na intensificação da vacina em toda cidade o departamento Municipal de Saúde, em parceria com as associações e trabalhadores da safra da batata, discutiu um novo protocolo para a recepção e também para trabalho das centenas de pessoas envolvidas na colheita para esse ano.
Tudo que foi realizado em Vargem Grande do Sul nos últimos meses de enfrentamento da covid-19 penalizaram em muito comerciantes, trabalhadores autônomos, além de uma série de pessoas que viram seus empregos sumirem, sua renda cair, além de acompanhar os boletos se avolumando e as contas atrasando. No entanto, o mais precioso foi poupado. Essas medidas de restrição adotadas em todo Estado e seguidas à risca pela prefeitura, além da colaboração de grande parte da população vargengrandense, trouxeram um resultado positivo para a cidade. Dados compilados pelo Portal Transparência Registros apontam que entre todas as cidades da região, Vargem foi a única que em 2021 registrou mais nascimentos do que óbitos. A diferença em cidades como Divinolândia e São João da Boa Vista impressiona. Em ambas as cidades vizinhas, a Covid-19 foi o que levou ao número tão alto de óbitos.
Para que a terceira onda não atinja Vargem com efeito mais destruidor que a segunda, é necessário que as pessoas sigam colaborando com as medidas adotadas pelas autoridades sanitárias do Estado e do município.
A cidade segue com ritmo muito bom de vacina quando as doses chegam. No entanto, manter o distanciamento social ainda é complemento importantíssimo para restrição do aumento de casos, não só em Vargem, mas em todo o país. Ainda é preciso que muitos sigam mais semanas, eventualmente mais alguns meses, mantendo essas medidas que exigem tanto das pessoas. Mas até o momento, vacina e isolamento social seguem como as respostas mais efetivas no combate à Covid-19.

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