Moradora do Jd. Iracema critica racionamento radical no bairro

Na Vila Santa Terezinha, moradora armazena água do enxague da máquina de lavar para usar na limpeza do quintal. Fotos: Arquivo Pessoal

A falta de água no Jardim Iracema vem sendo discutida há anos. A Gazeta de Vargem Grande inclusive já foi procurada diversas vezes na busca desesperada de uma solução para os moradores. A situação se agravou com o racionamento de água em virtude da estiagem, que passou a vigorar na semana passada. Com a interrupção no fornecimento de água em todos os bairros das 6h às 12h no dia 1º, os moradores do Jardim Iracema passaram a viver em um racionamento radical.
Rosângela Maria Bento, de 53 anos, mora com o esposo no Jardim Iracema, na Rua Luzia Dota. Ela procurou o jornal e contou que no bairro, a água tem acabado entre 8h e 8h30 e voltado apenas de madrugada. “Esse é o problema. Eu nem sei que hora que a água volta, porque eu vou dormir às 22h ou 23h e ela ainda não voltou”, relatou.
A mulher comentou que com esta situação, ações simples como lavar roupa se tornou um verdadeiro desafio. “Dentro de casa eu faço economia, porque tenho reservatório, mas e quem não tem? Minha vizinha da frente, por exemplo, tem duas crianças e tem dia que vai dormir sem tomar banho”, contou.
Para ela o racionamento de água é necessário. “Eu acho que deve haver sim o racionamento, mas não tão radical como está sendo em nosso bairro. Está certo racionar água, mas acontece que tem que ser o racionamento certo, não deixar a gente a ver navios, sem água. Não falou que seria das 6h ao meio-dia? Cadê? Que meio dia é esse que acabamos ficando até 13h ou 14h sem água?”, questionou.
Rosângela esclareceu que embora a situação esteja pior agora, o problema não é devido apenas à suspensão do abastecimento causado pela estiagem. “Já faz muito tempo que está acontecendo essas situações. O prefeito Amarildo Duzi Moraes prometeu que faria um reservatório para nós e falou que levaria cerca de seis meses, mas até agora nada, já nem sei mais quanto tempo faz. Então eu acho que quando não pode cumprir o que promete, não deve fazer a promessa, porque nós temos que cobrar o que foi prometido”, disse.
“Mesmo antes da pandemia já era difícil ter água o dia inteiro, é coisa rara, agora com o racionamento piorou. O dia que eu liguei para questionar da água, o rapaz da caixa d’água disse que não poderia fazer nada, que eu tinha que conversar com o prefeito”, lamentou.
Para passar pela situação e realizar as tarefas necessárias, a moradora vem guardando água em baldes. Contudo, ela contou que a água que chega em sua casa não aparenta estar tratada, já que chega com resquícios de sujeira. No sábado, dia 4, os moradores já estavam há 13 horas sem água e Rosângela ligou no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAE) para questionar sobre o fornecimento de água ao bairro. “O rapaz que me atendeu disse que não poderia fazer nada, que eu tinha que conversar com o prefeito, que era pra eu reclamar com ele. Eu não quero reclamar, o que eu quero ver é se tem alguma solução para nós”, finalizou.

Moradora do jardim Iracema mostra torneira sem água durante a tarde da sexta-feira

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