Comarca de Vargem comemorou 50 anos

Uma das conquistas históricas de Vargem Grande do Sul foi a instalação da Comarca no município. Uma luta que teve início em 1923com a primeira comissão montada com este objetivo na cidade. A Comarca só foi aprovada pelo governo no final de 1958 e foi instalada anos depois, apenas no dia 18 de janeiro de 1969.

De acordo com o livro “História da Câmara Municipal de Vargem Grande do Sul”, elaborado por Zezé Miranda e Dôra Avanzi na legislatura presidida por Luís Antônio Ribeiro Cavalheiro, o conhecido Totonho, em 3 de setembro de 1923, Francisco Thomaz de Andrade nomeou uma comissão para levantar dados, visando a criação da Comarca de Vargem Grande do Sul. A comissão era composta pelos vereadores Francisco Álvares Florence e Carino da Gama Corrêa e por José Amaro Rangel Corrêa, o major Corrêa, natural de Petrópolis (RJ).

Vargem continuou buscando a sua própria Comarca nas décadas seguintes. De acordo com o levantamento realizado pelo estudioso da história da cidade, Mario Poggio Junior, somente na década de 1950 essa reivindicação começou a ser atendida.

Na época, o deputado Germinal Feijó, que atuava pela região, pediu e defendeu a inclusão da criação da Comarca no “Plano Quinquenal de 1959/1963”, aprovado em 29 de dezembro de 1958.

A sessão legislativa da Assembleia do Estado teve a presença de grande público, já que criou 27 novas comarcas e 70 novos municípios.

Muitos representantes de Vargem compareceram, como Alfeu Rodrigues do Patrocínio, que era prefeito; Ângelo Cipolla; Antônio Avanzi Sobrinho; Antônio Buzato; Antônio Longuini Neto; Antônio Pinto Fontão; Antônio Ribeiro Filho; Aristóteles Dias de Carvalho; Arlindo Carmineti; monsenhor Celestino C. Garcia, vigário da Paróquia; professor Henrique de Brito Novaes; João Gasparini Filho; José Ferreira Varzim; José Ribeiro de Andrade; Pedro Cipolla; Pedro dos Santos Tatoni; Rafael Carmineti; Santiago Aliende, que era vice-prefeito; Turíbio dos Santos; Vicente Cipolla; Walter Tatoni, presidente da Câmara Municipal e Washington Rodrigues Novaes.

1969

Porém, a efetivação da Comarca só veio em 18 de janeiro de 1969, com a presença do então secretário da Justiça, Luiz Francisco da Silva Carvalho e do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Márcio Martins Ferreira. O primeiro juiz da cidade foi Carlos Roberto Gonçalves e o primeiro promotor, Armando Nogara. Na época, o prefeito era Nestor Bolonha.

Segundo o levantamento de Mario Poggio Junior, a comemoração varou o dia. Começou logo às 6h com a “Alvorada”, comandada pela Corporação Musical “Luiz Malatesta” e pela Banda Marcial da Força Pública, de Ribeirão Preto. Em seguida foi celebrada missa em ação de graças, na Igreja Matriz, pelo bispo diocesano Dom Tomás Vaquero.

A sessão solene de instalação da Comarca, foi realizada no edifício do Fórum, que atualmente abriga a Casa da Cultura. Logo após, houve um almoço oferecido às autoridades, na Sociedade Beneficente Brasileira.

À noite, foi realizado um desfile das fanfarras com a Banda Marcial da Escola D. Pedro II e Corporação Musical “D. Gabriela”, de São João da Boa Vista; Banda Musical Infanto Juvenil de Porto Ferreira; Corporação Musical da Cidade de Leme, regida pelo maestro Hary Bacciotti e o desfile da Escola Império do Samba, de Casa Branca. Houve ainda queima de fogos e baile na Sociedade Beneficente Brasileira e no Clube Vargengrandense.

Em seus estudos, Mario Poggio Jr ainda cita outros vargengrandenses que lutaram pela instalação da Comarca na cidade, como o professor Henrique de Brito Novaes, Roberto Alexandre Ferrari que também lutou pela instalação de uma subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Vargem Grande do Sul.

Segunda Vara

Com o passar dos anos, Vargem Grande do Sul passou a necessitar da ampliação das atividades do Fórum. Foi quando teve início a luta pela criação de uma segunda Vara da Justiça na cidade. Em setembro de 2012, depois de mais de 12 anos, finalmente foi instalada a segunda Vara na cidade.

Participaram da solenidade realizada na ocasião o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ivan Sartori, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Barros Munhoz e o então prefeito de Vargem Grande do Sul, Amarildo Duzi Moraes.

Na ocasião, o juiz responsável pelo novo cartório, Christian Robinson Teixeira, que ainda hoje atua na cidade, também falou sobre a luta para a instalação de mais uma Vara Judicial em Vargem.

Atualmente a Comarca possui duas varas judiciais, os juízes que atuam na cidade são Christian Robinson Teixeira e Marina Silos de Araújo. O Ministério Público é composto pelo promotor Leonardo Meizikas e a vaga aberta com a transferência da promotora Maria Carolina da Rocha Medrado Soffredi ainda não foi preenchida.

 

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