Os responsáveis pela maior colheita de inverno de batata em todo Brasil são os produtores de Vargem Grande do Sul e seus municípios vizinhos, que iniciaram a safra em julho, há aproximadamente três semanas. A batata é a principal cultura da cidade, o que gera centenas de empregos durante este período, que vai até outubro.
Segundo cotação divulgada pela Cooperativa dos Bataticultores da Região de Vargem Grande do Sul (Cooperbatata) e disponibilizada em seu site, no dia 22, a saca de 50 kg em atacado da batata asterix especial estava por R$ 93,33 e a batata padrão ágata especial por aproximadamente R$ 80,00, mesmos valores cotados pela tabela do Hortifruti/Cepea, na capital de São Paulo.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o centro de pesquisas econômicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), campus da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba, cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o preço da batata ágata especial teve recuo de 6 a 10%, ficando entre R$ 88,00 e R$ 101,00, no final de junho e início de junho.
O balanço foi publicado no dia 3 e o motivo da desvalorização, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, era o aumento de oferta decorrente da intensificação da safra das secas em algumas regiões, como o Sudoeste Paulista, e do início da safra de inverno, em Vargem. Devido à qualidade, a amplitude de preços ainda persiste, com mínimos de R$ 60,00 e máximos de R$ 140,00, mas com tendência de queda dia a dia pelo aumento da oferta.
No balanço da Cepea divulgado no dia 10, durante aquela semana, o preço da saca de 50 kg da batata ágata tipo especial teve pouca mudança nas centrais de distribuição, entre R$ 87,00 e R$ 97,00. Segundo atacadistas, a entrada ocorre principalmente das praças do Sudoeste Paulista e Vargem, Sul de Minas (MG) e Cerrado Mineiro (MG). Para a próxima semana, era esperado aumento da oferta pela intensificação da colheita de inverno.
O estudo mostrou que a praça deve apresentar boa produtividade, devido ao clima mais seco e ameno dos últimos meses, o qual favoreceu o desenvolvimento das plantas. A tendência para as próximas semanas é de queda nos preços, uma vez que a oferta deve se intensificar ainda mais. Segundo eles, no dia 15, a estimativa em Vargem já era de 20% da área colhida frente ao total da safra de inverno.
No dia 17, o balanço do Cepea mostrou que durante a semana, a batata ágata tipo especial, saca de 50 kg, novamente se desvalorizou nas Centrais de Distribuição, indo de R$ 77,00 a R$ 91,00.
De acordo com atacadistas, a qualidade varia em todas as praças de origem. No decorrer da semana, a amplitude foi de R$ 60 a R$ 120 nas capitais carioca e paulista e de R$ 60 a R$ 100 em Minas Gerais. O aumento da oferta aliado à demanda reduzida tem sido responsável pelas desvalorizações, que já eram previstas.
Na parcial de julho até o dia 17, segundo o Cepea, a batata ágata especial foi negociada no atacado paulistano a um preço 39% menor do que em junho. Para esta última semana, a tendência era que a oferta continuasse aumentando.
Como previsto, no final desta semana, o preço da batata na roça caiu para R$ 50,00 a saca, mas segundo apurou o jornal, chegou a ser comercializada no início do ano entre R$ 150,00 a R$ 200,00 a saca. Com a produção maior, o preço deu uma acomodada. “É o limite do custo, a R$ 50,00, se baixar mais, o produtor que não tiver uma boa produtividade pode arcar com prejuízo”, alertou o produtor José Roberto Rosseto. Ele disse ao jornal que a safra do ano passado foi bem melhor e que este ano está sendo razoável, não devendo dar prejuízo para quem está bem estabelecido no mercado de produção de batatas.
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