Maria Helena falou sobre cirurgias eletivas, transferência de pacientes, vaga de internações, medicamentos de alto custo, entre outros
A diretora do Departamento Municipal de Saúde, Maria Helena Zan, esteve presente na última sessão ordinária da Câmara Municipal, realizada na terça-feira, dia 19, atendendo solicitação dos vereadores para esclarecer dúvidas referente à Saúde.
Durante mais de uma hora, falou sobre diversos temas, como bairros da cidade que não contam com a cobertura dos agentes da saúde, dificuldades na transferência de pacientes do Posto de Pronto Atendimento (PPA) ao Hospital de Caridade, conduta médica, políticas voltadas a pessoas com autismo, transporte de pacientes e distribuição de kit alimentação.
A diretora de Saúde aproveitou para informar aos vereadores que Vargem está entre os 36 municípios destaque em condução da Saúde e também entre as cidades que mais investem na área no Estado. “Isso é muito importante para nós, estamos fazendo um trabalho de formiguinha, não dá pra atender a necessidade de todos, mas estamos fazendo o melhor e a nossa equipe está se dedicando bastante”, disse.
O vereador Paulo César da Costa, o Paulinho da Prefeitura (PSB), foi o primeiro a fazer questionamentos. Ele disse que a empresa que está prestando serviços para a área de exame não tem avisado pacientes sobre quando um médico falta. Maria Helena disse que houve problemas com documentação e que a empresa já está em outra clínica para atender melhor a população.
Sobre queixas relativas a alguns médicos, ela observou que as medidas cabíveis já foram tomadas e a empresa já foi notificada. Ela pediu que se os vereadores tiverem alguma reclamação por escrito e plausível que não chegou a ela, que repasse ao Departamento, porque só assim que é possível tomar medidas necessárias. Paulinho perguntou ainda sobre a reforma do PPA e foi informado que até dezembro é provável que a obra seja entregue.
Outro ponto abordado por Paulinho foi a falta de fraldas para as pessoas acamadas. A dirigente disse que há um controle rigoroso e que quase 300 pacientes fazem uso de fralda na cidade, o que corresponde a um custo de R$ 60 mil por mês. Ela disse que a prefeitura fornece cerca de 60% do uso ao paciente, mas quando há alguém que seja muito carente, solicitam a ida da assistência social na casa para oferecer mais.
Sobre cirurgias eletivas, Maria Helena comentou que não há fila, que estão com no máximo 70 cirurgias em espera e que em breve o plano de trabalho para essas operações deve ficar pronto.
Autismo
A vereadora Danutta de Figueiredo Falcão Rosseto (Republicanos) perguntou sobre as terapias de acompanhamento e tratamento, ressaltando que as demandas são altas, principalmente para pessoas com autismo. Ela pediu que a diretora de Saúde estude junto ao prefeito a oportunidade de trazer mais profissionais e abrir um centro específico.
Maria Helena ressaltou que a demanda é bem expressiva, principalmente no que se refere a pacientes com autismo. Ela disse que está discutindo com o prefeito e com a diretora do Departamento de Educação para organizar um serviço e que em breve haverá contratação de fonoaudióloga.
A vereadora também questionou a possibilidade de transporte específico para crianças com autismo. Ela disse se tratar de um pedido de mães, observando que os filhos acabam desregulando e entram em crise durante a viagem.
Viagens
Antônio Sérgio da Silva, o Serginho da Farmácia (PSDB) disse que há pacientes que passam por consulta em outras cidades e precisam voltar apenas para marcar o retorno. A diretora disse que quando sai a cirurgia o paciente já sai com o retorno marcado. Ela disse que iria checar a informação do vereador, pois para ela é inadmissível uma pessoa ir só para marcar retorno, pois isso tira o lugar de outro paciente.
Serginho pediu o apoio da diretora na distribuição do kit alimentação e Celso Itaroti (PTB) perguntou se há previsão de quando o kit será distribuído. Maria Helena informou que já está sendo conversado sobre o assunto, mas não há data ainda para o início.
Célio Santa Maria (PSB) questionou o horário de agendamento das ambulâncias, que é feito apenas das 8h às 11h. Maria Helena explicou que após esse horário, os servidores precisam elaborar o cronograma de viagens que são muitas, de 180 a 220 pacientes diariamente.
Agentes comunitários
O vereador Gláucio do Mototáxi (União Brasil) comentou que há algumas ruas do Jardim Dolores descobertas por agentes de saúde e que o posto no bairro está sem atendentes. Maria Helena disse que verá sobre o agente de saúde e que o local já conta com um atendente.
Vila Polar
Maicon Canato (Republicanos) apontou também a falta de cobertura na Vila Polar e questionou sobre a viabilidade de uma nova unidade para atender essa região da cidade. Paulinho lembrou que obteve recursos junto com a deputada federal Luiza Erundina (Psol) e com o atual deputado estadual Simão Pedro (PT) para a construção de mais uma Unidade Básica de Saúde. Informou ainda que está viabilizando o repasse de R$ 250 mil para a construção de uma sala de fisioterapia, além de R$ 150 mil para equipamentos, para ampliar o atendimento na Vila Polar.
A diretora de Saúde parabenizou o vereador e disse que há uma procura expressiva na região que está atendendo grande população da zona rural de Itobi.
PPA
Fernando Corretor (Republicanos) questionou o motivo do médico do PPA não ter autonomia para encaminhar pacientes ao Hospital. Maria Helena explicou que o médico do PPA é o único que tem autonomia para fazer isso e que o encaminhamento deve ser feito com critério. Se o médico do PPA deixar de encaminhar o paciente e mandá-lo para casa, ele é o responsável pelo paciente. Se ele encaminhar e o médico do Hospital decidir por não interná-lo, a responsabilidade é dele. Ela disse que os médicos podem se comunicar e o do Hospital dizer que não quer que encaminhe, mas que mesmo assim, o médico do PPA pode insistir em fazê-lo.
Fernando afirmou que há ordem de alguém impedindo que o médico do PPA faça esse encaminhamento. Maria Helena, por várias vezes, ressaltou que isso não procede e que a autonomia do médico é soberana e não se discute.
Itaroti perguntou se o médico tem autonomia para pedir exames, sendo respondido que quando for urgência, tem. Itaroti concordou com Fernando alegando que há alguém no Hospital que dificulta a internação de pacientes. Por sua vez, Maria Helena ponderou que não é a internação que resolverá o problema do paciente em alguns casos. Ela afirmou que verificará, pois os médicos do PPA têm condições de encaminhar os pacientes sim.
Itaroti diz que é preciso verificar também quando é pedido um exame e o paciente precisa ir para o postinho para marcar, pois a pessoa vai no PPA com dor na cabeça e no peito e até marcar o exame no posto do bairro demora. Maria Helena informou que há disponibilidade de fazer o exame quando é pedido pelo médico, em casos de urgência e emergência, e que exames não faltam.
Medicamentos de alto custo
Questionada por Paulinho, a diretora ainda esclareceu dados sobre medicamentos de alto custo, explicando que lamentavelmente existe uma demora de três meses para que comecem a chegar e que mesmo depois ainda pode haver falta do remédio. A demora, conforme informou, também pode acontecer se a pessoa deixa de entregar o processo no dia da renovação. Maria Helena também explicou que algumas doenças e determinados diagnósticos não abrangem o medicamento de alto custo.
Já Serginho falou sobre a distribuição de medicamentos em geral, perguntando sobre a possibilidade de oferecer mais pontos para isso, sugerindo a criação de um na Vila Polar. Maria Helena lembrou que há uma farmácia ao lado do PPA e a do Jardim Dolores. Ela ponderou que pode ser estudado a criação de um dispensário na Vila Polar, mas observou que também será necessário a presença de um farmacêutico neste local.
Saúde fala sobre vagas para pacientes de oncologia
A diretora de Saúde, Maria Helena Zan, durante sua participação na sessão de Câmara do dia 19, falou aos vereadores a respeito da demora em se obter vagas para tratamento de pacientes oncológicos.
Guilherme Nicolau (MDB), presidente da Câmara, sugeriu que o Departamento de Saúde contasse com uma assessoria de comunicação própria para esclarecer a população a respeito de alguns pontos. Ele deu como exemplo uma situação em que surgiram relatos em redes sociais de que, após intermédio de um vereador, um paciente conseguiu encaminhamento para uma internação, mas que o pedido estava parado pois o Executivo não teria assinado, inclusive teriam sugerido que o prefeito estaria “passeando” em Brasília e por isso o tal encaminhamento não teria sido assinado.
O vereador ressaltou que tudo não correspondia com a verdade e lamentou que boatos como esse ocorram, lembrando que casos assim acabam afetando pacientes e familiares. Ressaltou que a paciente estava medicada, sob cuidados de médicos e aguardando a transferência, que é regulada unicamente pela central regional, não havendo dependência de interferência de políticos.
Maria Helena destacou que é preciso respeitar a privacidade do paciente e evitar a exposição dos casos. Alegou que toda vez que é contatada por vereadores, informa que o paciente está assistido e sob cuidados.
Ela também comentou que compreende os sentimentos dos familiares ao serem informados a respeito da espera por vagas, mas explicou que para cada tipo de câncer diagnosticado, existe um centro de tratamento específico, que pode ser em São João da Boa Vista, Campinas, Barretos, Jaú, Bauru, Ribeirão Preto, por exemplo.
Comentou ainda que a demanda em cada um desses centros é alta, mas que assim que chega o diagnóstico o paciente é inserido no sistema e o Departamento de Saúde não mede esforços para enviar o malote do paciente para a cidade. No entanto, muitas vezes recebem como resposta que não há vagas e que é preciso aguardar. Ainda assim, Maria Helena ressaltou que os pacientes não costumam esperar mais de 40 dias para conseguir a vaga e quando ultrapassa esse período, o município segue cobrando até a inserção do paciente.