Prefeitura estuda desapropriar casarão da família Dutra

Imóvel histórico construído há 101 anos, o palacete pode abrigar o Departamento de Educação. Foto: Reportagem

Um decreto do prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB), publicado na edição do último sábado da Gazeta de Vargem Grande, tornou de utilidade pública o casarão pertencente à família Dutra, na esquina das ruas Batista Figueiredo e Bernardo Garcia. O palacete foi construído pela família D’Ávila Ribeiro, em 1916, e foi projetado pelo arquiteto José Speria.
Em entrevista concedida à Gazeta de Vargem Grande, o prefeito Amarildo respondeu a algumas questões formuladas pelo jornal sobre a possível desapropriação do casarão da Família Dutra para abrigar a futura sede do Departamento de Educação do município.
Segundo o prefeito, já houve um primeiro contato com a família proprietária do imóvel, informando que a prefeitura teria intenção em desapropriar o casarão. Amarildo deixou claro que o recurso a ser utilizado se houver a compra, será específico da Educação, de economias que estão sendo feitas no setor e visando gastar menos recursos públicos no futuro, com o pagamento de aluguéis. “Nas últimas administrações só com o aluguel da sede da Educação gastamos mais de R$ 300 mil”, explicou.
Ao ser indagado qual a importância de declarar o imóvel de utilidade pública, o prefeito primeiramente informou que o setor de Educação não tem uma sede e paga aluguel há muitos anos. “Além disso, o referido imóvel é um dos últimos existentes na região central que representa o patrimônio histórico da cidade durante a importante época do café. A fase áurea do café fez de Vargem o que ela é hoje e devemos este tributo a ela”, disse.
Ao contrário de cidades como Mococa, Casa Branca e Pinhal que conservam suas propriedades históricas, quase todos os casarões e imóveis desta época do desenvolvimento do município de Vargem foram destruídos, como foi há pouco tempo a estação ferroviária da antiga Mogiana, símbolo do empreendedorismo dos antigos vargengrandenses.
Sobre o valor a ser pago pelo antigo casarão, Amarildo disse que foram feitas duas avaliações através de peritos, mas por se tratar de recursos públicos, ele encaminhou um pedido ao Poder Judiciário para que este indique um perito para avaliar o referido imóvel. “Vamos fazer todo o processo com a maior transparência possível e o valor será definido pelo perito indicado pelo juízo da nossa Comarca”, afirmou o prefeito.
Nos contatos com a família, Amarildo afirmou que há outros interessados na aquisição do casarão com a intenção de derrubar o mesmo e construir um prédio com diversos andares. “A família Dutra deixou claro que não quer a demolição do imóvel e uma das maneiras de assegurarmos isso, foi o decreto de desapropriação que emitimos”, explicou.
Sobre a severa crise financeira que passa a prefeitura e a possibilidade da compra do imóvel, o prefeito asseverou que não existe a menor possibilidade da administração municipal pagar o valor em uma única parcela. “Dependendo do valor definido pela perícia, caso a prefeitura esteja de acordo e se a família proprietária concordar em receber em parcelas anuais, a compra poderá ser concretizada”, disse Amarildo.

Prefeitura já economizou mais de R$ 800 mil na Educação

Além de não pagar aluguel, outra explicação dada pelo prefeito para a compra do imóvel, foi com relação ao que já economizou na Educação só com a negociação de alguns contratos. “Todos sabem que herdamos uma dívida de mais de R$ 11 milhões, sendo que até agora já pagamos R$ 7,2 milhões. Conseguimos também economizar só nas negociações de dois contratos firmados na administração passada na área da Educação, o das apostilas do Anglo e do transporte de alunos, sem qualquer prejuízo para os estudantes, quase R$ 800 mil neste primeiro ano e será com economias assim, que poderemos comprar o casarão para a Educação”, falou o prefeito.
Ele explicou que se na administração passada, em três anos houvesse essa economia em dois contratos, o prédio já estava pago e a Educação teria uma sede própria e o município conservaria para o futuro a sua história. “O que se gastou a mais nos últimos anos na Educação só em dois contratos já daria para ter comprado com folga o casarão. Além do valor histórico que é inestimável, o imóvel ocupa uma área de praticamente 1.000m2, em um lugar privilegiado”, afirmou.
A Gazeta de Vargem Grande também perguntou ao prefeito sobre se haveria necessidade de alguma adaptação do imóvel e quando haveria a mudança. Amarildo disse que certamente o prédio seria adaptado, mas que preservaria todas suas características históricas e que como está tudo ainda sendo conversado, não há uma data específica, caso haja a negociação, da sede da Educação mudar para o novo endereço.

1 COMENTÁRIO

  1. boa tarde , segundo historia de meus familiares este casarão foi construido por meu avô para uso de minha familia e depois vendido a alguem não estipulado na historia , então não é veridica a historia de ter sido construido pelo sr. citado.

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