Açudes, rios e até a Barragem Eduíno Sbardelini têm sido usados por muita gente para se refrescar nesses dias quentes de Verão. A diversão, no entanto, esconde riscos muito grandes e coloca a Guarda Civil Municipal em alerta.
Em março completa-se quatro anos da tragédia na Barragem Eduíno Sbardelini, quando dois irmãos gêmeos morreram afogados após um deles entrar no lago em busca de uma bola. No dia 3 de março de 2014, Rafael e Gabriel Santos Silva, de 16 anos, moradores de Londrina (PR) que passavam uns dias em Vargem jogavam futebol pelo local, quando a bola caiu no lago. Rafael decidiu entrar para buscá-la e começou a se afogar. Seu irmão entrou para ajudar, porém os dois acabaram afundando e morrendo no local.
No dia 14 de fevereiro de 2013, Vinícius Leonardo Garcia, 13 anos, morreu vítima de afogamento em um açude nas imediações da Cohab V, conhecido pelos moradores do local como “mininha”.
No dia 11 de setembro de 2016, Marcelo Donizete Lindolfo o estava com os familiares realizando um piquenique junto ao Rio Jaguari, quando os seus dois filhos e um sobrinho nadavam em uma área considerada rasa do rio. Ao se afastarem dos demais, indo para uma área mais profunda, os meninos passaram a correr o risco de se afogarem. Diante do perigo, Marcelo se lançou no salvamento das crianças e conseguiu trazer os dois filhos para a margem do rio, enquanto o sobrinho era levado pela correnteza. Ao voltar para resgatá-lo, o lenhador conseguiu empurrar a criança até a margem oposta e, por motivos desconhecidos, acabou afundando nas águas do rio. Seu corpo foi encontrado três dias depois.
Outro ponto em que já houve mortes por afogamento é o açude Brasinha. Muito próximo à cidade, o açude é procurado por moradores de vários pontos de Vargem.
Esses são alguns dos casos recentes que comoveram a cidade e mostram como uma diversão pode acabar em tragédia. Especialmente no verão, com férias escolares e altas temperaturas. A Gazeta de Vargem Grande conversou com o subcomandante da GCM, Rogério Bocamino, que alertou sobre o problema.
Orientações
Ele observou que pais e responsáveis devem orientar seus filhos quanto aos riscos de se nadar em águas abertas, como é o caso de açudes, rios e represas. Lembrou ainda que a prefeitura dispõe de quatro piscinas públicas com acesso livre a toda a população, com toda a segurança necessária.
Rogério informou que a Guarda atua para a prevenção de acidentes e age quando flagra pessoas nadando em locais inadequados. “Crianças e adolescentes que forem surpreendidos nadando em situação que coloque em risco a própria vida são identificadas e passamos essas informações ao Conselho Tutelar para que os pais ou responsáveis sejam oficiados quanto essa imprudência”, disse.
De acordo com Rogério, somente na última semana, foram dois casos flagrados na Barragem Eduíno Sbardelini, onde é expressamente proibido nadar.
Riscos
De acordo com o subcomandante, em rios existe correnteza que facilmente leva a pessoa ao afogamento. Em barragens, rios e açudes o problema ainda é a densidade da água, como observou, que dificulta o nado, exigindo um esforço físico maior. Outro ponto é a visibilidade da água, que é bem menor do que em piscinas.
Ele alertou ainda que quem sabe nadar também está em risco nestes locais inadequados. “O fato de saber nadar e acreditar que possui experiência não significa segurança. Muito pelo contrário, As pessoas tendem a abusar e ficar mais suscetíveis a afogamentos”, ponderou.