Metralhadora de mentiras

O segundo turno da eleição poderá ser decidido sob a influência enorme de uma verdadeira metralhadora de mentiras. A rapidez com que as notícias falsas são transmitidas pelo aplicativo de conversas Whatsapp supera em muito a capacidade de jornalistas e das autoridades em checar os fatos e evidenciar os boatos. O resultado é muita gente acreditando em barbaridades sem tamanho.

Nesta semana, a Folha de São Paulo trouxe uma reportagem evidenciando a contribuição de empresários que compram pacotes de disparo em massa dessas mensagens pelo Whatsapp contra o PT, que tem Fernando Haddad como candidato, que disputa os votos com o deputado Jair Bolsonaro (PSL).

Ao invés da reportagem despertar nas pessoas o interesse em investigar o que tem recebido pelos grupos infinitos deste aplicativo, o poder de fogo foi direcionado contra a jornalista que denunciou a questão – que de tão séria, está sendo investigada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Ou seja, as pessoas não aprenderam nada e ao invés de analisar a mensagem se voltaram contra o mensageiro.

Independente do viés ideológico de cada eleitor, o cidadão precisa sempre manter o espírito crítico e desconfiar de toda a informação que recebe. Uma rápida busca em sites especializados pode mostrar que uma “revelação bombástica” não passa de um embuste.

Além disso, por mais que se possa criticar a linha editorial de cada veículo de comunicação, o jornalismo ainda é a melhor arma contra as notícias falsas. Um jornal sério não replica notícia falsa. Pelo simples fato de que jornalistas vão checar as informações, vão cruzar dados, vão fazer um trabalho sério para divulgarem os fatos da melhor maneira possível.

Nesses tempos de fake news e grupos de Whatsapp, desconfiar até de mensagens de bom-dia não faz mal a ninguém.

 

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