A Corporação Musical Luiz Malatesta celebrou na sexta-feira, dia 9, seu jubileu de ouro. A banda, que foi criada dia 15 de março de 1968 pelo então prefeito Nestor Bolonha, teve sua primeira apresentação oficial no dia 9 de novembro daquele mesmo ano, em uma cerimônia realizada na Praça da Matriz, com a bênção dos instrumentos pelo Monsenhor Celestino Cabrera Garcia. A data foi lembrada pelo vereador Wilsinho Fermoselli (DEM), em moção de louvor, aprovada por unanimidade pela Câmara, no dia 5.
Os ensaios da banda aconteciam no antigo Clube Vargengrandense e seu primeiro presidente foi o ceramista Alceu Morandin, que convidou Cássio Abraão Dutra, Carlos Sebastião Dutra e Lúcio Cossi para compor a diretoria. Nesta ocasião, exercia a função de maestro o músico Pedro Franchisquini, de São João da Boa Vista, porém o primeiro maestro a ensinar música aos participantes foi Torindo Fornari, de Divinolândia, conforme o histórico da banda relatado por Wilsinho na Câmara.
O patrono Luiz Malatesta nasceu em Padova, na Itália em 1878. Veio para o Brasil em 1888, desembarcando em Santos. Foi maestro e professor de música, contribuindo para a formação de vários músicos vargengrandenses, que transmitiram seu conhecimento através das gerações. Luiz Malatesta faleceu aos 82 anos em 29 de setembro de 1960 e foi sepultado no Cemitério da Saudade. Foi homenageado 8 anos depois com a criação da Corporação Musical.
A Banda é parte da história de Vargem Grande do Sul que continua viva até hoje. Marcou presença em datas solenes, visitas de autoridades, inauguração de obras, eventos esportivos e culturais, apresentações festivas em igrejas e marcha fúnebre. O Estatuto da Banda foi aprovado em 7 de setembro de 1968 e registrado em 6 de novembro de 1973, sendo reformulado em 2007 com auxílio do advogado Rodrigo Moreira Molina.
Em 2005, houve a restauração do jazigo do patrono da banda, Luiz Malatesta, uma iniciativa do vereador Wilsinho, na gestão do ex-prefeito Celso Ribeiro. Para a restauração, a prefeitura efetuou a compra do granito e a mão de obra foi cedida pelo empresário João Carlos Forti. A troca da placa do jazigo foi feita por doação dos colaboradores.
A banda hoje
Atualmente, a banda conta com 12 integrantes e é presidida desde 2015 por André Multini. “A banda está sobrevivendo. O interesse dos jovens de hoje acaba sendo outros e como só recebemos uma ajuda de custo mensal, que é dificultada a cada ano pela burocracia, temos cada vez menos músicos”, lamentou o presidente. “Este ano, a nossa ajuda financeira foi aprovada apenas cinco meses depois do início de nossas atividades”, contou.
Ao longo dos anos, a diminuição do número dos integrantes, fez com que a formação da Banda fosse alterada. “Não dependemos mais de maestro para nosso repertório. Embora eu seja maestro, exerço função de coordenador. Escrevo as músicas, ensaio a banda e toco junto com o naipe”, relatou.
As apresentações da Corporação são feitas por toda a cidade e municípios da região. “Apresentamos em qualquer lugar, desde que seja cedido água e lanche. Marcamos apresentações mensais em asilos, praças e também recebemos convites de cidades vizinhas, como Itobi, São José do Rio Pardo, São Sebastião da Grama e algumas cidades de Minas Gerais”, contou o presidente.
A próxima apresentação da banda será uma exibição de Natal na próxima quarta-feira, dia 14 de novembro, na comunidade Deus Proverá, em São José do Rio Pardo. “Em dezembro teremos mais apresentações, todo Natal a banda faz uma pequena turnê pela região, ano passado foram oito apresentações. Fiquem ligados no Facebook da banda: Big Band Luma”, alerta André.
Homenagem
Na última segunda-feira, dia 5, na Sessão da Câmara Municipal, Wilsinho propôs uma Moção de Louvor à Corporação Musical Luiz Malatesta pelos seus 50 anos, aprovada por unanimidade pelos vereadores.
Também na Sessão da Câmara, os vereadores discutiram a questão da abreviação do nome da Corporação Musical Luiz Malatesta, que desde 2015 passou a adotar a abreviatura “Luma”. O presidente da Banda explica o motivo da iniciativa. “O nome não foi alterado, essa foi apenas uma abreviação, como se fosse um apelido carinhoso. O ‘Lu’ é abreviação de Luiz, e o ‘Ma’ de Malatesta. Fizemos para ficar mais acessível para o pessoal achar a gente, pois quando falávamos do Facebook, do e-mail, de formas de contato para conseguirmos trabalhar mais e tocar mais, sempre havia dúvidas como ‘Luiz é com s ou z?’ e Malatesta ninguém entendia como escrevia, então nós entre os músicos decidimos abreviar”, justificou.
“Sempre tenho a oportunidade de falar no microfone enquanto estamos apresentando, falo das músicas, dos integrantes e falo que essa é a Banda Luiz Malatesta, de Vargem Grande do Sul. Sempre ressalto o nome, que não foi alterado nem mesmo em documentos, tudo que falamos, falamos Luiz Malatesta”, afirmou