A maternidade também é um desafio quando se está na casa dos 20 anos. Como prova Naiara Nery de Paula, de 25 anos, que foi mãe aos 22 anos de Bernardo Nery de Paula Lourenço, que hoje já está com 2 anos e meio. Ela contou à Gazeta os medos que enfrentou no início da gestação.
“Minha gravidez não foi planejada, no começo foi um susto bem grande, tinha muitos medos, como medo do parto, medo da falta de médicos e, principalmente, medo relacionado à má formação fetal ou doenças como micro e macrocefalia, pois na época que engravidei estava com o surto da doença”, relembrou. “Em cada ultrassonografia ficava bem tensa, mas ao final de todas o bebê estava bem e eu também”, disse.
A mãe de Bernardo contou também que ao entrar no oitavo mês teve rompimento da bolsa, de maneira inexplicável, e que a única opção foi o parto prematuro. “O parto aconteceu com 33 semanas e seis dias de getação. Meu maior desafio foi ter um bebezinho de pouco mais de 2 kg internado na UTI Neonatal, fora da cidade, em Mogi Guaçu. O hospital não oferecia leito para as mães da UTI, havia apenas uma sala de apoio onde podíamos passar o dia, mas não podíamos dormir. Todos os dias tinha que ir embora, deixar meu recém nascido e voltar para Vargem e no outro dia logo cedo ir novamente para vê-lo e amamentá-lo. Era muito triste, além de cansativo”, falou.
“Contei com muita ajuda, meus pais, meus sogros e minha irmã, que sempre foram muito prestativos. Mas principalmente tive ajuda da minha mãe e do meu noivo, que é o pai do Bernardo. Além de contar com a ajuda de um anjo chamado Lúcia, que trabalhava na cantina do hospital em Mogi Guaçu, que mesmo sem nos conhecer, viu nosso sofrimento em viajar todos os dias e nos acolheu em sua casa enquanto o Bernardo estava internado. Ela, sem dúvida, foi uma mãezona para gente e é um exemplo de pessoa do bem”, completou.
Após a alta, os desafios continuaram na amamentação. Naiara contou que seu filho engasgava com muita facilidade e que enfrenta dificuldades relacionadas à saúde até hoje. “O Bernardo tem Alergia Alimentar a proteína do leite (APLV) e do ovo. A população não tem muito conhecimento sobre a gravidade da doença e também são poucos lugares que conseguimos achar alimentos próprios, então é bem difícil”, comentou.
Mesmo com os grandes desafios que já enfrentou e ainda enfrenta, a mãe conta que a maternidade é cheia de fases. “Dificilmente vamos ver uma mãe dizendo que a maternidade é fácil. Ela não é nada fácil, é exigente, mas também é gratificante. Acredito que nunca estaremos prontas para o que vai vir logo à frente. Maternar é como estar em uma montanha russa, cheia de sobe e desce, são muitas fases diferentes”, falou.
“Eu amo ser mãe, o Bernardo me tira o riso fácil, fico toda boba com as descobertas e o aprendizado dele. Mas é algo desafiador, que merece muita atenção, muito conhecimento, paciência, dedicação e amor. Afinal de contas ele está conhecendo as coisas do mundo como mostramos, então depende muito de nós se será uma experiência boa ou não. Eu espero um mundo com mais oportunidades e um mundo mais descomplicado para que ele possa aproveitar a vida e ser muito feliz”, completou emocionada.
Foto: Arquivo Pessoal