Responsáveis por cerca de 60% do transporte de cargas do Brasil, os caminhoneiros, principalmente os autônomos, realizam o reabastecimento de mercadorias no comércio e, consequentemente, a movimentação da economia.
O caminhoneiro vargengrandense Luiz B. Relvas Martins, de 59 anos, saiu de Barcarena (PA) rumo a Buritizeiro (MG) carregado de bobinas de cabos elétricos na semana retrasada. À Gazeta de Vargem Grande, ele contou como começou na profissão. “Já estou na profissão há 40 anos, o que me motivou foi seguir a profissão do meu pai. No começo, eu era jovem, cheio de adrenalina, vontade de conhecer o país e desafiar as máquinas”, relembrou.
“Hoje está mais difícil, embora os caminhões sejam mais potentes, o vigor humano não é mais o mesmo. Ainda assim, a paixão pela estrada fala mais alto, assim consigo superar os obstáculos com Deus no comando sempre”, completou Luiz.
O caminhoneiro contou quais as principais dificuldades da profissão. “A estrada hoje é cheia de desafios, o trânsito é muito intenso, há falta de segurança e falta de fretes compatíveis com o preço do combustível. As rodovias são quase que intransitáveis, mas quando se ama o que faz, conseguimos vencer os desafios”, comentou.
Para Luiz, profissão ainda vale a pena
Luiz ainda citou a atual desvalorização na profissão como principal diferença de quando deu inicio na carreira. “O caminhoneiro antes era mais valorizado, hoje a concorrência com as grandes empresas é o que dificulta para o motorista autônomo”, disse.
A rotina de viajar entre os estados de São Paulo e Pará é viver sempre com saudade da família. Para confortar o coração e amenizar a dor da distância, os amigos de estrada são o melhor remédio. “A saudade da família não acaba nunca. Reunir os amigos, ter uma boa conversa, tomar umas cervejas quando não tenho que dirigir ou pescar, já que no Pará há muitos rios e eu adoro pescar, são as coisas que fazem as horas passar até conseguir carga para voltar para casa”, comentou.
O caminhoneiro ainda aconselhou aqueles que estão iniciando agora na profissão para que não desistam de seus sonhos. “Para os que estão começando agora, eu diria para correrem atrás dos seus sonhos pensando sempre em segurança, trabalhando com lucidez, humildade e muita fé em Deus”, finalizou. Fotos: Arquivo Pessoal