Ser um bom gestor de recursos não é uma tarefa fácil. Se o trabalho é complicado em situações onde há dinheiro de sobra, imagina quando a realidade é de austeridade, crise econômica e falta de verbas. O cenário fica ainda mais crítico quando se trata de recursos públicos, como é o caso da prefeitura.
Assim, o estudo sobre como os gestores municipais administraram as verbas públicas elaborado todos os anos pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) é um bom termômetro sobre como anda a capacidade de cada município e de seus administradores de se sustentarem.
Os dados de Vargem Grande do Sul são emblemáticos. A série histórica começou a ser analisada em 2013, primeiro ano da gestão de Celso Itaroti (PTB) e o último em que o município foi considerado com uma boa gestão fiscal, patamar recuperado apenas no ano passado.
Na época, o ex-prefeito assumiu um orçamento elaborado pelo seu antecessor, o atual chefe do Executivo, Amarildo Duzi Moraes (PSDB). No entanto, veio a crise econômica nacional que aliada à notória má administração feita por Itaroti, derrubaram os índices de Vargem.
Falta de capacidade de investimento, queda na liquidez e o alto custo da folha de pagamento foram os grandes responsáveis pela drástica redução da avaliação da gestão fiscal da cidade nos três últimos anos seguintes da administração do ex-prefeito. Itaroti não conseguiu pagar nem a conta de energia elétrica pública, que o levou a procurar por duas vezes a Câmara para a negociação da dívida, que foi arrolada para quase que toda a administração do seu sucessor.
Além de outras contas que ficaram para trás, atraso no pagamento do 13º dos servidores, não ter deixado em caixa o salário de dezembro dos servidores, entre outras. Assim, o primeiro ano da segunda administração de Amarildo foi realmente o de apertar os cintos, controlar gastos e buscar verbas no governo estadual e federal. Medidas impopulares, corte de recursos até de áreas prioritárias como a social foram necessárias.
O resultado foi uma melhora já nos índices de gestão fiscal de 2017 e consolidação em 2018, quando o município voltou a ter uma avaliação considerada boa pelos dados da Firjan. Neste contexto, importante observar que o país continua em crise econômica, com índices altíssimos de desemprego, queda do poder de compra da população e no investimento dos empreendedores. O que mudou na cidade, foi a maneira de gerir o recurso público. Para o bem de Vargem, uma mudança para melhor.