A economia está ruim há tempos no Brasil. As pessoas não conseguem trabalho, são mais de 11 milhões de desempregados. Muitos buscaram atividades informais para garantir a sobrevivência. Em cidades grandes, aumentam o número de motoristas por aplicativos, de entregadores de comida, de trabalhadores informais de todos os tipos. Quem está com carteira assinada, vive o temor da demissão, pois as empresas mal estão conseguindo se manter. E nesse cenário de recessão, surge um mal muito maior, uma epidemia que coloca toda a população em risco.
É extremamente importante as pessoas entenderem que os tempos são de medidas extraordinárias. O momento é de cuidar da saúde, não só a do indivíduo, mas de seus familiares, vizinhos, amigos. Por isso, ao se enfrentar a epidemia de coronavírus, que causa a doença Covid-19, a ordem geral é não sair de casa.
Mas e nesse contexto de crise econômica, onde cada posto de trabalho é disputado e cada novo emprego é comemorado, como proceder? Micro e pequenos empresários estão temerosos quanto ao pagamento de funcionários, impostos. Autônomos já estão sofrendo com o cancelamento de trabalhos e os informais com medo da falta de clientes. Nesse sentido, o ministro Paulo Guedes anunciou uma série de medidas para o enfrentamento dos efeitos da epidemia. Linhas de crédito, adiamento da parte da União no recolhimento do imposto do Simples Nacional, pelo período de três meses, entre outros.
Bancos, como a Caixa Econômica Federal já anunciaram ações, como redução das taxas de juros e pausa no pagamento de dívidas para prestações de habitação e operações de crédito a pessoas físicas e jurídicas. Os informais terão acesso a uma espécie de voucher, um subsídio, para enfrentar os dias de epidemia.
Mas além do esforço governamental, é preciso que os empresários compreendam sua parte nessa engrenagem e aceitem que os seus funcionários fiquem em casa. Estimular o homeoffice, adiantar férias, reduzir jornada de trabalho, são medidas que vão ajudar a conter o trânsito de pessoas pela cidade. Será menos gente pegando transporte, andando pelas ruas, trabalhando juntas, dividindo escritórios, compartilhando mesas e cadeiras.
Os empregados que foram orientados a não irem ao emprego, não devem usar essa brecha para fazer turismo, ir a bares, viajar. O momento é o de ficar em casa, cuidando dos seus entes queridos, zelando pela saúde de todos. Jovens que não estão frequentando aulas, não devem ir a festas, churrascos, confraternizações. Precisam ficar em casa. As famílias devem evitar levar as crianças para brincar nas praças, na Barragem. Todos precisam entender que o melhor neste momento, é ficar em casa.
A prefeitura já tem adotado uma série de medidas para enfrentar a epidemia, como suspender eventos, jogos esportivos, atividades em locais públicos. Vargem Grande do Sul e cidades da região ainda não registraram nenhum caso da doença. Mas não se pode esperar o primeiro positivo para se adotar uma medida restritiva. O Hospital de Caridade possui apenas cinco equipamentos de respiração mecânica para atender as pessoas que possam a precisar. Não será suficiente se os casos começarem a evoluir em progressão geométrica, como aconteceu em muitos lugares. Ficar em casa é colaborar com a Saúde pública, é cuidar de quem se ama. Se toda a cidade se adiantar, partir para um resguardo voluntário, a Covid-19 pode até chegar, mas seu impacto será muito menos destrutivo do que acontece na Itália, onde na quinta-feira se contabilizava mais de 5 mil mortos. Vargem Grande do Sul precisa fazer sua parte. #fiqueemcasa