Vargengrandenses relatam como estão vivendo em Londres sob toque de recolher devido ao coronavírus

Rafael e sua esposa Rebeca

Depois de muito relutar, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou na segunda-feira, dia 23 de março, uma quarentena em todo o território da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, visando o combate à pandemia de covid-19.
Morando em Londres, o casal vargengrandense Rafael Martins de Oliveira 33 anos e Rebeca Ammar Martins 31 anos, que atualmente trabalham na Southwark Cathedral, contaram à reportagem da Gazeta de Vargem Grande como estão os dias de isolamento na capital britânica.
Segundo Rafael, por medo da contaminação já se viam comércios fechando na última semana, mesmo antes do lockdown (bloqueio total dos serviços) anunciado na última sexta-feira dia 26. Disse que o movimento nas ruas diminuiu bastante, mas ainda se via muitas pessoas ignorando o lockdown e andando nas ruas. “A polícia foi instruída a multar e até mesmo prender aqueles que se opuserem a ficar em casa”, disse o vargengrandense.
Comentou que o período de lockdown estabelecido para eles foi de, inicialmente, três semanas, podendo ser prorrogado se necessário. Os supermercados, farmácias e alguns comércios considerados essenciais continuam abertos, mas muitos estão limitando a quantidade de pessoas dentro do estabelecimento para evitar aglomerações.
Com as medidas impostas, Rafael disse que algumas pessoas começaram a comprar excessivamente e com isso começaram a faltar itens básicos de alimentação e higiene pessoal. Com relação à ajuda econômica aos mais vulneráveis, afirmou o governo inglês se propôs a pagar 80% dos salários ou até £2.500 mensais para os trabalhadores com carteira registrada e também para os autônomos.
Para agilizar no diagnóstico da covid-19, relatou que as autoridades britânicas de saúde começarão a disponibilizar os kits de teste para o vírus na próxima semana nas farmácias e na Amazon.
A respeito do isolamento determinado pelas autoridades, as pessoas estão liberadas para sair de casa para ir aos mercados e farmácias para comprar itens essenciais ou remédios. “Para trabalhar, se você for um dos “Key workers” que realmente precisam trabalhar para não faltar nada para as outras pessoas ou que trabalha na área da saúde, está liberado. As outras pessoas podem sair uma vez por dia para fazer exercícios nos parques evitando sempre grupos e aglomerações”, explicou.
Explicou que o governo inglês disponibiliza no seu website informações sobre a doença atualizando a cada dia. Também pede para ficar em casa se as pessoas apresentarem os sintomas, tratando como um resfriado normal com remédio para tosse e paracetamol em caso de febre. “São medidas tomadas para evitar hospitais e postos de saúde, visando a não disseminação da doença e se sentir que realmente precisa de atendimento médico, a pessoa deve ligar para eles virem socorrer”, disse o vargengrandense.
Finalizando sua entrevista, Rafael comentou que no site do governo britânico, atualizado até a data do dia 26 de março, havia 11.658 casos confirmados, dentre os quais 578 morreram. Na data do dia 28 de março, os números subiram para 14.754 casos confirmados e 761 mortos pelo coronavírus no Reino Unido.

Plataforma da Linha Jubileu Canary Wharf em 31/01/13 (em cima) e na terça-feira 24/03/20 (em baixo)
Rafael e sua esposa Rebeca

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