Rúbia Ferreira, auxiliar administrativo, de 31 anos, também faz parte do time de mães que tiveram a rotina virada de cabeça para baixo. Casada com Marcelo Ferreira, bancário, de 33 anos, Rúbia vem buscando maneiras de ensinar as filhas Helena e Valentina, gêmeas de 3 aninhos sobre a situação desta pandemia.
É necessário se desdobrar algumas vezes para fazer dar certo. “Elas pedem pela escola, pelos amiguinhos, que antes estavam sempre juntos. Estamos aprendendo a continuar o ensino delas tanto da parte da escola como da parte do inglês, que elas já fazem”, comentou.
Continuar com os estudos não é uma tarefa fácil para crianças. “Temos o material digital e aulas online, porém sofremos um pouco com a forma de passar o ensino. As recreações são diversas, porém passageiras, pois a tecnologia é algo que prende as meninas”, disse.
Com as crianças em casa, Rúbia contou como está fazendo para trabalhar. “Na parte do meu trabalho, devido ao decreto, estamos trabalhando com carga horária reduzida e somente interno. Já meu esposo está fazendo a escala de uma semana no trabalho e uma semana home office”, contou.
A mãe pontuou que a principal dificuldade foi explicar para as filhas de 3 anos o que estava acontecendo, pois elas tinham uma rotina e de repente não tinham mais. “Não podíamos ir na casa da bisa aos domingos, não podíamos ter contatos com os amiguinhos, não podíamos levar elas nos brinquedos que tem pela cidade e nem no bosque. No começo foi algo que ainda conseguíamos contornar, porém com o passar dos dias elas já foram ficando irritadas com o fato de só ficar dentro de casa”, relembrou.
Das dificuldades, Rúbia tira aprendizados. “Em meio a toda essa pandemia, estamos aprendendo que as vezes o pouco é muito, que não precisamos de muitas coisas para sermos felizes e, principalmente, estamos exercendo o amor ao próximo nos cuidando, e assim, cuidando dos outros”, disse.
A mãe contou que como as boas aprendizes que são, as crianças protagonizaram um momento engaçado na família. “Como expliquei, tivemos que conversar muito com as gêmeas e em uma dessas conversas, explicamos que tem um bichinho no ar que não pode sair porque pega ele e fica muito doente. Além disso, tivemos que explicar para elas sobre as demonstrações de carinho, que não podíamos e essa foi a parte mais complicada, pois elas são muito carinhosas, sempre demos muitos beijos nas bochechas delas”, contou.
“Então, explicamos que não podia mais dar beijinhos por conta do bichinho. Porém um dia eu esqueci e na hora de pôr elas pra dormirem, eu fui dar boa noite e fui pra beijar a bochecha da Valentina, e então ela falou bem séria: mamãe, não pode por causa do bichinho. Eu dei risada na hora e depois eu percebi que tínhamos conseguido conscientizar elas de toda a situação”, completou.