Camila da Silva Cabral, Mestre em Psicologia CRP 06/106952
Em dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS), foi informada pela China sobre o surto de uma nova doença, a Covid-19. No Brasil o primeiro caso registrado foi em fevereiro de 2020, e então várias medidas de controle e prevenção da doença foram tomadas, entre elas a pratica do isolamento social.
Neste novo contexto em que estamos vivendo, da epidemia da Covid-19, alguns dos principais estressores estão relacionados, à duração da quarentena, ao distanciamento social, à frustração e ao tédio, ao acúmulo de tarefas, informações inadequadas e dificuldades econômicas. Relacionam-se também à própria Covid-19, incluindo o medo de contrair a doença, a preocupação com a própria saúde e de entes queridos, ao estigma da doença, e ao trabalho de risco no caso de trabalhadores da saúde e serviços essenciais (Enumo et al., 2020).
Esse processo de isolamento social, tem provocado impactos na vida das pessoas relacionados em especial ao fator da saúde mental, e de acordo com uma das pesquisas realizadas recentemente, o estresse é apontado como uma das principais consequências do isolamento social (Bezerra et al, 2020). Vale colocar que os indicadores mais comuns de estresse e ansiedade são de ordem: (a) física, como dor de cabeça, aumento dos batimentos cardíacos, problemas de alimentação e de sono; (b) emocionais, como tristeza, nervosismo, raiva, culpa, preocupação excessiva, perda de vontade; (c) comportamentais, como irritabilidade; ou (d) cognitivos, como a perda de memória, dificuldade de concentração, dificuldade de tomar decisões.
Diante de uma situação que nos foi imposta, a qual foi necessário nos adaptar da noite para o dia, a tolerância à frustração, a capacidade de adaptação e a resiliência são características muito humanas, que podem facilitar a adaptação a essa nova realidade. A psicologia ao longo de sua história acumulou um solido conhecimento sobre como reagimos ao estresse e sobre como podemos lidar com essas situações difíceis (Enumo et al., 2020).
Mesmo que as pessoas estejam fisicamente afastadas, realizar, por exemplo chamadas de vídeo com pessoas importantes, promoverá a sensação de proximidade, o que é muito importante, pois desde pequenos aprendemos a enfrentar situações desafiadoras e estressantes com o apoio das pessoas que estão a nossa volta. E ao pensarmos em quem está mais vulnerável, crianças, idosos ou quem já tem algum problema de saúde, provavelmente vamos observá-los mais ansiosos, agitados, irritados, retraídos ou muito desconfiados, e para auxiliá-los podemos ajudá-los a se expressar como estão se sentindo, é importante também que mantenham uma rotina com horários de dormir, acordar, e fazer as refeições.
Enfim, é uma nova fase de adaptação para todos, caso tenha dificuldades para resolver suas tarefas, evite uma postura julgadora ou até mesmo critica consigo mesmo, tente entender os motivos que fizeram você não seguir adiante com seu planejamento e busque alternativas para os próximos dias. Preencha seu tempo com informações otimistas e atividades prazerosas. Demonstrar empatia e solidariedade ajuda muito a enfrentar esta nova situação, e caso esteja tendo dificuldades para lidar com tudo isso, busque por ajuda profissional.