Academias se preparam para o retorno das atividades

Para estimular retorno dos alunos, Gisele irá desenvolver programa de premiação. Foto: Arquivo Pessoal

A reabertura gradual de restaurantes e academias foi liberada por decreto publicado pela prefeitura na quinta-feira, dia 13. A determinação foi feita com base na classificação da região de Vargem Grande do Sul na fase amarela do plano São Paulo de reabertura da quarentena. Embora a retomada seja limitada a 40% da capacidade total para restaurantes e 30% para academias, este é um momento muito importante para estes estabelecimentos, principalmente para os proprietários de academias, que não puderam trabalhar durante meses.
A Gazeta de Vargem Grande conversou com empresários do setor, que falaram sobre a questão. Maria de Lourdes Macedo Cavarsan, da Academia Radical Sports, explicou que, quando o vírus chegou no Brasil, a academia trabalhou por 15 dias dentro dos protocolos e tomando todas as medidas sanitárias.
Segundo ela, esses cuidados e exigências retornarão com a reabertura do local, que acontecerá na segunda-feira, dia 17, com horários restritos e agendados previamente. “Como no início, será obrigatório o uso de álcool gel, todos os aparelhos deverão ser higienizados a cada uso, uma vez que na entrada, cada aluno recebia uma toalha de higienização e uma máscara”, disse.
Ela comentou que, financeiramente, a pandemia e a interrupção das atividades foi algo inesperado. “Porém, com uma gestão cuidadosa, conseguimos superar e vamos continuar tocando de forma cautelosa”, pontuou. Durante esse período, a empresária comentou que nenhum funcionário foi demitido e somente um professor quis se desligar da empresa, saindo por livre e espontânea vontade.
Manter o pessoal e o interesse dos alunos foi um dos desafios, no entanto. Ela relatou que isso foi feito como um trabalho de equipe. “Mantemos contato com todos através da página da Radical, e também de forma pessoal, com apoio do professor Rogério Guerra e a secretária Flávia. Toda a equipe lutou para conseguirmos reabrir. Depois do decreto, começamos a marcar horários para o atendimento na segunda, conforme decreto da prefeitura”, completou.

Cia do Corpo
Gisele Sati, da Academia Cia do Corpo, comentou que todos estão vivendo as consequências da pandemia e que os efeitos deverão persistir por muito tempo.
A empresária pontuou que com momentos de tantas incertezas e de cuidados mais intensos, é preciso saber lidar com o receio dos alunos em relação à higiene do local e, consequentemente, o risco de contaminação da Covid-19. “Agora municiada com o decreto que me permite a reabertura, um bom planejamento me dará forças para cuidar da academia e, assim, reabrir as portas com segurança”, disse.
Gisele informou que irá seguir uma série de recomendações para garantir a segurança de toda a equipe e alunos, tais como, uso obrigatório de máscaras, agendamento de horário, número reduzido por horário, aferição de temperatura e uso de oxímetro, álcool em gel, entre outros. “O meu novo desafio é o recomeço, irei a partir de agora reaprender a trabalhar com as novas necessidades”, falou.
Segundo ela, a academia possui 15 funcionários, que foram todos mantidos sem a necessidade de demissão. “De princípio, irei reabrir a academia com um número reduzido de funcionários e esperar a demanda aumentar. Vale ressaltar que a Cia do Corpo permaneceu fechada o tempo todo respeitando o momento de quarentena e que ofereceu gratuitamente aulas online aos interessados sendo eles, alunos ou não”, pontuou.
Para estimular o retorno dos alunos, Gisele contou que irá lançar o programa ‘Vamos Recomeçar!’. “Ou seja, pontuarei os alunos de acordo com as frequências diárias, já iniciando na segunda, dia 17. Quem acumular mais presença no mês de retorno irá ganhar um prêmio a ser divulgado posteriormente”, adiantou.

Vip Trainer
Os protocolos enviados pelo Conselho Regional de Educação Física (CREF) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) também estão sendo seguidos na Vip Trainer, segundo Camila Fernandes, sua proprietária.
Ela explicou que como a Vip Trainer já é um centro de treinamento voltado para atendimento personalizado e já trabalha somente com horário agendado, não vão ter muito problema com redução da capacidade de alunos, já que esse fator já era e continuará controlado.
De acordo com Camila, na normalização que o CREF publicou de retorno de aula, foi definido um aluno a cada 4 m² e, segundo ela, a pretensão é dar um espaçamento até maior que isso, já que a área da academia permite isso. “Dentro da academia já está com área demarcada, então fizemos algumas marcações para que os alunos fiquem somente ali. Brincamos que é cada um no seu quadrado e aí ninguém irá invadir o espaço do outro”, disse.
A proprietária explicou que vão usar tapete com água sanitária para higienização dos pés, álcool gel logo na entrada e por toda sala, farão desinfecção com álcool gel de todo e qualquer equipamento e acessório de treino depois do uso do aluno e distanciamento de, pelo menos, dois metros de um aluno para o outro.
“Além disso, será obrigatório o uso de máscaras e a garrafa de água própria, que é uma norma do CREF para evitar aglomeração no bebedouro, porque o aluno enche a garrafa uma vez, leva ela com ele e não precisa ficar voltando, assim não tem aglomeração para encher copo d’agua”, falou.
Cada aluno, conforme o informado, também terá que levar sua própria toalha para ajudar na higienização. “Isso porque quando ele leva sua própria toalha, ele faz com que o suor dele fique retido apenas na toalha dele, então não pinga no chão, não molha bancos e equipamentos, e isso é higiene pessoal e respeito às pessoas que estão ali e agora também é uma medida de prevenção. É legal que todas as pessoas criem esse hábito de usar uma toalha própria e manter sempre quando ir em qualquer academia”, recomendou.
Ela falou sobre os prejuízos que teve no período em que ficou fechado, que totalizou mais de quatro meses, e o que espera sobre essa retomada “A grande maioria realmente parou, então dá para calcular o tamanho do prejuízo que foi isso, porque as despesas do seu negócio continuam, então foi bem complicado. Retomar também está sendo um desafio, porque alguns alunos ainda são grupos de risco, então não podem retomar, então ainda estamos sentindo como vai ser esse recomeço”, lamentou.
Camila comentou que no primeiro mês da quarentena ficou praticamente sem trabalhar, já que todo mundo estava temeroso com o que estava acontecendo. “Depois de 15 dias que eu fui começar a fazer atendimento online, mas a grande maioria dos alunos não se adaptou, então ficamos praticamente fechados. Nosso movimento caiu drasticamente e quando o pessoal foi vendo que não voltaria, alguns alunos acabaram aderindo melhor ao atendimento online, mas isso levou tempo”, explicou.
A empresária pontuou que o serviço foi negociado junto aos professores, não sendo necessário demitir ninguém. No entanto, manter o interesse dos alunos foi bem complicado. “Logo que fechamos a academia, montei um grupo no WhatsApp com todos os alunos onde eu enviava treinos diários para eles. Todos os dias eu montava um treino onde não se usava praticamente nenhum acessório, nós brincávamos com cabos de vassoura, mas não usava quase nada”, contou.
Ela explicou que nas duas primeiras semanas sentiu que os alunos se empenharam em fazer, mas depois, com o passar do tempo, foram abandonando os treinos. “Porque como todo mundo nessa pandemia, com altos e baixos e todos desregrando muito, comendo demais, o emocional dos alunos ficou muito abalado”, disse. “Pedíamos fotos dos treinos que estavam fazendo e eles se empenharam, mas depois foram cansando e não tínhamos mais o que fazer, porque nós não podíamos ter contato com eles, então o online quem aderiu continuou, então conseguimos manter e continuamos até hoje”, completou.
A pandemia e o sentimento de incerteza durante o período foram inimigos até para o marketing da academia. A proprietária contou que durante este tempo não se sentiu à vontade e não se via fazendo propaganda, como não podia abrir, ou falando sobre exercícios e atividades, sendo que não estava podendo oferecer o serviço que ela se propunha a oferecer.
“Eu não me senti à vontade, atrapalhou também em manter relação com os alunos, porque meu Instagram ficou parado. Como eu ia motivar os alunos a fazerem algo que eles não estavam tendo como fazer? Claro que podiam fazer em casa, mas estava todo mundo cansado, ninguém estava querendo dar os pulos para fazer em casa. Então foi bem difícil, a gente sabia dos benefícios, mas estava complicado”, completou.

Varanda
Mesmo trabalhando com o sistema delivery e retiradas, os restaurantes foram impactados pelo não atendimento ao público por meses. Luís Gentina, do Varanda Restaurante e Pizzaria, contou que, seguindo todos os protocolos, o restaurante reabrirá neste sábado, dia 15. “Com atendimento limitado de 40% de sua capacidade e com novo horário de atendimento nesse período trabalharemos com pratos a la carte e executivos”, disse.
Segundo ele, de segunda a sexta-feira, o local estará aberto ao público para almoço das 11h às 14hs com pratos a lá carte e executivos. Já no sábado e domingo, o restaurante irá funcionar para o público das 11h às 17h, no sistema a lá carte. O empresário pontuou que o delivery e retirada no local continuam todos os dias no almoço e no jantar com todos os pratos e pizzas que continuam com 15% de desconto.

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