Um grande feito, mas que ainda não aparece

Inaugurada no dia 29 de dezembro de 2008, no final da gestão do ex-prefeito Celso Ribeiro e orçada em mais de R$ 8 milhões, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Vargem Grande do Sul foi um marco no desenvolvimento do município. Sua construção só foi possível, graças a um empréstimo junto ao governo federal no valor de R$ 6 milhões e mais R$ 2 milhões com recursos próprios da prefeitura.
Por mais de 130 anos, a cidade se serviu das águas do Rio Verde e seus afluentes para prosperar e nunca tratou o esgoto produzido por seus habitantes, hoje com mais de 42 mil cidadãos. O impacto de uma cidade que tem seu esgoto tratado para a saúde de seus munícipes e também para o meio ambiente é inquestionável.
Cidade sem a coleta e tratamento de esgoto, é uma cidade com aspecto de suja, com seus rios exalando mau cheiro e com a população correndo o risco de contrair doenças infecciosas que causam danos aos moradores. Além da má impressão aos visitantes e turistas, acaba por prejudicar o trabalho, o lazer e as atividades do dia a dia.
Vargem Grande do Sul depois da construção da ETE e dos troncos coletores de esgoto, consegue segundo informações da prefeitura, colher mais de 90% do esgoto da cidade e tratar 100% de todo o esgoto que chega até a ETE do Rio Verde. É um grande feito para o município, uma vez que no Brasil, metade da população brasileira, mais de 100 milhões de pessoas, não tem acesso a sistema de esgoto tratado.
A nova lei de saneamento básico do país aprovada este ano, prevê universalizar o saneamento básico no Brasil até 31 de dezembro de 2033, quando então, todos os brasileiros morariam em cidades que tratariam todo o esgoto produzido. Em Vargem Grande do Sul isso já acontece desde 2008, apesar de em alguns momentos, terem acontecido vários problemas que interromperam momentaneamente, o tratamento. Estes problemas, segundo a atual administração, já foram corrigidos e as vistorias da Cetesb têm aprovado o trabalho da ETE de Vargem.
Mas, ainda resta uma pequena porcentagem de resíduos e dejetos de esgoto que são jogados nos rios e córregos da cidade, provenientes a maior parte deles, de ligações de esgoto indevidas ou clandestinas. Assim, o que se nota na cidade é que apesar de todo o investimento e de mais de 90% da coleta de esgoto acontecer, os rios e córregos de Vargem Grande do Sul estão sendo poluídos.
Esse fato tem um aspecto negativo muito grande na população por diversos motivos. O primeiro deles é levar ao questionamento de todo o dinheiro público investido e apesar dos milhões gastos, os rios e córregos ainda se apresentarem poluídos. Mesmo que seja uma fração de 5% de todo o esgoto produzido.
A impressão de quem passa pelas margens do Rio Verde e dos córregos Santana e Graminha, é que pouco ou nada foi feito, acabando por atingir a administração pública o fato deles continuarem ainda poluídos.
Outro questionamento é uma questão de civilidade, urbanismo e bem estar. Cidade com seus rios tratados, com suas águas limpas e com vida aquática, leia-se com peixes neles nadando, traz um grande bem estar aos moradores, contribui com a melhoria da saúde de todos, faz com que os cidadãos tenham orgulho do seu município e lute por ele.
Assim, urge que a prefeitura e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAE) de Vargem Grande do Sul não poupe esforços e determine um prazo para que de fato todo o esgoto da cidade seja coletado e tratado e que o Rio Verde e os córregos Santana e Graminha, possam num tempo mínimo, ter suas águas despoluídas. Caso contrário, todo mundo não vai acreditar que mais de oito milhões de reais foram destinados ao tratamento de esgoto da cidade, por mais que esta façanha seja cantada em prosa e verso.

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