Dia Internacional da Mulher

Um estudo realizado entre maio e junho de 2020 com homens e mulheres de várias regiões do Brasil mostrou que um número grande de pessoas apresentou, durante a pandemia, sintomas de depressão, ansiedade e estresse. Houve também maior consumo de drogas ilícitas, de cigarros, de medicamentos e de alimentos. As mais afetadas emocionalmente foram as mulheres, respondendo por 40,5% de sintomas de depressão, 34,9% de ansiedade e 37,3% de estresse. A pesquisa ouviu 3 mil voluntários e foi conduzida pela equipe do neuropsicólogo Antônio de Pádua Serafim, do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
Neste contexto atual, as mulheres cumprem dupla jornada, acompanham o desenvolvimento escolar dos filhos e, na pandemia, mais pessoas permaneceram dentro de casa, além das preocupações relacionadas ao próprio vírus, como medo de contaminação, mudanças de hábitos de higiene, redução de convívio social, entre outros.
As mulheres sempre se desdobraram, como se tivessem que a todo o tempo provar que podem ser boas mães, boas profissionais, boas esposas o tempo todo. E no momento em que o mundo atravessa a sua pior crise sanitária do século, isso cobra o seu preço.
Na segunda-feira, é comemorado o Dia Internacional da Mulher, data dedicada à reflexão sobre a luta pelos direitos das mulheres. E é o momento oportuno para se levantar uma série de questionamentos sobre o que de fato tem acontecido com essa população, uma vez que as palavras empoderamento e feminismo tem gerado mais antipatia do que debate, situação fruto de um discurso maniqueísta de muito baixo nível.
Vargem Grande do Sul precisa sim se atentar para o público feminino. De acordo com dados da Fundação Seade, a população estimada para o município é de 41.500 habitantes, sendo que as mulheres são mais da metade: 21 mil moradoras.
Cobra-se um padrão estético, uma postura recatada, a dedicação à família, o desempenho no trabalho, tendo como resultado, uma defasagem salarial ainda gritante, além da ausência de mulheres em cargos de chefia, uma sociedade que perpetua um modelo machista. Soma-se a uma pandemia que tem ceifado vidas aos milhares e o resultado da pesquisa realizada pela USP não parece nem um pouco fora da realidade.
Nesta segunda-feira, mais do que homenagear as mulheres é preciso ter a sensibilidade de reconhecer que o caminho ainda é longo.

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