Combate à pandemia: prefeito Amarildo vai na contramão do presidente Bolsonaro

Prefeito Amarildo e presidente Jair Bolsonaro

Tadeu Fernando Ligabue
Quem vê o prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB) quase implorando para as pessoas não se aglomerarem, ficarem em casa, usarem máscara, fazerem uso de álcool gel, mal sabem que o chefe do Executivo do município de Vargem Grande do Sul passa ao longe das ações e do que prega o presidente da República Jair Bolsonaro no tocante a como cada cidadão brasileiro deve se comportar no combate à pandemia do coronavírus.
Ao analisar como os dois líderes políticos se posicionam no tratamento à Covid-19, podemos notar a diferença profunda nas mensagens e ações que transmitem aos seus liderados. Enquanto o prefeito de Vargem procura de todas as formas ao seu alcance de levar aos vargengrandenses sua preocupação com os casos de aumento da contaminação e as consequentes mortes pelo coronavírus em seu município desde o início da pandemia, o presidente da República sabota o combate à Covid-19 desde que ela começou a ceifar a vida dos brasileiros em fevereiro de 2020, coisa que para ele era uma “simples gripinha”.
Renegar o uso de máscaras, receitar remédio sem a devida comprovação científica e promover a aglomeração de pessoas, passou a ser a visão negacionista do presidente da República, em cujo país caminha para 300 mil mortes pelo vírus desde o seu início a pouco mais de um ano.
Se Amarildo votou em Bolsonaro no segundo turno das eleições, ajudando a eleger o atual presidente da República como milhões de brasileiros o fizeram, nesta altura da gravíssima situação sanitária por que passa o Brasil sob o comando do “Mito”, agora vem batendo de frente com o presidente nas estratégias do enfrentamento da pandemia em sua cidade.
Enquanto o presidente troca pela quarta vez seu ministro da Saúde, uns por não se alinharem ao seu pensamento de negação da ciência no combate à Covid-19 e o último, pelo retumbante fracasso do ministério em diminuir a pandemia, o prefeito de Vargem manteve seu time coeso e sempre que pode vai aos meios de comunicação elogiar a atuação de todos os seus subordinados envolvidos na Saúde municipal e está na linha de frente chamando para si a responsabilidade para erradicar a doença na cidade.
Na administração de Bolsonaro, houve dezenas de mortes por falta de oxigênio no estado do Amazonas. Já em Vargem, o prefeito enfrentou a crise do Hospital de Caridade com paciência e determinação, com muito diálogo, até encontrar novos dirigentes para a entidade que é o principal órgão de combate ao coronavírus.
Enquanto o prefeito vai à exaustão pedindo o uso de máscara e que as pessoas fiquem em casa, só saindo em caso de urgência e mantendo o distanciamento para preservar a vida, que é prioritária, não se omitindo para preservar a saúde da população, coordenando todo o trabalho, desinfectando a cidade, já seu colega Bolsonaro do Executivo nacional faz totalmente ao contrário, se mostra contra as restrições e o fechamento do comércio, se posiciona contra os governadores e prefeitos que tomados pelo colapso da suas redes de saúde e vendo pessoas morrendo sem tratamento, tomam as medidas necessárias.
Em Vargem, apesar dos atrasos por falta das vacinas, ela está bem adiantada e o prefeito fica vigilante para que tão logo elas cheguem, sejam aplicadas. É um defensor maior da vacinação de toda a população de sua cidade, planeja e executa os trabalhos de imunização neste sentido. O presidente da República ignorou a proposta da Pfizer que garantia a entrega do primeiro lote em dezembro de 2020, dizendo que ninguém podia obrigar ninguém a tomar vacina. Cancelou a compra de 46 milhões de doses da vacina Coronavac e disse que ele iria proibir a compra das vacinas que seriam produzidas pelo Butantan. Depois arregou.
Por todas suas atitudes e responsabilidades pelas mortes desnecessárias que ocorrem no Brasil, não é à toa que 56% da população, segundo pesquisa do Datafolha, consideram Jair Bolsonaro incapaz de liderar o país. Caso mesma pesquisa fosse feita em Vargem com relação às atitudes de Amarildo frente à pandemia, certamente a aprovação seria muito maior.
O país vive seu pior momento na pandemia e a situação tende a agravar. No ritmo que as mortes estão acontecendo, cientistas calculam que se pode chegar a 400 mil mortes num espaço de tempo não muito longo. Já está beirando as 300 mil mortes.
São Paulo, a cidade mais rica do país, vive uma guerra com as suas UTIs não dando mais conta de atender os doentes e corre o risco de não ter anestésicos e neurobloqueadores necessários para intubar os pacientes. A mesma triste realidade vive outros estados do Brasil.
A vizinha São João da Boa Vista vive dias de horror, com 114 mortes pela covid-19 até o dia 18 de março, sendo que em 24 horas, 253 pessoas foram contaminadas. Em Vargem, o boletim emitido pela prefeitura municipal no dia 18 de março, dava como perdas de vida pelo coronavírus 33 pessoas, com 22 pessoas contaminadas do dia 17 para o dia 18 de março.
Que existem falhas no governo do prefeito Amarildo Duzi Moraes no combate ao coronavírus, elas são compreensíveis. Mas, o contraste entre sua atuação e a do presidente do Brasil no combate à Covid-19 salta aos olhos e para o bem do Brasil, bem que o presidente da República poderia se espelhar no trabalho do prefeito desta pequenina cidade do interior paulista, tida como “A Pérola da Mantiqueira” para tomar suas decisões no Palácio do Planalto e evitar a catástrofe que a pandemia está fazendo nas famílias do Brasil e as milhares de vidas de brasileiros que ainda irá ceifar pelas suas atitudes ineptas e negacionistas junto à nação que dirige.

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