Produtor pode contar com os recursos do Plano Safra de bancos e cooperativas

Sicredi já está recebendo as propostas para o Plano Safra 2021/2022. Foto: Drone Jc Produções/Engenho da Notícia
Santander oferece linhas do Plano Safra e também produtos próprios para o agronegócio

Um dos grandes fomentadores da agricultura nacional, o Plano Safra é um projeto do Governo Federal que oferece linhas de crédito para incentivar melhorias no campo, como modernização de tecnologia, investimento em plantações, adequações ambientais, entre outros. Para o ciclo de 2021/2022, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou que haverá a disponibilização de mais de R$ 177 bilhões para custeio e comercialização e R$ 73,4 bilhões para investimentos.
Algumas Cooperativas de Crédito e Bancos de Vargem Grande do Sul contam com linhas de crédito de recursos do Plano Safra para oferecer aos clientes. A Gazeta de Vargem Grande buscou saber como está a procura e qual a importância desse financiamento para os produtores.

Santander
Suzana Inhesta, vice-presidente de Comunicação, Marketing, Relações Institucionais e Sustentabilidade do Banco Santander explicou que lá, o recurso ao produtor rural é ilimitado. “Não temos um limite mínimo e máximo. Porque nós operamos tanto com as linhas de crédito inseridas no Plano Safra com os juros determinados pelo governo, sendo juros subsidiados e recursos definidos, quanto com recursos a juros livres, que são todo o nosso portfólio de financiamentos ao produtor. Nesse caso, as taxas variam conforme o perfil do cliente”, pontuou.
Ela explicou que hoje o banco oferece diversos empréstimos e financiamentos. “Há o Financiamento MultiAgro para máquina e equipamentos, capital de giro, crédito pessoal, CDC e Consórcio Agro, os títulos CDCA, CPR e LCA, crédito rural, sendo custeio, investimento, comercialização e cooperativas com recursos livres e subsidiados, linhas BNDES, sendo Finame, Moderfrota, ABC, Inovagro, entre outros, Conta Garantida, linhas de Comércio Exterior, sendo ACC, NCE, Finimp, entre outros”, disse.
Entre as linhas de seguros, ela comentou que há crédito, agrícola, patrimonial e máquinas e equipamentos, em relação a serviços os produtores podem contar com o pagamento a fornecedores, Superdigital e adquirência Getnet, e títulos há o CBIOs.
Suzana informou que no Santander ainda há o hedge de commodities. “Que é um instrumento de proteção às oscilações de preços de commodities agrícolas. O público-alvo é pessoa física, produtores rurais com faturamento anual acima de R$ 30 milhões e pessoa jurídica com faturamento superior a R$ 10 milhões. São 20 commodities oferecidas, dentre elas açúcar bruto, boi gordo, café arábica e soja em grãos”, explicou.
Pelo link www.santander.com.br/agronegocio é possível encontrar mais detalhes sobre as soluções financeiras do Santander para o agro. De acordo com a vice-presidente, a carteira de crédito ampliada, que considera Recursos Obrigatórios e Livres, BNDES, Funcafé e os títulos CPR e CDCA, do Banco teve um aumento de 287% entre dezembro de 2015 e abril de 2021, passando de R$ 6,086 bilhões para R$ 23,611 bilhões.
“O resultado de abril representou uma alta de 9,8% ante o mesmo mês de 2020 e estabilidade na comparação com março. Somente em 2020 ante 2019, o crescimento foi de 18,6% para R$ 23,391 bilhões frente ao avanço de mercado de 7,1% no período. As principais culturas atendidas na carteira são soja, milho e boi gordo”, contou.

Expectativa do Sicredi é realizar 290 mil operações no agronegócio

O Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) União disponibilizou R$ 38,2 bilhões para a safra 2021/2022, tendo expectativa de realizar aproximadamente 290 mil operações de fomento ao agronegócio no novo ciclo agropecuário, de acordo com o informado pelo assessor de imprensa Ignácio Garcia.
Desse total, conforme explicou, o plano da instituição financeira cooperativa, que reúne mais de 5 milhões de associados em 24 estados, é disponibilizar R$ 21,5 bilhões para operações de custeio, R$ 12,1 bilhões para investimentos, e R$ 1,6 bilhão para comercialização e industrialização. Além desses valores, a perspectiva é conceder R$ 3 bilhões por meio de Cédulas de Produtor Rural (CPR).
De acordo com o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Central Sicredi PR/SP/RJ, Gilson Farias, a instituição financeira cooperativa espera contratar cerca de 120 mil operações durante o Plano Safra, somente nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Os valores disponibilizados para produtores rurais associados dos três estados representam um acréscimo de cerca de 30% em relação à safra passada.
“A atuação do Sicredi tem sido focada na oferta de soluções financeiras para a geração de impacto positivo por meio do crescimento econômico com garantia de sustentabilidade. Grande parte dos nossos associados é ligada ao agronegócio, em especial à agricultura familiar e, por isso, nos orgulhamos de ajudar milhares de famílias a aumentar a renda por meio de projetos financiados pelo Sicredi”, afirmou.

Pequenos e médios produtores
Com foco em atendimento aos pequenos e médios produtores, nacionalmente serão disponibilizados R$ 7,9 bilhões via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), um volume 28% maior do que o verificado no ano-safra passado, e de R$ 6,6 bilhões por meio do Programa de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), alta de 29%. A previsão é de mais de 220 mil operações para esses públicos, o que representa 80% do total da safra.
O crescimento no volume colocado à disposição da agricultura familiar beneficia produtores como Eliana Severino, de Ribeirão do Pinhal (PR). Na propriedade de pouco mais de 10 alqueires são criados gado de corte, leiteiro, galinhas, além de uma fábrica de queijos e produção de hortifrutigranjeiros.
A associada do Sicredi destacou a melhora na qualidade de vida desde 2013, quando passou a contar com consultoria especializada. “A nossa vida financeira melhorou muito depois que o Sicredi acreditou na nossa família, dando todo apoio e suporte necessários para nosso crescimento”, disse.
O diretor executivo de Crédito do Sicredi, Gustavo Freitas, pontuou que eles têm uma ligação muito forte com o agronegócio e buscam estar sempre próximos aos produtores com agências em suas localidades. “O que permite, não só prestar consultoria, mas também conhecer de perto a realidade de cada região, suas culturas e características. Com isso, conseguimos ter uma projeção mais acertada das necessidades dos agricultores e pecuaristas, apontando as soluções mais adequadas para atendê-las”, afirmou.
Conforme explicaram, o Sicredi já está recebendo as propostas de financiamento para o Plano Safra 2021/2022, que vai até o final de junho do próximo ano. “Antes de solicitar o crédito, o produtor rural associado deve fazer o planejamento da próxima safra, considerando o que vai plantar, qual é a área de cultivo e o orçamento necessário com base na análise de solo e sob orientação técnica quanto ao uso dos insumos e os demais serviços que serão utilizados”, informou.
“Depois disso, munido de todas essas informações, o associado poderá procurar a sua agência ou utilizar os canais digitais, como o aplicativo do Sicredi ou o WhatsApp, para dar andamento à contratação do crédito”, completou.

Balanço última safra
No ano-safra 2020/2021, segundo Ignácio, o Sicredi liberou um volume recorde de crédito rural, sendo R$ 29,1 bilhões aos produtores em mais de 220 mil operações, considerando também R$ 1,6 bilhão em CPR, o que representa um crescimento de 41% na comparação com o ano-safra anterior.
Somente para a agricultura familiar foram R$ 6,2 bilhões e para os agricultores de médio porte foram destinados R$ 5,1 bilhões. Os dois públicos foram atendidos por meio de 173 mil operações.

Pecuarista fala da importância do recurso
O pecuarista Hélio Sangiorato Borges Filho está no ramo há cerca de 30 anos e, pela primeira vez, está pegando o recurso do Plano Safra, oferecido pelo Sicredi. “Eu acho muito importante, porque ajuda bastante na situação que estamos. Ajuda muito no investimento que fazemos, no melhoramento da atividade, no crescimento, na oportunidade de prestação de serviços, para pagar terceiros e muito mais”, disse.
À Gazeta, ele explicou como será empregado o recurso. “Nós usamos para os fins que são liberados. O meu é para pecuária, então para contas referentes ao gado. Abri uma conta na cooperativa e os próprios funcionários me ofereceram este crédito”, explicou.
Para ele, só fica difícil quitar o financiamento quando o recurso não é bem aplicado. “Depende muito do que a pessoa vai fazer, se ela usar no lugar certo não fica difícil pagar, fica bem fácil, o problema é não saber usar o dinheiro”, disse.
“Tem que saber usar o investimento, tem que aplicar no objetivo que ele demanda. Se pegar um dinheiro desse para comprar coisas que não tem nada a ver, aí é difícil pagar sim, porque você não tem o retorno que é esperado”, completou.

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