Centros de Custo

Rafael Bueno Queiroz

Rafael Bueno Queiroz

Ao se tratar de gestão empresarial, uma das questões mais importantes é conhecer sua realidade financeira e para isso é recomendável que se faça uma segmentação da empresa em setores menores, os chamados “Centros de Custos”. Assim, é possível avaliar com mais assertividade onde a empresa está saudável e onde demanda mais atenção. O objetivo é que todos os centros de custos sejam lucrativos. Tomemos como exemplo hipotético uma pequena indústria de alimentos que produz apenas bolos de chocolate e tortas de frango.
Primeiramente deve-se separar as unidades produtivas e identificar todos os custos envolvidos na produção, suas despesas, receitas. Para esses centros de custos é mais fácil avaliar se ele fica positivo ou negativo. Para o nosso exemplo, inicialmente poderíamos separar em dois centros de custos: o de bolo e o de torta. Dessa maneira podemos identificar qual é mais lucrativo. Pode ser que a torta de frango venda mais, mas o bolo tenha um lucro maior devido aos ingredientes mais baratos. Esse tipo de análise só é possível se os produtos forem avaliados de maneira separada.
Certo. Mas e agora? Como proceder com relação aos custos e despesas comuns, tais como gasolina para distribuição, energia elétrica, etc. Nesse caso, é necessário se fazer uma ponderação. Pode-se dividir com relação às quantidades vendidas, ou com relação às receitas financeiras, ou de diversas outras formas, dependendo de como se quer avaliar. Nota-se que não existe uma maneira errada, tudo depende de como se deseja avaliar. Voltando ao nosso exemplo: Se gastamos R$ 100,00 em gasolina para a distribuição dos produtos e em determinada região a venda de bolos representa 60% da receita e 40% para a venda de torta, pode-se considerar a despesa de R$ 60,00 de combustível para formação do preço do bolo e R$ 40,00 para a torta. Caso em outra região a venda represente 90% para torta e 10% para bolo, deve-se fazer essa ponderação com relação à distribuição também.
Para uma melhor administração dos recursos, é interessante que se faça um orçamento prévio com estimativas a partir da realidade da empresa. Nesse planejamento futuro, pode-se prever as entradas e saídas financeiras envolvidas. Mas e com relação aos centros de custos não produtivos, tais como Marketing (propaganda), treinamento, financeiro, investimento, etc. Já vimos que eles devem entrar de maneira ponderada nos centros de custos produtivos. Como esses setores não possuem receita, costuma-se prever uma verba disponível que deve ser respeitada. Por se tratar de estimativas, deve ser corrigido constantemente.
Tudo isso, no início, parece muito difícil, mas deve ser feito. E à medida que se faz, vai se tornando mais simples e ficando mais fácil a cada dia. Não tem problema fazer um planejamento incompleto, o problema é não fazer planejamento nenhum!

Rafael Bueno Queiroz é mestre em engenharia mecânica pela Unesp com MBA em gestão empresarial pela fgv

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