Na última sessão de Câmara, ocorrida na quarta-feira, dia 3 de novembro, durante a palavra livre, o presidente da Câmara Municipal de Vargem Grande do Sul, vereador Celso Itaroti (PTB), que foi condenado no dia 19 de outubro pelo juiz da Comarca, Christian Robinson Teixeira, à pena de dois anos e quatro meses de detenção, mais o pagamento de 11 dias multa, somada à pena de dois anos e quatro meses de reclusão, atacou o diretor do jornal Gazeta de Vargem Grande, Tadeu Ligabue pela manchete do jornal, mas não conseguiu explicar e convencer sobre sua condenação dada pelo juiz.
Itaroti foi condenado no caso da compra de equipamentos quando era prefeito, para o Centro de Formação Educacional Cognitiva de Tecnologia “Ozinar Coracini”, por “frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação.
Também o juiz o enquadrou na lei que trata dos crimes de responsabilidade dos prefeitos municipais, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores, por apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio.
Na sua tentativa de explicar que não merecia ser condenado, o ex-prefeito, que também é delegado de polícia em Casa Branca, disse que não partiu dele a criação da escola técnica e que o servidor público municipal Júlio Moales poderia explicar aos vereadores o que de fato aconteceu. Ele teria convidado Júlio para falar aos vereadores durante a sessão, mas o mesmo não pode comparecer, ficando de prestar os devidos esclarecimentos em outra sessão.
Também atacou a denúncia feita contra ele na ocasião, falando que a mesma foi orquestrada e que o então vereador José Roberto Rotta usou de laranjas para incriminá-lo, levando a questão para o lado político, tentando demonstrar que teria havido perseguição ao seu governo. Falou que era inocente e que iria comprovar sua inocência na apelação que faria em segunda instância junto à Justiça.
Quanto ao mérito da sentença do juiz Christian Robinson Teixeira e a ação do grupo de promotores de Justiça que fizeram a denúncia, encabeçada pelo promotor Leonardo Meizikas, Itaroti nada questionou. No entanto, voltou toda sua artilharia contra o jornal Gazeta de Vargem Grande e também o seu atual diretor, Tadeu Fernando Ligabue.
Itaroti, como já o fizera na época seu diretor Ronaldo Gutierrez, acusou Tadeu Ligabue de ter sido diretor da prefeitura de Vargem Grande do Sul nas gestões de Celso Ribeiro e também Amarildo Duzi Moraes, recebendo por seu trabalho e que embora estivesse desligado do jornal quando estava diretor, para ele não era legal o jornal publicar os atos oficiais da prefeitura. Também citou que uma filha do proprietário do jornal prestou durante seis meses, trabalho à prefeitura de Vargem Grande do Sul.
Para o diretor do jornal, Tadeu Ligabue, Itaroti agiu como aquela pessoa que recebe uma notícia ruim através de uma carta e não tendo como desfazer a notícia, acaba por atacar o carteiro que não tem nada com isso.
“Ele foi prefeito da cidade, é atual presidente do Poder Legislativo, é delegado de polícia e é condenado a dois anos de reclusão pelo juiz da Comarca por crime de responsabilidade, ou seja, apropriação de dinheiro público, dinheiro de todos os vargengrandenses e ainda queria que o jornal não desse a notícia”, indagou Tadeu.
“A culpa não é minha, nunca fui condenado nestes 40 anos de jornal, não existe um processo ou denúncia contra minha pessoa ou a empresa que dirijo, já contra ele quando ocupou o cargo de prefeito de Vargem, são mais de cinco denúncias por crimes na esfera civil e três por crimes penais, sendo que já foi condenado em três ações cíveis em primeira instância, tendo de devolver algo em torno de R$ 10 milhões aos cofres municipais e condenado em primeira instância a dois anos de reclusão na sua primeira ação penal”, afirmou o jornalista.
Tadeu disse estranhar que Itaroti não atacou a atuação do juiz, tão pouco a ação dos promotores, voltando toda sua verborragia contra o jornal e a sua pessoa. “Quis fazer política, se posicionar junto aos vereadores que o elegeram presidente da Câmara e aos seus eleitores que o elegeram vereador. Não conseguiu provar que a sentença do juiz foi errada. É um político brasileiro desses que tantos condenam na vida nacional e que só prejudica a classe política”, comentou o diretor do jornal.
Para o jornalista, nada tem contra a pessoa de Itaroti, apenas procura através do jornal que dirige, juntamente com a família, dar transparência às notícias, independente do cidadão ter sido prefeito, ser presidente da Câmara ou ser delegado de polícia. “De pessoas assim é que deveriam vir os maiores exemplos, por isso quando desviam de suas funções, é que seus atos criminosos devem ser expostos, para que todos tomem conhecimento de suas ações”, finalizou Tadeu.