Aluno de escola pública de Vargem, hoje é professor do Insper

Hoje, Osvaldo é doutorando em economia e dá aulas no Insper.

A Educação tem um poder transformador tão grande, que muda a história da vida de muitas pessoas. Cidadãos que encontram nos estudos, não só uma ferramenta para um melhor futuro pessoal, mas também algo a ser compartilhado para que mais gente tenha acesso a algo tão fundamental. O vargengrandense Osvaldo Ignácio Baptista, 30 anos, sempre foi aluno de escola pública e, hoje, acreditando na Educação, se tornou professor de universidade. Ele morou em Vargem até os 18 anos, em 2010 se mudou para o Rio de Janeiro para fazer graduação, permanecendo por lá até 2020. Desde 2021, Osvaldo reside em São Paulo e sua família segue morando em Vargem.
Filho de Keti Ignácio Baptista e José Osvaldo Baptista e irmão de Desiree Ignácio Baptista e Carolina Ignácio Faile, Osvaldo fez o ensino fundamental na Escola Estadual Benjamin Bastos, o 1º ano do ensino médio na E. E. Alexandre Fleming e o 2º e 3º ano na E. E. Gilberto Giraldi. Hoje, Osvaldo é professor monitor no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), uma das faculdades particulares mais renomadas do país.
À Gazeta, Osvaldo relatou a importância dos estudos em sua vida. “A educação molda a minha vida. Trabalhei durante todo o ensino médio como servente de pedreiro e só através da educação consegui avançar em minha vida e carreira. Como brinca um amigo meu, pobre só nasce com uma bala no cartucho e não pode errar. Desde cedo decidi que queria vencer através da educação, o primeiro passo que decidi seria ser aprovado em uma universidade pública para cursar economia”, disse.
“Após entrar na universidade e ter tido alguns anos de experiência no mercado, decidi que queria estudar com maior rigor e profundidade os problemas da minha área e passei a me dedicar à vida acadêmica. Na área de economia, o ingresso em programas de mestrado e doutorado acadêmico se dá através de um exame nacional de economistas chamado Anpec”, comentou.

Estudos
Osvaldo pontuou que novamente se viu estudando para um exame e o resultado foi muito gratificante. “Hoje me encontro cursando o segundo ano do Doutorado em Economia dos Negócios no Insper, pesquisando na linha de inovação em empresas e startups. Além da oportunidade de estar na fronteira do conhecimento, estou tendo a chance de trabalhar como professor monitor de cálculo 2 no próprio Insper”, contou.
Para ele, essas são experiências muito enriquecedoras. “Primeiro pesquisando na fronteira do conhecimento permite você entender as perguntas que ainda não foram respondidas em uma área do conhecimento e propor novas soluções através da pesquisa acadêmica. Em segundo, o ensino acaba sendo muito importante para você aprender a passar o seu conhecimento adiante. Ainda estou longe de estar no auge da vida acadêmica, sigo na luta para, primeiro concluir o doutorado e agregar conhecimento para contribuir para minha área de pesquisa”, ressaltou.
Ele comentou sobre os incentivos que teve nas escolas que estudou em Vargem que o motivaram a seguir com os estudos. “Principalmente no Giraldi eu tive muito incentivo. Estudei lá em período noturno, horário em que a biblioteca não funcionava, por exemplo, e o então coordenador, Everaldo, chegava a deixar a chave da biblioteca comigo para que eu emprestasse o livro que precisasse e não deixasse de estudar. Este é apenas um exemplo, tive muitas pessoas nas escolas em que estudei que me ajudaram e incentivaram”, relembrou.

Faculdade
Osvaldo comentou como foi a escolha da faculdade e como era a sua rotina de estudos para ingressar na graduação. “No meu último ano do ensino médio, eu mudei de ideia várias vezes. No fim das contas, em meio aos desdobramentos da chamada crise dos subprimes, eu passei a me interessar muito pelos problemas que a economia tem a responder e optei por esse curso”, contou. “Durante o ensino médio eu trabalhava durante o dia e ia para a escola à noite. Só sobrava os finais de semana para estudar para os vestibulares. Eu sabia que não seria possível estudar tudo o que era cobrado, então elenquei os temas mais importantes e fui estudando por ordem de prioridade”, completou.
O caminho do magistério, porém, foi um acaso. “Eu entrei no doutorado para trabalhar com pesquisa, mas recentemente apareceu a oportunidade de dar aulas e acabei me interessando. Está sendo muito bacana. Ainda estou no estágio inicial da carreira, tendo muito a aprender ainda”, disse.

Futuro
O professor contou sobre os projetos futuros. “Pretendo concluir meu doutorado e seguir me dedicando ao ensino e à pesquisa. Sempre estudarei, o conhecimento é mutável e dinâmico. Em economia os modelos são extremamente voláteis, modelos que explicavam bem determinados fenômenos nos anos 80, já não são mais úteis por exemplo”, pontuou.
Osvaldo deu uma dica valiosa para aqueles que querem seguir uma carreira acadêmica, assim como ele. “O primeiro passo para uma vida acadêmica profícua é entender as perguntas que você quer responder, o que pode parecer simples, mas para entender o que uma área ainda tem em aberto, é preciso ter conhecimento do que já sabe. E isso não demanda outra coisa, senão muito estudo” finalizou.

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