Recuperação das nascentes do Rio Verde depende dos proprietários rurais

Mata ciliar deve ser plantada nas margens do Rio Verdes e seus afluentes. Foto: Arquivo Gazeta

Na terça-feira, dia 22 de março, foi comemorado o Dia Mundial da Água e em Vargem Grande do Sul, poucas comemorações aconteceram neste sentido, além das iniciativas da prefeitura e de escolas. A água é uma preocupação do mundo todo e embora farta no Brasil, já é motivo de atenção, uma vez que os períodos de estiagem estão mais prolongados e a poluição de mananciais só tem se agravado.
As estiagens que aconteceram nos últimos anos, acendeu o sinal vermelho também em Vargem Grande do Sul, que atualmente depende da Bacia do Rio Verde para o abastecimento da população, sendo que para enfrentar as secas que ocorreram recentemente, foi necessário o poder público municipal decretar o racionamento no abastecimento por vários meses, até que a situação junto à Barragem Eduíno Sbardellini voltasse ao normal.
Com dois reservatórios sendo construídos pela atual administração, que deverão triplicar a capacidade de armazenamento de água ao se somarem com a Barragem Eduíno Sbardellini, o município caminha para a autossuficiência em reservação de água, mas esbarra em um obstáculo que pode por tudo a perder, se o Rio Verde não tiver sua capacidade de produzir água restabelecida.
A reportagem do jornal Gazeta de Vargem Grande procurou o departamento de Agricultura e Meio Ambiente para tratar do assunto e em entrevista ao diretor do departamento, Edson Sbardelini e ao assessor e biólogo Marcos Santos, tomou conhecimento que está em andamento o Plano de Erosão Rural que estuda a drenagem na área rural, onde serão levantadas as nascentes existentes na Bacia do Rio Verde, dentre outros dados. O plano é uma exigência do Programa Município Verde Azul e está sendo elaborado por uma empresa contratada pela prefeitura que começou os levantamentos em junho do ano passado e deve entregar o plano no meio deste ano.
“Uma vez tendo em mãos o número de nascentes existentes, vamos saber quantas precisarão ser recuperadas”, explicou o diretor Edson Sbardelini. Para recuperar estas nascentes, serão necessárias verbas que poderão ser obtidas junto ao Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), através do Comitê da Bacia Hidrográfica do Pardo, da qual o município de Vargem faz parte, uma vez que o Rio Verde é afluente do Rio Pardo.
“Há possibilidade de uma vez aprovado o projeto junto ao Fehidro, ter acesso a uma verba que varia entre R$ 150 mil a R$ 280 mil para investir na recuperação destas nascentes”, explicou o assessor Marcos Santos, cujo trabalho no departamento está voltado para que o município tenha o selo de Município Verde Azul, conforme política ambiental instituída pelo prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB).
Recuperação
Recuperar as nascentes consiste no plantio de árvores nativas ao entorno das mesmas e dos cursos de água, respeitando o estipulado pelo Código Florestal que prevê uma área de preservação de 50 metros nas margens para as nascentes e de 30 metros para os cursos menores, podendo variar para menos, a depender do tamanho da propriedade. Uma vez financiado pelo Fehidro, não haverá custos para os proprietários.
Implantada a recuperação das nascentes, os benefícios para a Bacia do Rio Verde serão enormes, melhorando a segurança hídrica das águas que abastecem o município, aumentando a reservação, sem o perigo de faltar água nos reservatórios. Também conforme explicou Marcos Santos, serão beneficiados a fauna e a flora do município, com reflexos na melhoria do meio ambiente e na qualidade de vida dos vargengrandenses.

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