Prefeitura contrai R$ 28 milhões para investir no setor de água

Primeiro reservatório de água começou a ser construído ao lado do campo do XXI de Abril, na Vila Polar. Foto: Reportagem

Desde que teve início o projeto de modernização do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAE) na atual administração, um total de R$ 28.452.000,00 foi tomado de empréstimo pela prefeitura municipal junto ao governo federal e a maior parte repassada ao SAE para os investimentos necessários que o prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB) pretende fazer na autarquia visando a melhoria na oferta de água com qualidade aos consumidores vargengrandenses.
Em dezembro de 2019, a Câmara Municipal aprovou um empréstimo da prefeitura para investimentos no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAE) – a autarquia municipal responsável pela captação, tratamento e distribuição de água no município, além do tratamento do esgoto – no valor de R$ 3.452.000,00 para os primeiros investimentos na modernização do setor de água de Vargem Grande do Sul. Com esse dinheiro, foi dado início à construção das novas adutoras e a troca de tubulações antigas da Vila Santana.
Quando assumiu o governo pela segunda vez em 2017, o prefeito Amarildo deparou com um grande problema que o SAE enfrentava, com dívidas deixadas pelo governo antecessor de Celso Itaroti (PTB), um grande déficit nas contas da autarquia e uma inadimplência enorme. Sem contar as inúmeras reclamações com a falta de água e a qualidade da mesma que chegava nas residências dos vargengrandenses.
Em 2016, cerca de 32% da população não pagava a conta de água, que chegou a beirar os R$ 5 milhões e o déficit orçamentário da autarquia em 2016 foi na ordem de R$ 2,3 milhões, segundo apurou o jornal na época. A dívida deixada com a Elektro e outros fornecedores, ultrapassava a casa dos R$ 2 milhões quando Amarildo assumiu.
Outro problema sério que afeta o setor é o desperdício, que deve ficar em mais ou menos 40% da água tratada, índice que representa a média nacional, dado a precariedade de nossas redes antigas e a pressão exercida pelas bombas para levar água aos pontos mais distantes.
Para fazer frente a todos os problemas do SAE, Amarildo chegou a pensar na privatização do setor de água do município. Fez estudos, levantamentos, várias reuniões com a população e lideranças empresariais e chegou à conclusão que o SAE era viável, se bem administrado, mas que iria precisar de um grande investimento para torná-lo eficiente e à altura das demandas dos vargengrandenses no abastecimento de água e tratamento de esgoto.
Um primeiro projeto foi feito e com ele a constatação da necessidade de construir novas adutoras, novos reservatórios de água, trocar toda a tubulação antiga da cidade, investir em novos painéis elétricos, novas bombas e em máquinas e equipamentos para tornar o SAE mais eficiente. Também a questão dos servidores municipais que atuam no serviço de água, mereceu uma nova abordagem.
Em março de 2022, os vereadores aprovaram novo empréstimo junto ao governo federal, este no valor de R$ 8 milhões para fazer frente aos investimentos necessários. Conforme matéria publicada na época pela Gazeta de Vargem Grande, a operação de crédito no valor de R$ 8 milhões foi feita junto à Caixa Econômica Federal, no âmbito do Programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (FINISA), para a troca de tubulações antigas de água do Centro, Vila Polar e Vila Santa Terezinha e também para continuar a troca de lâmpadas antigas pelas de LED em vários bairros da cidade.
Deste montante, algo em torno de R$ 2 milhões seriam usados para infraestrutura na troca de lâmpadas de sódio pelas de LED e R$ 6 milhões para as obras de saneamento, reconstruindo a rede de distribuição de água em áreas mais antigas da cidade, algumas com mais de 70 anos, substituindo a tubulação de ferro por tubulação em PVC/PBA e ramais em PEAD (polietileno), principalmente na região do Centro, Vila Polar e Santa Terezinha.
Em janeiro deste ano, novas previsões de gastos nos investimentos levou o prefeito a solicitar à Câmara Municipal um outro empréstimo, desta vez no valor de R$ 17 milhões também na linha de crédito FINISA junto à Caixa Federal, para investimento no SAE, com o prazo de pagamento de 96 parcelas, com 24 meses de carência. Os vereadores analisaram e aprovaram por unanimidade este novo aporte de dinheiros para os investimentos na distribuição de água da cidade.
O dinheiro é repassado ao SAE que o devolve à prefeitura. O SAE não tem as garantias necessárias para contrair dívidas neste volume, o que leva a prefeitura a tomar o dinheiro emprestado, deixando como garantia os repasses que recebe dos governos estadual e federal. “Estes investimentos, na troca da tubulação antiga, evitarão transtornos e trarão mais qualidade de vida aos nossos munícipes, além do ganho ambiental e econômico” afirmou o prefeito Amarildo na justificativa dada aos vereadores.
Conforme consta da reportagem do jornal, o prefeito justificou aos vereadores que os R$ 8 milhões contratados antes não seriam suficientes. “Entretanto, ao contrário do esperado, aquele valor inicial não será suficiente para realizar todas as melhorias na rede de abastecimento de água do município, conforme planejado. Sem prejuízo, urge anotar que mencionado valor, conforme exposto naquele projeto de lei, fora dividido entre melhorias na rede de água e esgoto e também na estrutura de iluminação pública do Município, tornando-se, pois, insuficiente para a melhoria da rede de abastecimento de água de todos os bairros pretendidos inicialmente”, comentou.

Obras pela cidade
Os primeiros investimentos que o SAE começou a realizar foram na Vila Santana, com a troca dos encanamentos antigos, a construção das adutoras do Jardim Paulista para a Vila Santana e também para o novo reservatório que será localizado no Poliesportivo da Vila Santa Terezinha.
Parte das verbas também é do próprio SAE, cujo atual superintendente Celso Bruno acredita que com uma gestão eficiente, a autarquia tenha superávit suficiente para pagar os investimentos que estão sendo realizados ao longo dos anos.
Foi com a boa gestão municipal da atual administração que se conseguiu os empréstimos. Parte do dinheiro também já foi usado para a troca do módulo de decantação da ETA (R$ 850 mil), compra de uma escavadeira hidráulica (R$ 737 mil), compra de um caminhão VAC\ALL para desentupimento de esgoto e limpeza de reservatórios (R$ 788 mil), além da compra de novos veículos para atender as demandas e investimentos em novas bombas e painéis de controle.
Neste mês, teve início também a construção do primeiro reservatório de água de uma série de cinco, que o SAE irá construir no município. Além deste de 800 mil litros que está sendo construído ao lado do campo do XXI de Abril, na Vila Polar, será construído outro de 700 mil litros na Vila Velha, saída para o Paracatu, que irá abastecer o reservatório do XXI de Abril e bairros próximos, outro no Jardim Dolores, um no Jardim Santa Marta e o do Poliesportivo na Vila Santa Terezinha.
Estes reservatórios, bem como grande parte dos trabalhos da troca de canos e das adutoras já deveriam estar prontos, mas com a pandemia e os custos dos materiais que acabaram se elevando demais nos últimos anos, muitas empresas que ganharam as licitações para realizar as obras, acabaram desistindo, obrigando o SAE a fazer novas licitações e contratar novas empresas.
Também o asfalto que está sendo realizado neste momento em várias ruas da Vila Santana, onde buracos foram abertos para a colocação dos novos encanamentos, está sendo custeado com verba dos empréstimos contraídos pela prefeitura.
Ainda há muito que realizar e as obras na infraestrutura de água devem continuar até o final do mandato do atual prefeito. Após as obras da Vila Santana, devem começar a troca dos encanamentos do Centro da cidade, da Vila Polar e também da Vila Santa Terezinha.
Além disso, sob a coordenação do vice-prefeito Celso Ribeiro (Podemos) dois novos reservatórios de água estão sendo construídos, o que certamente vai poder garantir água de qualidade para as próximas décadas no município.

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