Prefeitura adquiriu imóvel da família Ferri na Av. da Saudade

O prédio foi adquirido pelo valor de R$ 3,5 milhões. Foto: Reportagem

O prédio projetado para ser uma unidade do supermercado da Família Ferri, localizado em frente ao Cemitério da Saudade, foi adquirido recentemente pela prefeitura municipal pelo valor de R$ 3,5 milhões, após ter a aprovação da Câmara Municipal de um projeto de lei, onde os vereadores votaram favoráveis à abertura de um Crédito Adicional Suplementar no valor de R$ 2,5 milhões para completar a dotação visando a aquisição do imóvel com recursos próprios provenientes de excesso de arrecadação da administração municipal.
Na justificativa que enviou aos vereadores quando da aprovação do referido projeto de lei no final de janeiro deste ano, o prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB) informou que o local é para fins de instalação da seção de alimentação escolar e também de depósito de móveis novos e usados do departamento de Educação. “Estivemos juntamente com a diretora de Educação, em diversas oportunidades no referido imóvel, e este atende perfeitamente as necessidades do setor de alimentação escolar do departamento de Educação. Inclusive, há de se destacar que o imóvel conta com espaços adequados para instalação de três câmaras frigoríficas para armazenamento de alimentos que necessitam ser congelados, como carne por exemplo, além de possuir doca para carga e descarga de veículos, tudo isso em virtude do imóvel ter sido construído para a instalação de um supermercado”, disse na ocasião aos vereadores.
O imóvel desapropriado possui uma edificação principal do tipo comercial de dois pavimentos, com área edificada de 2.355,10m². Nos fundos, defronte a Rua Pitangueiras, existe uma edificação do tipo residencial de padrão popular com área edificada de 54,75m² e uma edícula com área construída de 31,50m². Somando as três edificações, o imóvel possui uma área total de 2.441,35 m², abrangidas por uma área territorial de 1.600,93m², conforme descrição enviada aos vereadores.

Perícia avaliou prédio em R$ 3.7 milhões
Sobre o valor do imóvel, o prefeito argumentou na época junto aos vereadores, que inicialmente foi realizado um Laudo Pericial em conformidade com a legislação vigente, que chegou no montante de R$ 3.786.921,62. “No sentido de ser diligente com o dinheiro público fizemos dois laudos com peritos qualificados, que atuam inclusive na esfera judicial, ao passo que, de acordo com a legislação em vigor, apenas um laudo seria suficiente, restando apurado no segundo laudo o seguinte valor do imóvel: R$ 3.534.477,78”, comentou Amarildo na sua justificativa à aprovação do projeto de lei.

Prefeito pensou em construir um prédio novo
Para atender as necessidades do Departamento de Educação em armazenar móveis usados, o prefeito explicou que a prefeitura aluga um imóvel para esta finalidade e com a aquisição do novo imóvel ia trazer economia aos cofres públicos. Amarildo justificou também aos nobres edis que inicialmente a intenção da administração municipal era de construir um novo prédio, de aproximadamente 1.500m², para atender a seção de alimentação escolar, cujas características da construção demandariam um gasto mínimo entre R$ 3.000.000,00 e R$ 3.500.000,00.
“Isso sem levarmos em consideração o valor do terreno. Desta forma, optamos pela aquisição do referido imóvel, que além de possuir mil metros quadrados além do que pretendíamos construir, possui valor análogo ao que seria gasto pela administração para construção de um novo prédio”, justificou Amarildo quando da aprovação do projeto de lei solicitando a abertura do Crédito Adicional Suplementar para a compra do prédio da Família Ferri.

Negociação com a família
A prefeitura há alguns anos atrás já havia alugado o referido prédio para o departamento de Saúde e só recentemente a redação do jornal tomou conhecimento da pretensão da administração municipal em adquirir o imóvel, quando de um comentário do vereador Paulinho da Prefeitura (PSB) durante sessão de Câmara. Com base nesta informação, o jornal procurou a prefeitura e também os arquivos da Câmara Municipal para realizar a presente matéria.
Na justificativa aos vereadores feitas em janeiro deste ano, o prefeito Amarildo disse que tinha iniciado as conversas informais com os proprietários do imóvel há cerca de 60 dias, portanto no final do ano passado e que os donos entenderam que o valor de mercado do imóvel seria em torno de R$ 4.000.000,00, sendo que com a elaboração do primeiro e depois do segundo laudo pericial, a prefeitura conseguiu chegar no valor acertado entre as partes.
O prefeito informou que o objetivo seria realizar o pagamento em duas parcelas, sendo a primeira no valor de R$ 2,5 milhões e a segunda parcela, com vencimento somente em janeiro de 2024, no valor de R$ 1 milhão, totalizando o montante de R$ 3,5 milhões. “Esclarecemos, ainda, que o segundo laudo apontou o valor de R$ 3.534.477,78, porém, em negociação com os proprietários conseguimos arredondar esse valor para R$ 3.500.000 em duas parcelas. Por derradeiro, para conhecimento, informamos que será utilizado para este fim recursos do ‘Salário Educação’, que apesar do ‘nome’ não pode ser utilizado, em hipótese nenhuma, para pagamento de salário de profissionais do Magistério ou pessoal de apoio, embora tenhamos certeza absoluta que todos os vereadores têm amplo conhecimento nesse sentido”, explicou aos membros da Câmara Municipal.

O imóvel está localizado em frente ao Cemitério da Saudade. Foto: Reportagem

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