Clube Vargengrandense vem aí!

Em 1918, inicia-se a construção do primeiro clube social de Vargem Grande do Sul, quando os imigrantes espanhóis construíram então sua sede social, obra comandada por Anastácio Rodrigues e Joaquim Martins Fernandes, que reunia os imigrantes espanhóis e seus familiares que, por anos ali organizaram eventos e bailes, alguns deles ao som da Corporação Musical 7 de Setembro. Nascia assim, a Sociedade Espanhola na Rua Prudente de Moraes, que recuperado na administração do prefeito Celso Luís Ribeiro, hoje abriga a “Escola Municipal de Música Manoel Martins”, onde funciona o Projeto Guri, que atualmente conta com quase 300 alunos.
Em 1919, a história social de Vargem Grande do Sul sofreu um grande avanço, com o surgimento do aristocrático “Centro Artístico e Recreativo Carlos Gomes”, que a partir de 1940 foi denominado “Clube Vargengrandense”.
Por muitos anos, este Clube foi o principal e mais aristocrático ponto de encontro da cidade, onde eram realizados os principais eventos sociais.
Naquele belo e aristocrático salão de lindo terraço lateral adornado de ferragens e pinturas artísticas, aconteceram memoráveis eventos, tais como, jantares com autoridades visitantes, formaturas, apresentações de peças teatrais, saraus de poesia, coordenados pela memorável professora Olga Pereira Fontão, uma das maiores expressões culturais da época.
Naquele tempo, contava minha mãe Emilinha Amaral, rainha do Carnaval de 1942 e conforme comprova, Dona Ivani Bedin, Vargem Grande teve seu período áureo por muitos anos de fabulosos carnavais, que realmente eram a festa máxima do seu calendário, seguido pelos inesquecíveis Bailes à Caipira, cujo cortejo do casamento, vinha pela rua do Comércio em grande alarido e comicidade, além de outros tão famosos, como o Baile Azul e o Baile à Rigor.
Muito pequena, morando na casa anexa ao fundo do Clube, do qual meu pai era zelador, me lembro ainda aos 5 anos de idade do caminhão que encostava no local, para levar embora a imensidão de confetes e serpentinas que restavam no Clube a cada noite.
Me lembro também, aos 6 anos de idade, de grandes figuras de Colombinas e Arlequins que enfeitavam as colunas do salão. Eram figuras exaltadas nas inesquecíveis marchinhas que, até hoje quando tocadas, são lembradas por todos.
Enfim, o Clube Vargengrandense era o principal e mais requintado ponto de encontro dos jovens, senhores e senhoras de nossa cidade, como também de crianças nas Soirées infantis das tardes de domingo sob a batuta de Dona Olga, além de pontos de bate papos entre amigos nas noites da semana.
Com o crescimento dos encontros sociais na Sociedade Beneficente Brasileira, clube dos operários, principalmente de descendentes italianos, houve tempos em que a SBB combinava com o Clube de intercalar dia sim, dia não, os bailes de Carnaval para que restassem animados nos dois locais.
Aos poucos, a SBB vai se estruturando, constrói o novo prédio e o memorável Clube Vargengrandense, de tantas glórias, diminui suas funções até o seu encerramento, retomando suas ações algumas vezes por pouco tempo até encerrar suas atividades, continuando vivo, apenas na lembrança dos que lá viveram seus dias mais saudosos.
Por isso é que, com muita alegria neste momento, anunciamos nossa satisfação em acompanhar os detalhes da recuperação do prédio que hora acontece por iniciativa do prefeito Amarildo Duzi Moraes, prédio este, centro daquelas décadas, agora pertencente à Prefeitura Municipal, que se constituirá com certeza em um espaço de várias ações que enriquecerão a convivência social.
O grupo da Melhor Idade e os demais saudosistas, terão ali, várias oportunidades de entretenimento saudável, de encontros e de resgate de ações culturais que privilegiam a memória da cidade.
Por isso, podemos dizer que: “O Clube Vargengrandense vem aí!”
Aproveitamos o ensejo para solicitar aos vargengrandenses que se através da fala de avós, pais ou mães, souberam de algum fato, alguma história, alguma lembrança curiosa, que nos envie afim de que possamos ilustrar a saleta reservada para contar a história deste tradicional clube.
“Ô abre alas, ô abre alas que eu quero passar
E a história do Clube Vargengrandense contar!”

Márcia Iared – Diretora do Departamento de Cultura e Turismo

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