Dia internacional da mulher

José Aguilar Cortez

José Aguilar Cortez – boletim apresentado pelo Prof. Cortez na Rádio Jovem Pan, em 08 de março de 2005

“Lá em casa quem apita sou eu!” Num passado não muito distante era comum os homens afirmarem sua autoridade nos papos com os amigos na mesa de um bar. O machismo ainda não foi totalmente banido das relações e em muitos lares as mulheres continuam sofrendo agressões, físicas e psicológicas, de companheiros que querem continuar apitando sem ter competência e sem conhecer as regras do jogo do amor.
E nos campos de futebol, quem deve apitar? O homem ou a mulher? Depois de tantos depoimentos resolvi me manifestar em resposta a um ex-treinador do Corinthians que declarou ser do homem a responsabilidade pela arbitragem de jogos praticados em alta velocidade e que esta função não deveria ser atribuída às mulheres.
O Dia Internacional da Mulher, comemorado ontem, permite-nos acrescentar nossa opinião a tudo que já foi dito. Primeiro precisamos fazer justiça ao criticado treinador que disse a verdade quando fundamentou sua opinião, principalmente, nas diferenças anatômicas e funcionais entre os sexos. Realmente o homem é mais veloz que as mulheres porque tem mais massa muscular, mas as diferenças fisiológicas e estruturais não são suficientes para impedir que a mulher possa responder pela arbitragem de uma partida.
Quase todas as profissões têm processo de seleção igual para ambos os sexos. Do vestibular das faculdades até as provas de concursos públicos as questões são as mesmas e conquistam as vagas aqueles que estão mais bem preparados. Para apitar um jogo de futebol os mesmos testes de avaliação são aplicados para homens e mulheres e todos que atingem os níveis exigidos estão, fisicamente, aptos para acompanhar o movimento dos jogadores durante a partida.
Também é importante ressaltar que para ser bom árbitro é preciso muito mais do que bom condicionamento físico, é necessário conhecer as regras, ter coragem para aplicá-las, além de equilíbrio emocional para suportar pressões de dirigentes, treinadores e jogadores, virtudes que muitos árbitros do sexo masculino não têm.
A mulher, com condição física e competência, pode continuar apitando nos campos de futebol e o homem, que quiser continuar apitando em casa, precisa ter paciência e autoridade para educar os filhos e inteligência e sensibilidade para conquistar sua mulher. Nossa homenagem a todas as mulheres que assopram apitos contra as injustiças e contra a violência.

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