Paixão pelo som dos motores atravessa gerações

Pedrinho Tatoni e seu neto Pedro no local onde cultivam seu hobby de carros antigos

“Meu pai gostava muito de carros!”. Essa doce lembrança do passado permeia a vida fora do trabalho de Pedro Alcântara V. Tatoni (Pedrinho), sócio proprietário da Loja e Papelaria Tatoni, uma das empresas comerciais mais tradicionais de Vargem Grande do Sul, ao se referir sobre seu hobby preferido, colecionar alguns carros que trazem de volta um pouco da nostalgia dos bons tempos vividos quando era criança e adolescente junto à sua família.
Seu pai, o saudoso Pedro dos Santos Tatoni sempre gostou de possuir um bom carro e Pedrinho se recorda do Ford Galaxie LTD branco, ano 77, que seu pai tinha e que ele chegou a dirigir.


Ao ser indagado sobre lembranças que o remetem aos carros, disse que são as dele andando de carro com seu pai e sua mãe, dona Eyre, juntamente com seus irmãos, tendo aquela sensação boa de viajar.


Sua vontade de aprender a dirigir se manifestou ainda bem cedo, entre os 12 e 13 anos. Com todo o cuidado e supervisão, foi ganhando confiança e aprendendo a arte da direção, ampliando seus conhecimentos e a responsabilidade de conduzir um veículo. “Era outra época, onde podíamos fazer dentro dos limites, muitas coisas”, comentou Pedrinho.


Já um pouco mais velho, viu-se guiando as caminhonetes que seu pai tinha e as utilizava também no trabalho. Recorda-se de uma Chevrolet C10, ano 78 e também de uma Ford F-1000. Toda essa vida precoce na direção, só alimentava sua paixão pelos carros.


Quando completou 18 anos, já na década de 80, conseguiu ter seu primeiro carro. Contou que gostava muito dos veículos da marca italiana Alfa Romeu. “Achava lindo o design da Alfa Romeu, o motor, a potência”, comentou. Nessa época surgiu a oportunidade de comprar um Alfa Giulia, importado, ano 72, mas em ótimas condições e foi assim que quando completou a maior idade, teve o carro que sonhava há um bom tempo.


Essa paixão pelos automóveis o levou a competir de Kart, quando era jovem. “Uma modalidade de corrida de automobilismo que consiste em pilotar um pequeno veículo de quatro rodas, conhecido como Kart, em pistas especialmente projetadas para essa prática. O Kart é considerado a porta de entrada para o automobilismo, sendo uma forma acessível e emocionante de iniciar no mundo das corridas”, conforme pesquisa feita pelo jornal.
Pedrinho participou do campeonato de Kart de Poços de Caldas, junto com outros vargengrandenses que também eram entusiastas destas competições, o Miguel Halla, José Reinaldo Bedin e Toninho Cossi. “Todos estes amigos da época são apaixonados até hoje por carros”, afirmou.

Gostar de carros está no DNA da família

A paixão por carros é antiga na família Tatoni. Na foto, vemos Pedrinho Tatoni e sua irmã Jane ainda crianças em frente a Loja Tatoni, ao lado de um Jeep, provavelmente de seus pais

O irmão de Pedrinho, Walter Tatoni Neto, proprietário da Gráfica Tatoni, é outro que carrega o DNA da família e gosta muito de carros. A primeira experiência que tem lembrança, foi com seu pai dirigindo uma Kombi. Ele ainda criança de pouco mais de três anos, em pé, na frente da Kombi e para desviar de um animal, seu pai Pedro dos Santos Tatoni esterçou a direção, fazendo com que o veículo ficasse em apenas duas rodas. “Acho que aí começou a adrenalina”, confessou.


Depois desse acontecimento, disse que despertou sua atenção para os carros. Ainda menino, ficava mudando as marchas dos veículos de seu pai, lavando-os para poder dar ‘umas manobradas’. “Lavei tanto carro de pequeno e jovem, para poder estar em contato com eles, que hoje não os lavo mais”, brincou.


Para Walter, pode ser um veículo mais sofisticado ou mesmo um simples Buggy, o importante para quem aprecia carros, é o diferencial, o desenho, o motor, os acessórios que muitos não veem e só quem é aficionado por carros, consegue enxergar.


Seu filho Walter Milan Tatoni, residente em São Paulo, carrega a mesma paixão que vem lá do avô Pedro. Ele possui veículos onde o som do motor faz a diferença. Numa conversa gravada ao seu tio Pedrinho sobre a matéria que o jornal estava preparando, disse que a paixão vem do DNA e citou seu filhinho. “A maior prova é o Waltinho, nasceu com isso. Escuta o barulho do carro desde bebê e se apaixona pelo vruummm… Acho que eu nasci assim, o senhor e meu pai também”, comentou.


Walter Milan Tatoni explicou que a paixão nasce desde pequeno e se ela é cultivada durante a vida, ela cresce e a sua família sempre cultivou este hobby desde que eram pequenos. Para ele, carros bem feitos são uma obra de arte. “Ela está no motor perfeito, no barulho perfeito do motor, na aceleração, na estabilidade das curvas, na delícia de dirigir e pegar uma estrada sozinho, ouvindo uma boa música”, afirmou.


“A paixão está aí e de onde vem? Do DNA, não tem muito como explicar, nasceu comigo e vai continuar até o fim da minha vida. Vejo no meu filho, nasceu com ele e se cultivar, vai ser uma pessoa que vai gostar dos carros antigos, dos anos 90, 2000, 2010. Não vai gostar dos carros elétricos. Já sinto isso quando abro o motor do meu carro e o vejo fazendo vruummm”, afirmou emotivo.


“O trabalho que a gente faz é cultivar, e fazemos assim porque adoramos carros, seja antigo, novo, carro potente, carro versátil. E uma das paixões nossa se chama Jeep, aquele que está nas nossas melhores memórias. Um veículo que para nós não tem preço, pois temos um amor muito grande por ele”, falou ao se referir ao Jeep que seu tio Pedrinho comprou há muitos anos e que ele aprendeu a dirigir.

Um local para a família curtir o hobby

Seguindo os passos do pai, Pedro Dell’Agli Tatoni e o seu filho Pedro adoram carros. Foto: Arquivo Pessoal

Pedro Alcântara V. Tatoni, o Pedrinho, é uma pessoa simples, muito cuidadoso com as palavras e atos e carrega em si, o traço da humildade. Para falar que tem alguns carros antigos, que é sua paixão, pensa muito. Não é de se expor.


Com muita conversa, conseguimos extrair que ele tem um local onde pode curtir seu hobby, onde um velho Galaxie igual ao do seu pai está guardado, onde seu filho tem um Fusca 69, além de outros veículos que um grupo restrito de amigos podem apreciar.
O local foi criado pensando na família e na paixão que todos têm pelos carros, recebendo decoração pertinente. É onde Pedrinho, quando pode, quer descansar e fugir do estresse, passa lá umas boas horas. É lá também que quando seus filhos estão em Vargem Grande do Sul, lhe fazem companhia.

Jeep da Família
Entre os veículos da família, está o Jeep Willys, que foi adquirido por Pedrinho em 1989 e está com ele até hoje. Sempre que pode, gosta de dar um passeio pela cidade ou ir ao trabalho. Casado com a empresária Filomena Dell Agli Tatoni, viu os filhos Pedro, Lucca e Matteo crescerem e andando no mesmo Jeep, adquirindo também o gosto pelos carros.
“Só mudei a cor do Jeep desde que o adquiri, ele é todo original, ano 1950, americano. Meus filhos, sobrinhos, aprenderam a dirigir nele e se Deus quiser, meu netinho Pedro também vai aprender a guiar com ele”, falou Pedrinho à reportagem.

 

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