Capivaras causam transtorno na barragem Eduíno Sbardellini

Capivaras são hospedeiras dos carrapatos que podem transmitir a doença
Aumento da população da capivaras e da proliferação de carrapatos, levou prefeitura e intalar placas de alerta na Barragem
Capivaras são hospedeiras dos carrapatos que podem transmitir a doença

A barragem Eduíno Sbardellini, um dos principais cartões postais de Vargem Grande do Sul, vem enfrentando problemas com a proliferação de capivaras na represa. Apesar de serem animais que convivem pacificamente no local, elas são hospedeiras dos carrapatos, que estão infestando os gramados e outros pontos onde visitantes se reúnem pela barragem. Segundo especialistas ouvidos pela reportagem da Gazeta de Vargem Grande, uma das causas desse aumento da população de capivaras pode ser a diminuição de seus predadores naturais, o que facilita a sua reprodução.
A situação é bastante complicada. A reportagem recebeu inúmeros relatos de frequentadores do local que foram picados pelo inseto. No momento que o jornal foi fazer as fotos da matéria, acabou vendo um estudante se livrando dos carrapatos que encontrou em sua pele. O caso também repercutiu na Câmara Municipal com os vereadores cobrando há meses uma solução para o caso.
Procurado pela Gazeta, o Departamento de Agricultura e Meio Ambiente de Vargem ressaltou que já está tomando as providências cabíveis seguindo as instruções da Secretaria de Estado de Saúde (Sucen), instalando placas ao redor da barragem para alertar usuários a respeito dos carrapatos, além de seguir diretrizes técnicas da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Secretaria de Estado da Saúde, para o controle dos insetos.
De acordo com o relatado, por conta da barragem ser responsável pelo abastecimento de água da cidade, há grande dificuldade para o extermínio dos carrapatos, por não existir inseticidas que não contaminem a água, o solo e os animais ali presentes, além da saúde humana.

Adaptação
O professor de Medicina Veterinária da Unifeob especializado em animais silvestres, Plinio Aiub, explicou em entrevista à Gazeta que a capivara é o maior roedor do mundo e que é altamente adaptável, além de ter a capacidade de se reproduzir rapidamente. Seus predadores são felinos como a onça parda e pintada, porém, com o desmatamento da região, os predadores fogem em busca de seu habitat, deixando as capivaras livres para buscarem cursos de água ou represas. “Chamamos isso de ausência de espécie chave, fator que desencadeia um desequilíbrio na cadeia alimentar entre os animais e provoca transtorno no equilíbrio ecológico”, contou.
As capivaras estão sob proteção da lei, portanto, é proibida a sua caça ou captura, a não ser com a autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Ranováveis (Ibama). “Planos de manejo sem captura, que apenas limitem a entrada delas, como cercas de proteção ou de direcionamento para áreas mais preservadas e de características compatíveis ao seu habitat, podem ser usadas como medida controle de entrada onde são indesejadas”, explicou Plínio.
O remanejamento das capivaras ainda não ocorrerá devido a resolução na lei, portanto, a prefeitura poderá somente fazer um diagnóstico populacional junto de médicos veterinários e biólogos para que possam colher o material sorológico com a intenção de averiguar a saúde dos animais. Porém, esse procedimento é demorado por se tratar de fauna silvestre.
De acordo com o executivo, a Associação Cultural e Ambiental de Desenvolvimento (Acades), em parceria com a Prefeitura Municipal, irá ajudar com a voluntariedade de um biólogo que estará empenhado a localizar um carrapaticida que possa ser usado no local.
“Se os locais de recreação dos seres humanos forem os mesmos do habitat das capivaras é preferível que as pessoas evitem as áreas confirmadas da presença de carrapatos ou usem repelentes contra insetos e, ao chegar em casa, faça uma busca corporal, além de usar sabonetes medicinais especiais”, alertou Plinio.

Febre maculosa é um risco

A chegada da primavera e do verão propicia a proliferação de carrapatos, por isso a população deve se prevenir, pois os carrapatos estrela podem transmitir a febre maculosa, que se não diagnosticada precocemente, pode levar à óbito.

Segundo a professora de Medicina Veterinária especializada em medicina veterinária preventiva, Maristela Pimentel, da Unifeob, a febre maculosa é uma doença transmitida pelo carrapato estrela, o mesmo leva entre três e quatro horas para começar a transmitir a doença, portanto, é importante que a pessoa vasculhe o corpo a cada três horas ao frequentar ambientes que possam ter esse inseto.

A enfermidade pode causar febre, náusea e manchas na pele, o que facilita o diagnóstico da doença, porém, na maioria dos casos, as manchas não aparecem, dificultando o tratamento do paciente, o que pode vir a trazer o indivíduo à morte.

O tratamento desta patologia deve ser feito sem a confirmação diagnóstica para que se salve o paciente, com o uso de medicamentos como Tetreciclina, doxiciclina ou Tetraciclina. Quando se consegue diagnosticar rapidamente, o tratamento pode ser feito em ambulatórios, mas na maioria dos casos, o paciente fica internado sob observação.

A médica veterinária também alerta ainda para que os indivíduos não façam o uso de antibióticos preventivamente quando alguém próximo é diagnosticado com a febre maculosa, pois o medicamento pode mascarar os sintomas e piorar o quadro. Portanto, a população deve sempre procurar um médico.

 

 

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