Mais uma surpresa no aterro

Mais uma surpresa no aterro. Foto: Reportagem

Em 2009, Vargem Grande do Sul estava sob a administração de Amarildo Duzi Moraes (PSDB), que na ocasião cumpria seu primeiro mandato. No mês de setembro daquele ano, as obras do aterro sanitário, cujas tratativas tinham se iniciado ainda na gestão de Celso Ribeiro, foram paralisadas por uma disputa jurídica envolvendo a prefeitura e os arrendatários da área. A pendência só foi solucionada em março de 2012, com a decisão da Justiça determinando a retomada da construção.

A autorização para o início do funcionamento por parte da Cetesb veio em setembro de 2012, nos últimos meses da gestão de Amarildo que foi substituído por Celso Itaroti (PTB). Amarildo deixou para Itaroti o aterro com duas trincheiras prontas, com manta impermeabilizante e serviços de drenagem conforme exige a Cetesb.

Menos de cinco meses depois, o aterro de Vargem Grande do Sul já tinha se transformando. Vários catadores tinham invadido o espaço, disputando o lixo com urubus. Em maio daquele ano, a Cetesb já tinha feito uma fiscalização no aterro e constatado irregularidades como lixo descoberto pela falta de terra, problemas de drenagem e a presença dos coletores.

A falta de cuidados com o aterro persistiu durante toda a gestão de Itaroti até que em maio de 2016, a Cetesb decidiu determinar a interdição do local no dia 7 de maio daquele ano. Assim, a prefeitura contratou a empresa Seleta Meio Ambiente Ltda para fazer o transporte e destinação final de resíduos sólidos urbanos do município até que o aterro fosse regularizado. O Executivo pagou R$ 154,00 para cada tonelada transportada de Vargem para Sales Oliveira (SP), na região de Ribeirão Preto.

Meses depois, após adotar medidas paliativas, a situação doa terro foi normalizada e o local voltou a receber os despejos da cidade. No entanto, logo no início de 2017, nos primeiros meses do seu segundo mandato, Amarildo já teve que correr contra o tempo e novamente regularizar a situação do local, após mais irregularidades verificadas pela Cetesb e que foram ainda deixadas pela gestão de Itaroti. O risco de uma nova interdição era grande por conta da lotação e falta de estrutura adequada. A trincheira construída em 2016 estava apenas parcialmente coberta com a manta necessária.

A prefeitura tomou as medidas necessárias e o aterro voltou a funcionar normalmente até recentemente, quando mais uma desagradável surpresa foi encontrada: uma enorme quantidade de lixo depositada e enterrada sem o menor cuidado, sem o tratamento necessário. Um problemão escondido sob a terra.

Assim, mais uma vez, a gestão de Itaroti mostrou sua desagradável consequência sobre a cidade. A falta de zelo com o bem público, a falta de consciência com o meio ambiente, o descaso com o futuro. Cabe a atual gestão resolver mais esse problema herdado, denunciar os responsáveis à Justiça e se preparar para a próxima surpresa negativa que pode aparecer ainda.

Mais uma surpresa no aterro. Foto: Reportagem
Mais uma surpresa no aterro. Foto: Reportagem

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