Fernando Expósito: a vida de um caminhoneiro

Fernando na década de 1980 e atualmente: a companhia do caminhão é constante e a saudade da família também

Filho de José Expósito e Vera Lúcia Gadiani, José Fernando Expósito, 50 anos, se tornou caminhoneiro aos 16, quando ainda jovem acompanhava o pai nas viagens com o sonho se seguir seus passos.

Segundo Fernando, seu pai não queria que ele seguisse seu caminho, mas de tanto insistir, José permitiu que Fernando viajasse junto. “Meu pai não queria e eu teimava para ir junto, eu pensava que era tudo uma maravilha e agora vejo que não é nada do que a gente pensa”, contou.

José Expósito faleceu em outubro de 1993, com 50 anos, em um acidente de caminhão em Santa Cruz das Palmeiras, quando vinha de Belém (PA) carregado com madeira.

As dificuldades na estrada são visíveis, mas para Fernando, casado com Mara Gonçalves, a maior dificuldade de ser um caminhoneiro e passar dias fora de casa é ficar longe da família e dos filhos. “A principal dificuldade é ficar longe da família, que é o mais importante para a gente. Você não vê um filho ou uma filha crescer. Se tem uma formatura, você não está junto, em um aniversário, você não está junto, no Natal e no dia de Ano Novo também não, e isso acontece porque você não pode parar. Vivemos em uma rotina e se você parar, você deixa faltar as coisas dentro de casa”, lamentou.

Para ele, um dos maiores problemas para os caminhoneiros é se adaptar ao mundo como ele está hoje. “Na estrada, é tudo difícil, até banheiro. Outro problema é a Polícia Federal que acha que todos nós somos bandidos e não são todos que são. Tem caminhoneiro que só está trabalhando, essa é uma profissão, mas infelizmente, vida de caminhoneiro é massacrada. Os caminhoneiros se achavam donos do mundo e hoje em dia tudo mudou, então está difícil se adaptar ao modo como o mundo está hoje”, disse.

Apesar das dificuldades, ele comentou que o segredo é não desanimar, agradecer as boas oportunidades da vida e se lembrar do porque de tantos sacrifícios. “Eu só tenho a agradecer e agradeço sempre, pois até hoje eu não deixei minhas filhas passarem falta de nada. Porque tudo que eu fiz até hoje é por elas, e eu continuo fazendo por elas e por minha mulher. Então vale a pena. Mas se eu pudesse voltar lá atrás, eu mudaria. Eu daria um outro rumo na história do José Fernando Expósito, o motorista”, finalizou.

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