O número de casos de dengue confirmados em Vargem Grande do Sul subiu pra 65 até sexta-feira, dia 5. Nesse período, 118 notificações da doença foram realizadas. De acordo com a prefeitura, o Jardim Santa Marta é um dos bairros de maior incidência dos casos positivos na cidade.
A Gazeta de Vargem Grande entrou em contato com Dirce Gonçalves Almeida, de 72 anos, residente na rua Altino Gadiani, no Jardim Santa Marta, que falou sobre o receio de conviver em uma área com tantos focos.
De acordo com Dirce, o medo de ser picada pelo mosquito Aedes aegypt é constante, especialmente por ela morar bem próxima a um terreno que se transformou em um verdadeiro lixão. “Meu quintal é pequeno e não tem plantas, então ele está sempre seco, mas o perigo se encontra no final da rua, em um terreno da prefeitura que é usado como lixão, onde os moradores jogam o lixo, pois ali não tem como entrar lixeiro”, comentou, se referindo a uma área onde moradores de chácaras que ficam ali próximo depositam seus despejos.
”Os cachorros fazem bagunça com o lixo do terreno e fica copinhos, potinhos e pratos jogados, onde acumula água”, afirmou. Ela também disse que os moradores do bairro também acabam jogando lixo no local. “Então morremos de medo de pegarmos dengue, já que essa é uma rua cheia de crianças e idosos, pois não adianta nada cuidarmos de nosso quintal e nossa casa, sendo que o maior perigo está do lado da casa da gente, que é o próprio lixão”, completou.
Dirce ainda contou que seus vizinhos já começaram a contrair a doença esse ano, um problema que também foi enfrentado no ano passado. “Eu nunca peguei dengue, graças a Deus, mas um homem da rua pegou e ficou bem mal e ano passado alguns vizinhos pegaram também”, disse. “Quando eu vejo copos jogados com água, eu tiro a água e quebro o copo pra não parar mais água ali, mas não adianta, porque cinco minutos depois já está cheio de novo. Recentemente amontoaram o lixo com uma máquina, mas agora já voltou a encher. O pessoal não deixa ficar limpo, então eu gostaria de fazer um apelo pra que viessem ver para tomar providências, inclusive fazer a cesta de metal para que o lixo não fique no chão, como foi combinado quando o prefeito atual assumiu o cargo, mas até agora não foi realizado”, lamentou a moradora.
De acordo com Dirce, outro problema local é um cano que fica constantemente estourado na rua. “Além desse terreno, no fundo da minha casa tem um cano que enche de água, então fica com mau cheiro e com água parada, o que também é um perigo, então acredito que se esses dois problemas fossem resolvidos, os casos de dengue aqui no fundo do bairro iriam diminuir e pararíamos de ter tanto medo”, finalizou.