O vargengrandense José Carlos Aliende, o Zé Novo, de 77 anos, que planta diversas árvores frutíferas, entre elas, jabuticabeira e tamareira, é um exemplo a ser seguido pela população de Vargem.
À Gazeta, ele contou que planta árvores desde a infância. Nascido e criado na roça, ele diz que essa atividade está no sangue e que desde pequeno, todo lugar que frequenta, leva sementes para a casa. No entanto, apesar de plantar diversas árvores nativas, ele explica que algumas não costumam vingar, uma vez que cada uma está adaptada a sua região.
Entre as mais antigas que preserva, está uma jabuticabeira que plantou na porta de sua casa há mais de 20 anos. Com a falta de espaço, ele explicou que reveza entre plantar na porta de sua casa ou de seus vizinhos, nos sítios de conhecidos ou de sua família, e até mesmo na barragem Eduíno Sbardellini e no córrego Santana.
Entre parreiras, jabuticabeiras, tamareira, cacau, abacate, pinheiros, café e limão – recentemente foram sete mudas na represa – a primeira que plantou na vida foi um jatobá, que trouxe sementes de onde pescava, no Mato Grosso.
Uma das maiores curiosidades em todos esses anos de plantação é a tamareira que plantou na porta da casa de seu vizinho. Ele contou que foi trazida de Jerusalém, onde Jesus multiplicou os pães, no Mar da Galileia. Segundo Zé, em 2014 ao viajar para a Terra Santa, ele pegou cerca de 10 ou 12 sementes e as trouxe escondidas, passando até mesmo pela alfândega.
“Quando me perguntam como eu consegui fazer isso, eu respondo que foi o amor de Deus, já que tudo é barrado e minhas mudas passaram. Em 2015, eu plantei duas mudas da árvore de tâmara no riozinho e pedi para meu vizinho me deixar plantar uma na porta de sua casa”, disse. “Hoje, após quatro anos, a da minha rua já está três vezes maior que as do rio, devido ao maior cuidado que tenho com água e esterco”, pontuou.
As mudas, antes do plantio, são cuidadas em sua oficina. De acordo com Zé, atualmente há cerca de 150 mudas para plantar, o que faz junto com sua filha Patrícia Guimarães Aliende, de 50 anos. “Quando alguém me pede, eu dou as plantas, mas sempre faço isso enciumado, pois gosto de eu mesmo plantar”, comentou aos risos.
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