O próprio prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB) admite na justificativa que enviou aos vereadores para aprovarem o empréstimo de R$ 3,4 milhões para o SAE, que seriam necessários investimentos imediatos na ordem de R$ 30 milhões para dar um salto de qualidade no sistema de tratamento, armazenamento e distribuição de água no município, além de mais R$ 30 milhões nos próximos dez anos, ou seja, para os consumidores vargengrandenses terem água com qualidade e quantidade em suas torneiras, seriam necessários nos próximos dez anos algo em torno de R$ 60 milhões.
Se para investir algo em torno de 6% deste valor, foi necessário a prefeitura pegar dinheiro emprestado para pagar em dez anos, é correto afirmar que o SAE não dispõe de dinheiro para oferecer este produto de primeira necessidade aos vargengrandenses, que é de suma importância para a saúde pública.
O prefeito afirma que o SAE é economicamente viável desde que haja uma gestão fiscal responsável, mas a experiência mostra que a população ao eleger prefeitos como Celso Ribeiro e Amarildo Duzi Moraes, só para citar dois exemplos, acerta e de fato estes dois administradores efetuaram grandes investimentos no SAE. Mas, também elege um prefeito da estirpe de Celso Itaroti e Denira Rossi e o que foi feito em alguns anos, demora o dobro para se recuperar e volta-se a estaca zero no tocante ao fornecimento de água com qualidade e abundância à população.
Cidades como São João da Boa Vista, Mococa, Espírito Santo do Pinhal, Divinolândia e Itobi e recentemente Aguaí, há muito já resolveram esta questão da água em seus municípios, passando-os para a Sabesp, tirando da administração municipal um encargo pesadíssimo não só com referência ao dinheiro que sai dos cofres municipais para bancar os gastos de água e esgoto, como também toda a energia e tempo que os administradores têm de gastar para administrar este setor vital para qualquer município.
Livre das amarras que este serviço impõe aos administradores, certamente o chefe do Executivo de Vargem Grande do Sul poderia doar mais tempo e dinheiro público para resolver questões como saúde, educação, desenvolvimento, geração de empregos, dentre outras tantas prioridades que a cidade requer. Quanto à água, certamente a Sabesp daria conta do recado como o faz nas cidades acima descritas.
Embora seja uma situação que requer uma certa urgência, há um longo caminho a percorrer até que tanto o Executivo, como também a Câmara Municipal e principalmente a população vargengrandense através de consultas e informações corretas, se conscientizem que o melhor caminho para resolver a questão da água na cidade, cujos problemas se arrastam há quase um século e meio, seria a concessão a uma empresa do setor. Citamos a Sabesp por termos a melhor referência e ela atuar na maioria dos municípios da região.
É louvável a atitude do prefeito em buscar verbas através de empréstimo para investir no SAE, mas todos que realmente se preocupam com o crescimento organizado de Vargem Grande do Sul sabem que é uma medida paliativa e que se Amarildo Duzi Moraes não concorrer à sua reeleição ou mesmo se outro político assumir o cargo, em 2021 vai ter de encarar de frente o bicho papão que é a privatização da água de nossa cidade. Torcemos para que seja um prefeito à altura que a missão requer.
Citamos 2021 porque no ano que vem tem eleições municipais e sendo um tema tão espinhoso, fica difícil para um político colocá-lo em discussão, mas quem assumir em 2021 se quiser fazer algo para o futuro de Vargem Grande do Sul, haverá de debater o tema à exaustão, chamar a população para participar e bater o martelo nesta espinhosa questão.